Sem a participação de representantes do Imas, audiência pública debate a crise no Instituto
Sem a participação de representantes do Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (Imas), uma audiência pública, promovida pela Câmara Municipal de Goiânia, debateu a necessidade urgente de solução para os graves problemas que afetam o órgão, ameaçam a sustentabilidade dos estabelecimentos de saúde credenciados e põem em risco a assistência a seus 81 mil usuários.
Presidida pelo vereador Mauro Rubem (PT) e realizada hoje, 29, no formato híbrido, a audiência reuniu representantes dos prestadores de serviços de saúde, dos usuários do Imas, do Ministério Público Estadual e do Conselho de Assistência à Saúde e Social dos Servidores Municipais de Goiânia (Conas).
A promotora de Justiça, Carmem Lúcia Santana (Patrimônio Público), que vem acompanhando a situação do Instituto, demonstrou preocupação com a suspensão do atendimento aos usuários, o atraso no pagamento dos prestadores, a falta de independência e trasparência do órgão e sua situação financeira. Ela também criticou a ausência do presidente do Imas na audiência e a baixa participação dos usuários.
A professora Ludmylla Morais, do Conass, afirmou que já foram apresentadas propostas para recuperar o Imas, incluindo auditorias e ações para coibir fraudes por parte de prestadores. O conselho, segundo ela, também já solicitou informações e ações ao Instituto, como o seu cálculo atuarial, a publicação do novo regulamento e a relação dos prestadores que estão atendendo. “Mas, não tivemos respostas”, afirmou. A criação de uma ouvidoria, também solicitada, foi negada.
Representante dos prestadores de serviços, Christiane do Valle, defendeu o combate a fraudes, criticou os atrasos nos pagamentos – devidos desde outubro de 2021 - e a falta de um cronograma para a quitação destas faturas vencidas. Representantes dos usuários também falaram, alegando a insegurança sobre o atendimento, inclusive em função dos constantes descredenciamentos de profissionais de saúde.
A crítica à falta de transparência e à fragilidade da gestão do Imas foi unânime entre os participantes. Para o vereador Mauro Rubem, o desafio agora é encontrar medidas a curto, médio e longo prazos para a reestruturação do Imas. “O Instituto é muito importante e precisa continuar funcionando para garantir a assistência aos servidores”, disse.
O vereador afirmou que a Câmara tem problemas urgentes para resolver e a crise do Imas é um deles. Ele cobrou responsabilidade do prefeito Rogério Cruz, criticou o silêncio do Executivo diante da grave crise e disse que será exigida a apresentação urgente de um cronograma de quitação das faturas em atraso.
A Câmara, de acordo com Mauro Rubem, também vai trabalhar pela melhoria da gestão do Imas, que passa por cálculos atuais corretos e uma administração transparente. “Imediatamente, vamos trabalhar para a apresentação do cronograma de pagamento e, a médio e longo prazos, vamos promover um seminário e criar uma comissão para estudar soluções para viabilizar o Imas”.
(Fonte: Santa Inteligência Comunicação)