CLIPPING 20/01/22
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Escolas da rede estadual de Goiás são as primeiras do país a retomar as aulas 100% presenciais
Não-vacinados correm um risco de morrer quase 50 vezes maior do que quem tomou a dose de reforço
Reino Unido vai retirar obrigatoriedade do uso de máscaras, anuncia Johnson
Planos de saúde serão obrigados a pagar teste rápido, decide ANS
Lewandowski manda MP fiscalizar pais antivacina
Lençóis Paulista suspende vacinação infantil após pai relatar suposta reação
Em recorde, Brasil supera 200 mil casos em único dia
Anvisa adia liberação de autoteste e cobra mais dados da Saúde
Governo quer lançar uma plataforma 'Open Health' para reduzir custos
Em SP, cresce internação por Covid entre menores de 18
É #FAKE que Drauzio Varella escreveu texto ensinando como socorrer crianças em caso de mal súbito
Sem apagão, registros de óbito pela covid em cartórios saltam 81% em 2022
Goiás recebe vacinas pediátricas contra a Covid-19 fora da temperatura adequada
Estudo genético mostra que infecção da sífilis está de volta
Trombose: entenda a relação da doença com o Covid-19 e as vacinas contra o vírus
Vendedora relata sofrimento e seios deformados após cirurgia de implantes em Goiânia: 'Traumatizada'
PORTAL G1
Escolas da rede estadual de Goiás são as primeiras do país a retomar as aulas 100% presenciais
No estado, 91% dos servidores da educação estão imunizados com a segunda dose da vacina. Entre os estudantes de 11 a 18, 73% já foram vacinados.
As escolas da rede estadual de Goiás foram as primeiras do país a iniciar o ano letivo com aulas 100% presenciais.
Nesse retorno, os cuidados são os mesmos adotados desde que a pandemia começou: tapete sanitizante, medição de temperatura e proteção no rosto.
'Não tirar a máscara, a não ser na hora de comer ou beber água, manter distanciamento e sempre usar álcool em gel. Eu tenho álcool gel na minha bolsa', diz a estudante Ágata Maciel.
'Hoje, as escolas têm condições de funcionar, as crianças precisam da escola. Hoje, nós estamos preparados', afirma Flávio Roberto de Castro, presidente do Conselho Estadual de Educação de Goiás.
'Hoje, as escolas têm condições de funcionar, as crianças precisam da escola. Hoje, nós estamos preparados', afirma Flávio Roberto de Castro, presidente do Conselho Estadual de Educação de Goiás.
A volta às aulas presenciais foi obrigatória para os mais de 500 mil alunos da rede estadual de Goiás. A Secretaria de Educação recomendou que quem estiver com febre ou outros sintomas de gripe fique em casa.
Nos últimos dois anos, a maioria dos alunos da rede estadual estudou de casa ou fez revezamento semanal para ir para as salas de aula no sistema híbrido de ensino.
'As crianças deram um show de responsabilidade. Elas realmente levaram para casa aquilo que estava sendo ensinado a respeito da pandemia e, agora, nós vamos trabalho isso em relação à vacinação', declara a secretária de Educação de Goiás, Fátima Gavioli.
'As crianças deram um show de responsabilidade. Elas realmente levaram para casa aquilo que estava sendo ensinado a respeito da pandemia e, agora, nós vamos trabalho isso em relação à vacinação', declara a secretária de Educação de Goiás, Fátima Gavioli.
Em Goiás, 91% dos servidores da educação estão com esquema vacinal completo. Entre os estudantes de 11 a 18, 73% já tomaram pelo menos a primeira dose. Mas a Secretaria Estadual de Saúde afirmou que o percentual está subestimado por causa do apagão de dados no sistema do Ministério da Saúde.
'A gente precisa também readaptar os nossos tempos a esse momento que a gente está vivendo. Que faça a vacinação dos seus filhos e não esqueçam dos cuidados: evitar aglomerações, uso de máscara, higiene das mãos, isso sempre', diz a infectologista Nívia Ferreira.
'A gente precisa também readaptar os nossos tempos a esse momento que a gente está vivendo. Que faça a vacinação dos seus filhos e não esqueçam dos cuidados: evitar aglomerações, uso de máscara, higiene das mãos, isso sempre', diz a infectologista Nívia Ferreira.
Para quem está terminando o ensino médio, estar novamente na sala de aula tem um significado ainda maior.
'É bastante alegre, é gratificante a gente poder voltar, pelo menos, no último ano do nosso ensino médio e essa volta vai ajudar muito na questão dos estudos e do nosso preparo para o Enem, para o vestibular, para concurso. E, realmente, isso me deixa muito feliz de poder aproveitar esse último ano de vida minha de escola', comemora o estudante Pedro Romão Paiva.
'É bastante alegre, é gratificante a gente poder voltar, pelo menos, no último ano do nosso ensino médio e essa volta vai ajudar muito na questão dos estudos e do nosso preparo para o Enem, para o vestibular, para concurso. E, realmente, isso me deixa muito feliz de poder aproveitar esse último ano de vida minha de escola', comemora o estudante Pedro Romão Paiva.
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Não-vacinados correm um risco de morrer quase 50 vezes maior do que quem tomou a dose de reforço
Estatísticas do governo da Suíça deixam evidente a eficácia das vacinas contra Covid para salvar vidas. País vacinou 68% da população com duas doses; 35% com o reforço.
Na Suíça, as estatísticas do governo mostraram que pessoas não vacinadas correm um risco de morrer quase 50 vezes maior do que as vacinadas com dose de reforço.
Há um ano, o Ministério da Saúde da Suíça reúne dados sobre o status de vacinação da população e, ao relatar mortes por Covid, os médicos também precisam passar essas informações para as autoridades. O resultado é um gráfico que deixa evidente a eficácia das vacinas - e especialmente da dose de reforço - para salvar vidas.
O gráfico mostra as mortes por Covid desde o dia 27 de janeiro de 2021, de acordo com o status de vacinação. A linha vermelha, no alto, indica o número de pessoas não-vacinadas que morreram. Bem abaixo, em azul, estão os vacinados sem reforço. E, em amarelo, o número ainda menor de vacinados com reforço que perderam a vida.
Edouard Mathieu, chefe de dados da plataforma Our World in Data, ligada à Universidade de Oxford, explicou que o risco de morrer por Covid na Suíça é nove vezes menor para pessoas vacinadas e 48 vezes menor para quem tomou uma dose de reforço em comparação com quem não tomou nada.
A Suíça vacinou 68% da população com duas doses; 35% com o reforço. E o governo quer aumentar logo esses números, porque os casos não param de subir. Nesta quarta-feira (19), o país registrou o maior número de casos em 24 horas desde o início da pandemia: mais de 38 mil em um país com menos de 9 milhões de habitantes.
O ministro da Saúde, Alain Berset, avisou: 'Precisamos seguir muito modestos e prudentes'.
O governo estendeu até o fim de março algumas medidas de restrição e, até o fim de fevereiro, a obrigação para trabalhar de casa.
O ministro da Saúde da Suíça alertou: 'Para sair da pandemia, não há atalho. A vacinação é fundamental, inclusive com a dose de reforço, para proteger contra quadros graves da doença'. Ele também pediu paciência e cautela.
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AGÊNCIA ESTADO
Reino Unido vai retirar obrigatoriedade do uso de máscaras, anuncia Johnson
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou nesta quarta-feira, 19, que encerrará na próxima semana as principais restrições contra a disseminação da covid-19 impostas para combater a variante Ômicron. Além disso, em março ele planeja encerrar o isolamento para casos positivos.
A medida, porém, ocorre em meio a pressões depois que a imprensa revelou festas em sua residência oficial durante o lockdown. A partir do dia 27 de janeiro, o uso da máscara deixará de ser obrigatório, o teletrabalho não será oficialmente recomendado e o passaporte sanitário não será obrigatório para ter acesso a discotecas e a grandes aglomerações, anunciou o líder conservador no Parlamento.
"À medida que a covid se torna endêmica, temos que substituir as obrigações legais por conselhos e recomendações", argumentou Johnson. Ele disse que não tinha intenção de estender as regras que impõem o isolamento para casos positivos de covid-19 que expira em 24 de março. Essa data poderia até ser antecipada.
A decisão vai contra o que o primeiro-ministro vinha fazendo no combate à pandemia desde que ele próprio foi infectado em 2020. Desde o fim do ano passado, o país vinha registrando números recordes de casos devido à disseminação da variante Ômicron. Os números dão sinais de queda agora, mas internações ainda preocupam e o número de óbitos foi o maior na última terça-feira, 18, do que o registrado em quase um ano.
Esse relaxamento das medidas não tem razões sanitárias, mas sim políticas. Ele ocorre em meio a um escândalo sobre festas do governo durante o confinamento, que afetou diretamente o primeiro-ministro. Johnson luta para reprimir uma revolta interna de seus próprios legisladores que estão irritados com as festas em Downing Street, o escritório e residência do primeiro-ministro.
Recusa à renunciar
O premiê disse ao Parlamento nesta quarta-feira que não renunciará. Johnson, que em 2019 conquistou o maior número de votos de seu partido em mais de 30 anos com a promessa de "concluir o Brexit", pediu desculpas repetidamente pelas festas e disse que não sabia de muitas delas. No entanto, ele participou do que disse que achava ser um evento de trabalho em 20 de maio de 2020, no qual os convidados foram instruídos a "trazer sua própria bebida".
"Toda semana, o primeiro-ministro oferece defesas absurdas e francamente inacreditáveis aos partidos de Downing Street, e a cada semana isso se desfaz", disse Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista de oposição, ao Parlamento. A pressão sobre o primeiro-ministro cresceu quando um parlamentar conservador desertou para o Partido Trabalhista de oposição e um ex-membro do gabinete de Johnson lhe disse: "Em nome de Deus, vá!"
Voto de desconfiança
Os legisladores conservadores estão julgando se devem abrir um voto de desconfiança contra Johnson em meio à raiva pública pelo escândalo do "partygate". De acordo com as regras do Partido Conservador, um voto de desconfiança no líder do partido pode ser acionado se 54 parlamentares do partido escreverem cartas exigindo isso. Até agora, apenas alguns membros conservadores do Parlamento pediram abertamente que Johnson renuncie, embora se acredite que várias dezenas tenham enviado cartas.
O legislador conservador Andrew Bridgen, que está pedindo uma mudança de liderança, disse acreditar que o limite de 54 assinaturas seria atingido "esta semana", preparando o terreno para um voto de desconfiança em poucos dias. Se Johnson perdesse o voto de confiança entre os 359 legisladores do partido, isso desencadearia uma disputa para substituí-lo como líder conservador. O vencedor também se tornaria primeiro-ministro.
Derrubar Johnson deixaria o Reino Unido no limbo por meses, enquanto o Ocidente lida com a crise da Ucrânia e a quinta maior economia do mundo lida com a onda inflacionária desencadeada pela pandemia de covid-19, com a inflação no Reino Unido subindo para o nível mais alto em quase 30 anos. Os principais rivais dentro do Partido Conservador incluem o Chanceler do Tesouro Rishi Sunak, 41, e a Secretária de Relações Exteriores Liz Truss, 46.
Ao menos 14 festas
Do lockdown anunciado por Johnson no dia 23 de março de 2020, até abril do ano passado, houve pelo menos 14 festas em Downing Street, a sede do governo britânico, no coração de Londres. Uma delas aconteceu na véspera do funeral do príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth II - o premiê imediatamente pediu desculpas à família real.
Na semana passada, a imprensa britânica noticiou que, uma das festinhas, em maio de 2020, saiu do controle e adentrou a madrugada nos jardins da residência oficial. Um dos convidados, um pouco mais animado, quebrou o balanço de Wilf Johnson, filho de 1 ano do primeiro-ministro. Relatos de alguns frequentadores garantem que uma geladeira especial foi instalada na sala de imprensa para armazenar garrafas de vinho.
O futuro do premiê depende agora do resultado da investigação de Sue Gray, uma alta funcionária do gabinete responsável pelo monitoramento da ética no governo. Aos 64 anos, ela tem reputação de ser independente e fama impecável. Johnson disse aos legisladores que o relatório de Gray seria publicado na próxima semana e instou seu partido a reter o julgamento até então. "Cabe ao inquérito apresentar uma explicação do que aconteceu", disse.
As desculpas de Johnson - nas quais ele reconheceu "erros de julgamento", mas não quebra de regras pessoais - parecem ter enfraquecido, em vez de fortalecido, sua posição no partido. Mesmo os legisladores que apoiaram Johnson dizem que ele teria que renunciar se for descoberto que mentiu. (Com agências internacionais).
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Planos de saúde serão obrigados a pagar teste rápido, decide ANS
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) decidiu na tarde de ontem que os planos de saúde devem cobrir os testes rápidos para detecção de antígeno do coronavírus a todos os beneficiários. A inclusão da testagem no rol de procedimentos obrigatórios foi aprovada por unanimidade durante reunião extraordinária e virtual entre a diretoria colegiada do órgão.
O teste passa a ser disponibilizado para todos os pacientes que apresentem sintomas de síndrome gripal ou síndrome respiratória aguda grave, desde que entre o primeiro e o sétimo dias do início dos sintomas. A janela, segundo os diretores da ANS, teria uma 'melhor resposta no diagnóstico'.
Os planos de saúde não serão obrigados a pagar pelo teste quando o paciente tiver resultado positivo para o coronavírus em teste há até 30 dias ou tiver contactado alguma pessoa infectada, mas esteja assintomático. Crianças com menos de dois anos de idade também não serão incluídas na cobertura dos planos, assim como aqueles que desejam saber o diagnóstico para volta ao trabalho ou suspensão do período de isolamento.
'O covid nos traz restrições e impactos sobre toda a população, tanto no individual quanto no coletivo. A pandemia nos impõe algumas situações e reflexões. Mas, mais do que refletir, nós fomos instados a agir', disse Paulo Rebello, presidente da ANS, durante a reunião.
RECORDE DE CASOS. O Brasil registrou 349 novas mortes pela covid-19 ontem. A média semanal de vítimas, que elimina distorções entre dias úteis e fim de semana, ficou em 215, mantendo a tendência de crescimento pelo nono dia consecutivo e superando o patamar de 200 pela primeira vez desde o início de dezembro.
O número de novas infecções pelo coronavírus notificadas foi de 205. 310, o maior registro em 24 horas desde o início da pandemia, substituindo o recorde alcançado na véspera, quando mais de 132 mil pessoas foram diagnosticadas com covid-19.
Com isso, a média diária de testes positivos é de 100. 322, também a maior até então, representando um aumento de 487% em relação à de duas semanas atrás.
No total, o Brasil tem 621. 927 mortos e 23. 420. 861 casos da doença.
Mortes por covid
O País registrou ontem 349 novos óbitos, sendo a média diária de 215 na última semana
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Lewandowski manda MP fiscalizar pais antivacina
Ministro do STF dá orientação após questionamento de partido; lei prevê imunização obrigatória quando houver recomendação de autoridades sanitárias
O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, oficiou ontem os procuradores-gerais de Justiça dos 26 Estados e do Distrito Federal para que adotem as 'medidas necessárias' para fiscalizar pais que não estão vacinando seus filhos contra a covid-19, inclusive com a eventual aplicação de penalidades. A determinação leva em consideração atribuições do Ministério Público previstas na Constituição e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Em nota, o gabinete do ministro diz que a medida se dá para que os MPs possam verificar se os pais 'estão tendo o devido cuidado' com a saúde das crianças no tema da imunização.
O despacho de Lewandowski ocorre após o partido Rede Sustentabilidade questionar sobre casos de pais antivacina e frisar que o Estatuto da Criança e do Adolescente 'impõe a obrigatoriedade de toda e qualquer vacina nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias'. Ao oficiar o MP em todo o País, o ministro recomendou que os promotores também atuem na 'relevante tarefa de preservar a saúde das crianças' - embora os Conselhos Tutelares sejam os primeiros responsáveis na fiscalização desse tipo de conduta.
De acordo com o ECA, a vacinação é obrigatória nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias. Quem descumpre 'os deveres inerentes ao poder familiar ou decorrente de tutela ou guarda' está sujeito a multa de três a 20 salários - podendo haver, ainda, punições mais severas.
O presidente Jair Bolsonaro, contudo, tem colocado em xeque a segurança e a eficácia da vacina para o grupo de 5 e a 11 anos, na contramão de entidades médicas, científicas e mais de 40 países que aplicam o imunizante nesta faixa etária.
DISCUSSÃO. Alexandre Schneider, pesquisador do Centro de Estudos em Política e Economia do Setor Público da FGV, diz que 'não há discussão em relação à obrigatoriedade da vacinação' nas escolas, por causa do posicionamento do STF de 2020, sobre o tema. Ele diz acreditar que, quando houver imunizante disponível para todos, será possível que escolas apliquem medidas para incentivar a vacinação.
'O Supremo na decisão, inclusive, definiu que o Estado pode impor algumas obrigações indiretas como, por exemplo, vetar a presença de pessoas não vacinadas em determinados ambientes', diz. 'A escola pode adotar uma regra de obrigatoriedade da vacina para todos os estudantes que a estejam frequentando. Não é o caso de eventualmente negar a matrícula, mas de garantir com que a frequência à escola seja em aulas presenciais feitas só por crianças e adolescentes vacinados. '
INFORMAÇÃO. Para a vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabella Ballalai, o debate sobre se uma criança pode ou não frequentar a escola por não estar vacinada gera polêmica. Quando os pais se negam a imunizar os filhos, a orientação é acionar o Conselho Tutelar - o que ela destaca não ser algo rotineiro para vacinas obrigatórias no País.
'Hoje, essa discussão só aumenta o discurso dos contra vacina e as dúvidas dos pais', diz. 'Temos uma maioria de famílias que pretende vacinar seus filhos e temos uma parte importante, de pelo menos 20%, com dúvidas. ' Para ela o importante é reforçar orientações sobre a vacinação infantil contra a covid, destacando que o imunizante é seguro e eficaz.
IRREGULARIDADES. No âmbito da mesma ação - processo que tratava inicialmente da compra de vacinas, pelo governo federal - Lewandowski solicitou manifestação, em 48 horas, dos Estados e do Distrito Federal sobre supostas irregularidades na vacinação de crianças e adolescentes menores de 18 anos contra a covid-19.
Segundo a Advocacia-Geral da União, o governo teve acesso a informações 'extremamente preocupantes' sobre o registro de aplicação de imunizantes em crianças e adolescentes fora dos padrões estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária'. O órgão sustenta que, segundo o cadastro, doses de outras vacinas teriam sido aplicadas. Além disso, a AGU diz haver registros de que crianças com menos de cinco anos teriam sido vacinadas.
Público-alvo
5 a 1l anos é a nova faixa etária da campanha nacional de imunização contra a covid-19, iniciada na última semana
61 % foi o aumento de internações de crianças e adolescentes pelo novo coronavírus nos últimos dois meses no Estado de São Paulo, conforme dados da Secretaria da Saúde.
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FOLHA DE S.PAULO
Lençóis Paulista suspende vacinação infantil após pai relatar suposta reação
Secretaria estadual diz ser precipitado associar o caso à vacina contra a Covid
A informação de que uma criança apresentou alterações nos batimentos cardíacos após tomar a vacina contra a Covid-19 levou a Prefeitura de Lençóis Paulista, no interior paulista, a suspender nesta quarta-feira (19) a campanha de imunização de crianças.
A decisão foi tomada pelo prefeito Anderson Prado (DEM) depois de circular um relato de que uma criança com asma teria apresentado alterações nos batimentos cardíacos e, segundo relato dos pais, chegou a desmaiar cerca de 12 horas após a aplicação da vacina
A criança foi levada para uma clínica particular e transferida para um hospital em Botucatu, onde permanece sob observação. A Prefeitura de Lençóis Paulista informou que, segundo a família, a criança tem quadro estável e está consciente.
Em nota divulgada nas redes sociais, a prefeitura ainda afirmou que não teve acesso ao prontuário da criança. Mesmo assim, optou por suspender a vacinação infantil por sete dias.
O prefeito informou, no entanto, que pais ou responsáveis que procurarem espontaneamente a rede poderão vacinar os filhos.
A campanha de vacinação infantil foi iniciada nesta terça (18) e 46 crianças já haviam sido vacinadas no município. Segundo a prefeitura, elas serão monitoradas por técnicos da saúde, que vão atestar se houve ou não alguma nova reação indesejada.
Com cerca de 70 mil habitantes, a cidade tem 6.430 crianças de 5 a 11 anos.
O prefeito explicou que a decisão de suspender a campanha de vacinação para crianças foi tomada em reunião extraordinária do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 do município, realizada na tarde desta quarta.
"O Comitê deixa claro que não existe dúvida sobre a importância da vacinação infantil. Mas, diante do ocorrido, será dado esse prazo para o acompanhamento e monitoramento diário das 46 crianças lençoenses vacinadas até o momento", disse o prefeito em nota.
Ele afirmou que o prazo é necessário para aprofundamento sobre o caso de envio de relatórios aos órgãos de controle federais e estaduais: "A Secretaria de Saúde está solicitando autorização para acesso ao prontuário médico, uma vez que o atendimento ocorreu na rede privada", acrescenta.
Antes da reunião do comitê, a prefeitura já havia publicado uma nota nas redes sociais oficiais da relatando o caso.
Na nota, a prefeitura afirma que não teve acesso ao prontuário médico e, portanto, não tinha certeza se o quadro clínico da criança seria um efeito da aplicação da vacina.
A decisão do prefeito provocou reações nas redes sociais. Mas também ganhou o apoio de parcela da população, que informou que não mais vacinaria os seus filhos.
O prefeito defendeu a divulgação do caso nas redes da prefeitura: "Não há nada de alarmismo nessa medida. A decisão de tornar o caso público foi totalmente acertada e uma forma de mostrar transparência das medidas adotadas pela Administração", disse o prefeito.
O prefeito Anderson Prado publicou nesta terça-feira (19) em suas redes sociais um vídeo em que é cumprimentado pela deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) por ter conseguido junto ao Ministério da Saúde um lote de 10 mil testes para Covid-19 para a cidade.
Nesta semana, Zambelli enviou ofício ao ministério e à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), em que pede a suspensão da vacinação infantil "até a reavaliação de segurança".
O prefeito afirmou não ter nenhuma relação com Zambelli. Disse que sempre foi à favor da vacina e que também é favorável à vacinação infantil. Mas defendeu ser prudente suspender a vacinação e avaliar os efeitos nas crianças já imunizadas.
A Secretaria de Estado da Saúde disse que todas as vacinas aprovadas pela Anvisa são seguras e eficazes, impactando diretamente na redução de casos graves e internações por Covid-19.
A pasta estadual informou ainda que o Centro de Vigilância Epidemiológica está acompanhando e analisará o caso de Lençóis Paulista. Ainda informou que todos os casos de eventos adversos são examinados por uma comissão de especialistas antes de qualquer confirmação.
"É, portanto, precipitado e irresponsável afirmar que o caso do município está associado a vacinação. Na maioria das vezes, os casos de eventos adversos pós-vacinação são coincidentes, sem qualquer relação causal com o imunizante", afirma a secretaria.
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Em recorde, Brasil supera 200 mil casos em único dia
São Paulo O Brasil, pelo segundo dia consecutivo, registrou recordes de casos de Covid. Nesta quarta-feira (19), foram 205. 310 infecções documentadas, maior valor observado em um único dia. A média móvel de casos também atingiu o recorde de toda a pandemia e agora é de 100. 322 infecções por dia, valor 487% maior do que o dado de duas semanas atrás.
Na terça (18), foram registrados 132. 254 casos de Covid.
Além do crescimento de casos, as mortes também aumentaram. Nesta quarta, foram registrados 349 óbitos e a média móvel chegou a 215 vidas perdidas por dia, aumento de 114%, também em relação aos dados de duas semanas atrás.
O elevado valor de infecções se deve, em especial aos dados do Rio de Janeiro, que registrou sozinho 69. 223 casos. O estado não apresentou explicações para o número.
Com os dados desta quarta, o país chegou a 621. 927 vidas perdidas e a 23. 420. 861 pessoas infectadas pelo Sars-CoV-2 desde o início da pandemia. Os dados do país, coletados até 20h, são fruto de colaboração entre Folha, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1 para reunir e divulgar os números relativos à pandemia do novo coronavírus. As informações são recolhidas pelo consórcio de veículos de imprensa diariamente com as Secretarias de
Saúde estaduais.
Os dados da vacinação contra a Covid-19 estão afetados pelo ataque hacker ao sistema do Ministério da Saúde, ocorrido em dezembro, com diversos estados sem atualização. De toda forma, as informações foram ao menos parcialmente atualizadas em 15 estados e no Distrito Federal.
Nesta semana, o consórcio de veículos de imprensa atualizou os números de população brasileira usados para calcular o percentual de pessoas vacinadas no país. Agora, os dados usados são a projeção do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para 2022. Todos os números passam a ser calculados de acordo com esses valores, inclusive os do ano passado. Por isso, os percentuais de pessoas vacinadas podem apresentar alguma divergência em relação aos números publicados anteriormente.
O Brasil registrou 1. 689. 540 doses de vacinas contra Covid-19, nesta quarta-feira. De acordo com dados das secretarias estaduais de Saúde, foram 153. 477 primeiras doses, 198. 979 segundas doses. Além disso, foram registradas 1. 440. 750 doses de reforço.
As doses únicas ficaram com dados negativos (-103. 666). Isso ocorreu devido a revisões no Amapá (-5-455), Bahia (-31), Ceará 83. 959), Distrito Federal (-39), Maranhão (-133), Minas Gerais (-92) e, principalmente, Rio Grande do Sul (-95. 400).
Ao todo, 162. 418. 676 pessoas receberam pelo menos a primeira dose de uma vacina contra a Covid no Brasil -142. 752. 088 delas já receberam a segunda dose do imunizante. Somadas as doses únicas da vacina da Janssen contra a Covid, já são 147. 754. 119 pessoas com as duas doses ou com uma dose da vacina da Janssen.
Assim, o país já tem 75, 60% da população com a 1º dose e 68, 78% dos brasileiros com as duas doses ou com uma dose da vacina da Janssen. Considerando somente a população adulta, os valores são, respectivamente, de 100, 40% ? 91, 33%.
Mesmo quem recebeu as duas doses ou uma dose da vacina da Janssen deve manter cuidados básicos, como uso de máscara e distanciamento social, afirmam especialistas.
A iniciativa do consórcio de veículos de imprensa ocorreu em resposta às atitudes do governo Jair Bolsonaro (sem partido), que ameaçou sonegar dados, atrasou boletins sobre a doença e tirou informações do ar, com a interrupção da divulgação dos totais de casos e mortes. Além disso, o governo divulgou dados conflitantes.
205. 310 número de casos registrados nesta quarta
100. 322 média móvel de novas infecções por dia; valor é 487% maior do que o dado de duas semanas atrás
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Anvisa adia liberação de autoteste e cobra mais dados da Saúde
BRASÍLIA A diretoria colegiada da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) não aprovou nesta quarta (19), por 4 votos a 1, o uso de autoteste de Covid-19 no Brasil.
A decisão ocorre no momento em que há uma explosão da procura por testes da Covid com o avanço da variante ômicron. Laboratórios privados têm relatado falta de exames.
A leitura foi de que a nota técnica do Ministério da Saúde apresentava lacunas, por exemplo, sobre como notificar a confirmação da infecção e de que forma orientar os pacientes.
Os diretores aprovaram a realização de diligências adicionais e a retomada da votação sobre o tema em até 15 dias.
Na quinta (13), a pasta pediu para a agência liberar esse tipo de exame, que pode ser feito em casa. Seu uso é vetado por uma resolução de2015.
Pela regra, o ministério precisa propor uma política pública para liberar a entrega dos exames ao público leigo. A pasta já sinalizou que os produtos não devem ser comprados pelo governo federal.
A diretora relatora, Cristiane Rose Jourdan Gomes, foi a única que sinalizou positivamente a aprovação do autoteste mesmo sem política pública por parte do ministério.
Ela entendeu que que tal regulamentação pode ser editada em medida de excepcionalidade para garantir maior acesso da população a testagem, e consequentemente, identificar, isolar e minimizar a transitabilidade da variante ômicron independentemente da ação de política pública.
'Considerando o contexto pandêmico que vivemos, o uso dos autotestes pode representar uma estratégia de triagem, uma vez que poderia iniciar rapidamente os casos positivos e as ações necessárias para interrupção da cadeia de transmissão', disse.
'Trata-se de uma medida adicional que amplia o acesso a testagem a fim de prevenir a transmissão de Covid junto com a vacinação, o uso de máscara e o distanciamento social', afirmou Gomes.
Ela citou algumas medidas que deveriam ser tomadas, como a exigência de uma linguagem clara ao público com alertas, precauções, como realizar a coleta adequada e a execução do teste.
Gomes disse ainda que se deve alertar que o teste negativo não eliminaria a possibilidade de infecção do vírus e pediu a criação de um canal para atender ao usuário.
Os outros diretores seguiram o voto do diretor Rômison Mota. No seu voto, ele disse que não houve uma formalização da inclusão da auto testagem como política pública pelo Ministério da Saúde. Na sua visão, tal formalização é condição da que seja afastada a vedação.
'Outros países que adotaram o teste fora do ambiente laboratorial, além de possuir critério sanitário direcionado a tais situações, estabeleceram políticas públicas na perspectiva de combate à disseminação do coronavírus'
Os diretores esclareceram que, conforme entendimento da Procuradoria Federal junto à Anvisa, a nota técnica enviada pelo Ministério da Saúde não cumpre todos os requisitos necessários a uma política pública.
Em razão disso, a diretoria responsável pela análise do processo havia encaminhado pedido de esclarecimentos adicionais ao ministério na terça (18) e aguarda resposta.
O diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, disse que há diversas lacunas a serem respondidas. Há preocupação por 1parte da agência, por exemplo, sobre a compilação de dados e a transformação de dados compilados em notificação capaz de gerar todo o tratamento estatístico necessário.
O ministro da Saúde, Mar celo Queiroga, afirmou que irá se manifestar sobre a cobrança feita pela Anvisa quando tiver acesso ao inteiro teor da decisão.
'A posição do Ministério da Saúde acerca do autoteste é clara, como é tudo aqui no governo do presidente Jair Bolsonaro [PL]. Nós já nos manifestamos favoráveis à venda de autotestes nas farmácias', disse após assinar, em evento no ministério, portaria que libera R$104 MILHÕES para municípios atingidos pelas chuvas na Bahia.
'Em relação à política pública, a política são os testes na atenção primária. E nós estamos distribuindo testes para os municípios para que eles realizem testes na atenção primária', afirmou.
Na sequência, o ministro voltou a se manifestar em redes sociais. 'Vamos complementar as informações solicitadas pela Anvisa. Em relação aos testes no SUS, as demandas têm sido atendidas', escreveu Queiroga. Segundo ele, foram enviados 15 milhões detestes.
Como a Folha mostrou, o presidente-executivo da CBDL (Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial), Carlos Gouvêa, disse que os autotestes devem ser mais baratos que exames de antígeno vendidos em farmácia.
Outros países que adotaram o teste fora do ambiente laboratorial, além de possuir critério sanitário direcionado a tais situações, estabeleceram políticas públicas na perspectiva de combate à disseminação do coronavírus
Rômison Mota diretor da Anvisa
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O GLOBO
Governo quer lançar uma plataforma 'Open Health' para reduzir custos
Compartilhamento seria similar ao de dados entre os bancos. Especialistas lembram que não há prontuário unificado no país
O Ministério da Saúde planeja a criação de um modelo de compartilhamento de dados entre planos de saúde para ampliar a concorrência no setor de saúde suplementar, conforme informou o colunista do GLOBO Lauro Jardim no último fim de semana. A ideia é que o 'Open Health' funcione nos moldes do que acontece com os bancos no Open Banking, que permite ao consumidor compartilhar dados com quais bancos desejar, possibilitando a oferta de produtos personalizados.
Em entrevista ao Valor Econômico, o ministro da saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que o projeto já recebeu aval do presidente Jair Bolsonaro. O governo estuda fazer uma medida provisória sobre o tema, disse o ministro. Uma das consequências citadas por Queiroga seria reduzir o tempo necessário para a portabilidade entre planos.
A plataforma reuniria registros de pacientes e indicadores de saúde, que seriam compartilhados entre as empresas. Assim, diz o ministro, operadoras poderiam oferecer planos adequados ao perfil de cada cliente, com preços menores para aqueles que usam menos o sistema de saúde. Além disso, com o esperado aumento da oferta de planos, haveria menos pressão sobre o sistema público de saúde. Procurado pelo GLOBO, o ministério, porém, não esclareceu até o fechamento desta edição como os dados seriam compilados, uma vez que não existe um prontuário unificado de saúde no país.
ALCANCE DA MEDIDA
No caso do sistema financeiro, os dados de crédito estão reunidos em plataformas privadas, e o Open Banking demanda adesão do usuário.
Representantes do setor de saúde receberam a proposta com surpresa e ponderam que a medida pode, de fato, aumentar a concorrência no setor, porém há risco de segregação de beneficiários que dependem mais do plano, coma adoção de preços maiores, e reforçam que não há prontuário unificado no país.
Para José Cechin, superintendente executivo do Instituto de Estudos da Saúde Suplementar (IESS), parte dos usuários pode ter resistência a compartilhar seu prontuário médico, principalmente se há algum problema de saúde, mas bons hábitos também podem servir como indicador, como prática de esportes e alimentação. Do ponto de vista do negócio, ele vê ganhos:
- Com conhecimento dos dados da carteira de usuários do outro, as operadoras poderiam 'pescar no aquário', oferecer o que fazem melhor por um custo menor. Mas é preciso fazer uma análise criteriosa para entender as consequências.
Para Mário Scheffer, especialista em saúde e professor da faculdade de Medicinada USP, a proposta do governo pode prejudicar quem já tem algum tipo de doença ou comorbidade:
-A circulação livre de dados dos pacientes entre as operadoras serve para que façam seleção de risco, escolham pessoas que não têm doença e para justificar a venda de planos 'customizados' de menor cobertura.
Há dúvidas ainda sobre o alcance da medida. Renato Casarotti, presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), lembra que na saúde os dados são muito descentralizados, pois não há sistema de prontuário único. Além disso, os planos de saúde individuais representam apenas 20% do mercado.
- Não sei se o compartilhamento desses dados seria suficiente para aumentar a oferta de planos individuais, já que o grande entrave é mesmo a aplicação de reajuste pela média do mercado pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) - disse Casarotti, lembrando que não é permitido fazer diferenciação de preço de entrada nos planos nem recusar cliente se o produto estiver à venda.
Alexandre Putini, diretor de Transformação Digital, Inovação e Advanced Analytics da SulAmérica, diz que o sistema teria impacto positivo na velocidade e qualidade de atendimento e na redução da inflação médica, com mais eficiência em prescrições e exames.
- Veremos muita inovação, produtos e serviços 'digital', muito amparados por novas tecnologias e redes de alta velocidade habilitando experiências incríveis, algumas delas em tempo real.
Para Carlos Eduardo Fernandes, presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), o maior risco é a segregação de quem precisa de um cuidado mais intensivo: - O sistema pode vir travestido de benefícios, mas me preocupa a vulnerabilidade dessa população. A exposição de dados aos planos aumenta o risco de segregação.
'Com conhecimento dos dados da carteira de usuários, as operadoras poderiam 'pescar no aquário; oferecer o que fazem melhor por custo menor' José Cechin, superintendente executivo do Instituto de Estudos da Saúde Suplementar '
'A circulação livre de dados dos pacientes entre as operadoras serve para que façam seleção de risco, escolham pessoas que não têm doença' Mário Scheffer, especialista em saúde e professor da faculdade de Medicina da USP
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Em SP, cresce internação por Covid entre menores de 18
Aumento de ocupação de UTIs foi de 61% nos dois últimos meses, de acordo com dados do governo do estado
A internação de crianças e adolescentes em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) devido à Covid-19 aumentou 61% nos últimos dois meses. Segundo o governo do estado, em 15 de novembro de 2021 havia 106 menores de idade em UTI. Já na segunda-feira desta semana, o número chegava a 171 internados em estado grave.
- Esse aumento mostra a necessidade de acelerar a vacinação nesta faixa etária -afirmou o governador João Doria, em coletiva realizada ontem.
A expectativa do governo de São Paulo é que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) libere a aplicação da vacina Corona-Vac para crianças e adolescentes de 3 a 17 anos de idade ainda hoje, numa reunião prevista para as 10 horas da manhã. Se aprovada, a vacinação começará imediatamente, prometeu Doria.
PRONTA-ENTREGA
Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan, que fabrica a CoronaVac no Brasil, informou que o laboratório játem 15 milhões de doses prontas para aplicação em crianças e adolescentes, das quais 10 milhões deverão ser utilizadas nos 645 municípios de São Paulo.
As doses de CoronaVac também poderão ser negociadas com o governo federal, caso o Ministério da Saúde solicite, ou com governos de outros estados. Por enquanto, o governo liberou apenas 10% da quantidade necessária de vacinas para imunizar, com Pfizer, as crianças de 5 a 11 anos em todo o país.
-A CoronaVac tem o melhor perfil de segurança para essa faixa etária. É absolutamente segura e temos confiança que a Anvisa deverá aprovar -disse Covas.
Coordenadora do programa de vacinação em São Paulo, Regiane de Paula informou que, tendo vacina disponível, os municípios terão condições de aplicar 250 mil doses diariamente.
A vacina produzida pelo Butantan é indicada para crianças a partir de 3 anos de idade. Já a vacina pediátrica da Pfizer, adotada pelo governo federal, pode ser aplicada em crianças a partir de 5 anos.
São Paulo tem hoje 2.842 pessoas internadas em UTI. Apesar do aumento ocorrido a partir do início do ano, o número de internações ainda está bem abaixo dos períodos de pico: 6.500 na primeira onda e 13.150 na segunda onda.
'GALINHA VACINADINHA'
Na terça-feira, o governo de São Paulo lançou uma campanha que traz a personagem Galinha Pintadinha se vacinando contra a Covid-19, para incentivar a imunização de crianças. Na peça publicitária, após receber a primeira dose, a penosa se transforma em "Galinha Vacinadinha".
O vídeo de 30 segundos será exibido nos canais de televisão, portais e redes sociais até o dia 31 de janeiro. Além da Galinha Vacinadinha, a ação exibe outros personagens representando médicos e cientistas.
"A peça destaca que a ciência, através de diversos estudos, trabalhou no combate a pandemia e garantiu a vacinação para toda a população, inclusive, a imunização para mais de 4 milhões de crianças", disse o governo, em nota.
Ainda de acordo com o governo de São Paulo, a paródia musical é um incentivo para que pais e responsáveis acompanhem o calendário vacinai e levem seus filhos ao posto mais próximo de casa para serem imunizados.
A vacinação infantil no estado começou na sexta-feira passada, após a entrega do lote inicial de 234 mil vacinas pediátricas da Pfizer. O menino indígena Davi Seremramiwe Xavan-te, de 8 anos e portador de uma deficiência motora, foi a primeira criança a receber a vacina no Brasil.
Esta não é a primeira vez que o governo faz referência a desenhos, filmes ou séries em suas campanhas. Anteriormente já foram usados 'Harry Potter', 'Elite' e 'High School Musical'. A estratégia também já foi adotada por políticos, como a deputada Joice Hasselmann, que usou a 'Miss Piggy', em alusão à personagem Peppa Pig, durante o último pleito, no qual concorria à prefeitura de São Paulo.
Espera incansável. Expectativa do governo de São Paulo é que Anvisa libere CoronaVac para crianças e adolescentes de 3 a 17 anos de idade ainda hoje
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É #FAKE que Drauzio Varella escreveu texto ensinando como socorrer crianças em caso de mal súbito
Médico não escreveu coluna com esse teor. A imagem falsa serve de mote para legendas que alegam que as vacinas contra a Covid-19 para crianças são prejudiciais à saúde. A Anvisa atesta que as vacinas são seguras. Além disso, a bula do imunizante não cita os efeitos alegados na mensagem viral.
RIO - Circula nas redes sociais uma imagem que imita o aspecto da coluna do médico Drauzio Varella no jornal "Folha de S.Paulo" com o seguinte título: "Como socorrer seu filho pequeno caso ele tenha um mal súbito". É #FAKE.
A suposta coluna mostra uma foto de uma criança sendo socorrida e a seguinte frase abaixo do título: "Má alimentação, vida sedentária e aquecimento global podem contribuir para o problema".
A imagem é uma montagem. Drauzio Varella não escreveu uma coluna com esse título. "É fake. Nunca escrevi essa idiotice", disse o médico ao Fato ou Fake.
Drauzio também desmentiu a mensagem falsa em suas redes sociais verificadas e em seu site oficial. "A imagem e a coluna não são verdadeiras. As fake news são um problema grave, e não podemos ser ingênuos. Verifique antes de compartilhar", afirma uma publicação em sua conta do Twitter.
Está rolando por aqui, o print de uma suposta coluna do dr. Drauzio que teria sido publicada no dia 12/01, na Folha de S.Paulo.
A imagem e a coluna NÃO SÃO VERDADEIRAS.
As fake news são um problema grave, e não podemos ser ingênuos. Verifique antes de compartilhar.
- Portal Drauzio (@drauziovarella) January 17, 2022
A Folha também publicou em seu perfil verificado no Facebook uma checagem da Agência Lupa que desmente que Drauzio tenha escrito uma coluna com esse título.
Detalhes revelam a inconsistência da mensagem falsa. A imagem apresenta data de 12 de janeiro de 2022. Mas a coluna real de Drauzio publicada neste dia é intitulada "No combate a Covid e influenza, enfermeiras são linha de frente da saúde".
Além disso, a imagem falsa apresenta Drauzio como médico e jornalista. Mas a coluna verdadeira dele na Folha o apresenta como "médico cancerologista, autor de 'Estação Carandiru'.'
Fake usada para criticar vacinação infantil
A imagem falsa serve de mote para legendas que alegam que as vacinas contra a Covid-19 para crianças são prejudiciais à saúde delas.
"Pais, se preparem, porque a partir dessa segunda-feira o aquecimento global vai causar muitas mortes de crianças por mal súbito", diz uma delas. De forma irônica, a mensagem troca o termo "vacina" por "aquecimento global".
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), as vacinas contra a Covid são seguras. A agência autorizou a aplicação da vacina da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos. Também participaram da avaliação feita pela Anvisa especialistas das sociedades brasileiras de Infectologia (SBI), de Imunologia (SBI), de Pediatria (SBP), de Imunizações (SBIm) e de Pneumologia e Tisiologia.
A mesma autorização de uso já foi concedida pelo FDA e pela EMA (agências regulatórias de saúde dos Estados Unidos e União Europeia), além de países como Costa Rica, Colômbia, República Dominicana, Equador, El Salvador, Honduras, Panamá, Peru e Uruguai.
Em outubro, a Pfizer disse que a vacina é segura e mais de 90,7% eficaz na prevenção de infecções em crianças de 5 a 11 anos. A bula da Pfizer não cita mal súbito ou ataques cardíacos entre os possíveis efeitos adversos da vacina.
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PORTAL UOL
Sem apagão, registros de óbito pela covid em cartórios saltam 81% em 2022
Depois de nove meses seguidos de queda no número de registros de óbitos pela covid-19, o mês de janeiro já marca uma reversão na tendência. Os cartórios de registro civil do país contabilizavam, até as 19h de quarta-feira (19), um aumento de 81% na média móvel de mortes diárias pela doença.
O número estava em 102 no dia 31 de dezembro, o menor desde março de 2020. Passou para 183 em 16 de janeiro, o mais alto desde 11 de novembro de 2021.
Os dados, ainda preliminares, já apontam que a média móvel cresce a passos largos em meio à terceira onda da pandemia no país, marcada pela disseminação da variante ômicron.
Total de mortes sobe, mas patamar é mais baixo
O número de mortes, no entanto, deve ficar longe de se aproximar dos alcançados na segunda onda de covid no país. Em 30 de março do ano passado, a média móvel diária de mortes registrada pelos cartórios ficou em 3.413.
"Vamos ter um número significantemente menor em comparação ao ano anterior", diz Juliane Fonseca de Oliveira, pesquisadora do CIDAC (Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde) da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
O país tem quase 70% da população com o ciclo vacinal completo contra covid-19, segundo o consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte. Mesmo após o recorde de mais de 200 mil casos confirmados no país ontem, as internações cresceram em um ritmo menos acelerado -assim como deve ocorrer com as mortes.
Uma média baixa também está sendo observada em outros países que também estão sendo bastante afetados pela circulação do ômicron, o que prova o efeito da proteção da vacina. Mas ainda é cedo: a gente precisa acompanhar para ver se vamos manter a proteção e entender o quão ela é eficaz diante da ômicron".
Juliane Fonseca de Oliveira, Fiocruz
Mortes causadas pela covid-19:
Apesar dos dados dos cartórios ainda serem parciais, a tendência é que janeiro registre um aumento de mortes em relação ao mês anterior, algo que não ocorria desde março em relação a fevereiro de 2021. Em todo o mês de dezembro do ano passado, os cartórios registraram 3.341 óbitos. Este mês, até ontem, eram 2.768.
Os dados do Portal da Transparência da Arpen Brasil (Associação de Registradores de Pessoas Naturais) têm como base a causa mortis apontada pelo médico na declaração de óbito. Além disso, o número de mortes se refere à data do óbito, diferente dos estados (que abastecem o Ministério da Saúde e o consórcio de imprensa) -que se referem à data da inclusão do óbito no sistema.
"Os números já mostram uma elevação nos óbitos em janeiro, na comparação com os dados de dezembro, chegando ao pico de mais de 80% no dia 16 de janeiro, ainda dentro de um prazo em que podem ser lançados mais registros na plataforma", disse Gustavo Fiscarelli, presidente da Arpen/Brasil.
O prazo total para recepção dos dados dos cartórios e inclusão no portal é de até 15 dias, ou seja, os números dos últimos dias janeiro ainda podem subir.
Outro dado do portal é que as mortes pela covid-19 cresceram de forma desigual pelo país, com maior aumento nos estados que primeiro detectaram a circulação da variante ômicron.
O Rio de Janeiro teve o maior crescimento, de 933%, indo de 3 para 31 entre o último dia do ano passado e o dia 17 deste mês.
Mortes no Rio:
Em São Paulo, também houve uma alta acima da média nacional. A média móvel de sete dias mais que dobrou este ano: de 24 (em 31 de dezembro) para 57 (em 14 de janeiro). As internações de crianças e adolescentes no estado cresceram 61% entre novembro e janeiro, informou ontem o governador João Doria.
Apagão impediu prever alta
Para especialistas em análise de dados ouvidos pelo UOL, a curva de ascensão de casos e internações -que resultou na alta de mortes- não pôde completamente percebida porque ocorreu justamente no período de apagão de dados do Ministério da Saúde.
Juliane Oliveira explica que a estimativa é que o número de óbitos provocados pela covid-19 comece a subir em torno de 15 dias após a alta o número de casos.
"O apagão de dados demonstra também um colapso no acompanhamento do risco da pandemia como um todo. Esses dados do registro civil com crescimento [de mortes] na primeira semana de janeiro demonstra que falhamos em prever o impacto da ômicron, que é a variante que mais causava risco no aumento de casos no final do ano", aponta.
A ferramenta mais importante para essa medição é o Sivep-Gripe (Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe), usado para que municípios reportem casos graves, internações e mortes por Influenza ou covid-19. A plataforma ficou sem dados entre 30 de novembro de 2011 (data da última atualização antes do ataque hacker) até a volta, no dia 14 de janeiro.
Um ponto que é importante destacar é que, como houve esse apagão do número de casos, temos um cenário de subnotificação que não somente está relacionado com os casos, mas muito provavelmente relacionado ao número de óbitos. Essa subnotificação também precisa ser estudada e estimada".
Juliane Fonseca de Oliveira, Fiocruz
Após o retorno do acesso aos dados do Sivep-Gripe, a Rede Análise Covid-19 remontou sua plataforma de dados com números de internações pelo país --e, só então, viu que elas cresceram durante o período de apagão.
"Os dados Sivep-Gripe mostram que a reversão de tendência de SRAG [Síndrome Respiratória Aguda Grave] aconteceu bem no período do apagão. Essa inversão começou a ocorrer ainda no final de 2021, quando a média diária de mortes parou de cair", explica Isaac Schrarstzhaupt, coordenador da Rede.
Ele também destaca que, como a doença deve ter um novo comportamento na sociedade, é difícil estimar um teto de óbitos que ela pode chegar, por exemplo. "Agora temos variante nova, vacinas, comportamento diferente da população", finaliza.
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CNN BRASIL
Goiás recebe vacinas pediátricas contra a Covid-19 fora da temperatura adequada
Ministério da Saúde orientou que o estado não distribua as doses até a conclusão da análise do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS)
A equipe técnica da Central Estadual de Rede de Frio de Goiás (CERF-GO) constatou, nesta quarta-feira (19), um erro na temperatura das caixas que armazenavam 44.300 doses da vacina pediátrica da Pfizer contra a Covid-19 transportadas pelo Ministério da Saúde.
A partir do parecer, a Secretaria da Saúde de Goiás notificou o órgão do governo federal 'visto que ele é o responsável por toda a logística de envio dos imunobiológicos aos estados'. É aguardada pela pasta a decisão sobre a liberação ou não dos imunizantes.
Com o caso, a distribuição das vacinas que chegaram na terça-feira (18) foi suspensa. A campanha no estado continua com a remessa que chegou na última sexta-feira (14).
Procurado pela CNN, o Ministério da Saúde 'informa que foi notificado e investiga o caso'. A pasta orientou Goiás a não 'distribuir as doses aos municípios, até a conclusão da análise do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS).'
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JORNAL OPÇÃO
Estudo genético mostra que infecção da sífilis está de volta
Por Rafaela Ferreira
Boletim epidemiológico do Ministério da Saúde revela que um total de 64.301 casos de sífilis adquirida foi registrado no primeiro semestre de 2021. Pesquisadores descobriram duas linhagens da infecção e as duas estão circulando atualmente em 12 países
Durante décadas, a infecção sexualmente transmissível (IST) silenciosa e sistêmica da Sífilis diminui nos anos 1980 e 1990. Isto ocorreu em decorrência, em parte, das práticas sexuais mais seguras na esteira da epidemia de HIV/Aids. Porém, recentemente, no Brasil, o número de casos desta IST parece aumentar. Segundo dados atualizados pelo Ministério da Saúde (MS), cerca de 64.300 casos foram registrados no Brasil somente no primeiro semestre de 2021. O número é 16 vezes maior do que em todo o ano de 2010, quando 3.936 pessoas foram diagnosticadas com a doença.
Em um levantamento realizado pela CNN Brasil, mostrou que o Centro-Oeste aparece com 7% dos casos totais de todo país, sendo a última do ranking. Desta forma, o Centro-Oeste segue o Sudeste que representa cerca de 45% dos casos, em seguida, aparecem o Sul (22%), Nordeste (16,5%), Norte com 8%.
Mesmo com uma baixa expressiva, em comparação com as outras regiões do país, os casos de sífilis seguem sim uma ascensão no estado. De acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), no período entre 2010 e 2029 foram detectados 25.616 casos de sífilis adquirida, 12.707 casos em gestantes e 2.385 casos de sífilis congênita no estado. Os casos concentram-se na população masculina (65%) e na faixa etária de 20 a 29 anos.
Segundo o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, é possível observar que no ano de 2020, comparado ao ano de 2019, houve redução de todas as taxas: 26,6% na taxa de detecção de sífilis adquirida, 9,4% na taxa de incidência de sífilis congênita e 0,9% na taxa de detecção em gestantes. A redução no número de casos pode decorrer de uma subnotificação dos casos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) devido à mobilização local dos profissionais de saúde ocasionada pela pandemia.
A sífilis tem cura e o tratamento é simples, por meio de uma a três doses de penicilina, dependendo da fase da doença, disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). Quando não é tratada, a bactéria permanece no organismo e a doença evolui para os estágios de sífilis secundária, quando podem ocorrer manchas, pápulas e outras lesões no corpo, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés, além de febre, mal-estar, dor de cabeça e línguas. Além disso, pode acarretar também na sífilis latente, fase assintomática, quando não aparece mais nenhum sinal ou sintoma. Após o período de latência, que dura de dois a 40 anos, a doença evolui para a sífilis terciária, uma condição grave que leva à disfunção de vários órgãos e pode provocar a morte do paciente. Costuma apresentar lesões ulceradas na pele, além de complicações ósseas, cardiovasculares e neurológicas.
Pesquisa
Em um mapeamento sobre o ressurgimento da doença em todo o mundo, pesquisadores da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres (LSHTM, na sigla em inglês), Instituto Wellcome Sanger, Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido, foi considerado o maior e mais abrangente estudo dos genomas da sífilis até hoje e fornece dados sobre como as cepas estão se movendo ao redor do mundo.
A pesquisa intitulada “Global phylogeny of Treponema pallidum lineages reveals recent expansion and spread of contemporary syphilis“ revelou que a equipe descobriu que todas as amostras vieram de apenas duas linhagens profundamente ramificadas, Nichols e SS14. Ambas as linhagens estão circulando atualmente em 12 dos 23 países amostrados, e amostras quase idênticas estiveram presentes em 14 desses países. Também foram encontradas algumas sub-linhagens mais raras, como cepas únicas ou privadas de um único país. Embora isso possa ser esperado em locais com pouca amostragem e geograficamente distantes, como Cuba, Haiti, México e Zimbábue, a pesquisa mostrou que a maioria das sub-linhagens privadas e cepas únicas eram, na verdade, do Canadá, Reino Unido ou EUA, sugerindo que uma amostragem mais profunda em outros lugares também pode encontrar uma nova diversidade.
O Dr. Mathew Beale, do Instituto Wellcome Sanger, primeiro autor do estudo, explica que foram encontradas evidências de transmissão generalizada de cepas entre países e que a maioria das cepas de todo o mundo são extremamente semelhantes. “Isso porque compartilham uma fonte comum que data de apenas algumas décadas (final dos anos 1990 / início dos anos 2000). Embora também tenhamos sequenciado algumas cepas mais antigas, elas não estão intimamente relacionadas à sífilis atual e parece que novas cepas (linhagens) de sífilis substituíram as mais antigas”, ressalta.
Ainda segundo o pesquisador, as linhagens de sífilis dominantes que infectavam pacientes antes de 1983 não são as mesmas que infectam hoje. “Nossa análise mostra um gargalo populacional ocorrido no final da década de 1990 que indica um grande declínio no tamanho da população de T. pallidum, provavelmente como resultado da crise de HIV / Aids”, destaca. Para ele, isso acende um alerta do ponto de vista da saúde pública. “O preocupante é que a presença de amostras quase idênticas em vários países sugere que a doença está sendo transmitida internacionalmente de forma regular. A sífilis está de volta e é global”, atenta o Dr. Beale.
Para realizar o levantamento, os pesquisadores utilizaram 726 amostras de sífilis de 23 países, as quais incluíram áreas bem amostradas, como Estados Unidos e Europa Ocidental, além de regiões mal amostradas, como Ásia Central, Austrália e África. O estudo é um recurso valioso para a compreensão da diversidade genética do T. pallidum que pode ter implicações para o desenvolvimento de vacinas e resistência aos medicamentos. Além disso, o estudo também mostra a associação com o aumento da sífilis congênita, que decorre do aumento do número geral de casos.
Atualmente, uma limitação da pesquisa é o número muito limitado de amostras de certas partes do mundo, incluindo a América Latina. Não há genomas disponíveis atualmente no Brasil e por isso a equipe está em busca de laboratórios no Brasil ou países vizinhos que tenham interesse em colaborar com a genômica da sífilis.
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Trombose: entenda a relação da doença com o Covid-19 e as vacinas contra o vírus
Por Gabriella Oliveira
Com a pandemia, casos de trombose tem aumentado, gerando dúvidas e medos em relação ao vírus e seu imunizante
Desde o surgimento do vírus Sars-CoV-2, em dezembro de 2019, os casos de trombose vêm aumentando em pacientes que se contaminaram com a doença e também em uma pequena parcela de pessoas que tomaram o imunizante que protege o corpo do vírus. Diante dos casos, muitas dúvidas e polêmicas foram criadas em torno do Covid-19 e das vacinas, por isso médicos e cientistas especialistas realizaram uma série de pesquisas para descobrir a relação entre os três fatores.
A trombose é um problema circulatório que se dá quando um coágulo, parcial ou total, se forma nos vasos sanguíneos, veias ou artérias, limitando o fluxo normal do sangue. “Em relação a Covid-19 nós sabemos que ele tem relação com a trombose, porque ele aumenta a coagulação sanguínea. Então, em determinados momentos, nós temos que entrar com anticoagulantes nos pacientes”, explica o infectologista Marcelo Daher.
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, a trombose acomete cerca de um terço dos pacientes internados com Covid-19 e, normalmente, são casos de trombocitopenia, ou seja, a produção de plaquetas diminuem no sangue formando uma coagulação, uma trombose, aumentando a produção de trombos. Essa sequela do vírus pode acometer qualquer pessoa, de qualquer idade, mesmo que o paciente não tenha pré-disposição a problemas circulatórios. Contudo, como esclarece Daher, “não é exclusividade do Covid-19 apresentar alguma sequela trombótica, outras doenças graves também podem desenvolver”.
Em relação as vacinas, tanto a bula da Astrazeneca quanto a da Janssen, alertam para “trombose em combinação com trombocitopenia” como efeito colateral de ter tomado o imunizante, reiterando que são raros os casos. As duas tem tecnologia semelhante em sua fórmula, chamada de vetor de adenovírus, que seria o causador da possível trombose. De acordo com o Ministério da Saúde, na Europa os casos de pessoas que desenvolveram esse efeito colateral foi de 1 a 8 milhão de casos por indivíduo, ou seja, menos de 0,008%. Sendo assim, como concluiu um estudo feito pela The British Medical Journal (The BMJ), no Reino Unido, as chances de desenvolver coágulos sanguíneos é maior ao ser infectado pelo novo coronavírus do que ao receber uma vacina contra Covid-19.
A trombocitopenia, causada pela aplicação da vacina, pode aparecer após 4 a 52 dias depois que o indivíduo tomou a primeira dose, sendo muito pouco provável que a doença venha a se desenvolver após esse período ou após a segunda dose. As pessoas mais suscetíveis a ter esse efeito colateral da vacina, como explicou Marcelo Daher, seriam mulheres na idade fértil. “Por isso, a Inglaterra passou a dar preferência de usar essa vacina em mulheres a partir de 40 anos de idade”, explica o infectologista. E gestantes, por terem uma pré-disposição a enfrentarem problemas circulatórios, também estariam dentro desse risco, por conta disso que a recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi que as grávidas se vacinem com o imunizante Pfizer.
Os sintomas de uma trombocitopenia, incluem falta de ar, dor no peito, inchaço ou dor nas pernas, dor abdominal persistente e sintomas neurológicos, incluindo dores de cabeça graves. Caso uma pessoa apresente esses sintomas dentre o período citado (de 4 a 52 dias após tomar a primeira ou segunda dose), deverá se encaminhar a um centro de saúde para que exames sejam feitos e o tratamento realizado o mais rápido possível.
A Anvisa, lançou uma nota em que reitera que “os benefícios das vacinas da AstraZeneca e da Janssen superam os riscos do uso desses produtos e (a Agência) mantém a recomendação da continuidade da vacinação com os imunizantes, dentro das indicações descritas na bula.” A Anvisa lembra que os casos de trombose após receber a vacina são raros e que “é fundamental a identificação precoce dos casos e a implementação urgente de terapia adequada” para quem apresentar os sintomas da trombocitopenia.
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PORTAL G1 GOIÁS
Vendedora relata sofrimento e seios deformados após cirurgia de implantes em Goiânia: 'Traumatizada'
Processo pede R$ 180 mil ao cirurgião e à clínica em indenização por danos morais e materiais à paciente. Defesa afirma que os acusados prestaram atendimento adequado.
Uma vendedora de 40 anos conta que sofreu com dores intensas e ficou com os seios deformados após cirugia para colocar próteses de silicone, em Goiânia. Segundo ela, o que um dia foi um sonho se tornou fonte de medo e decepção, por isso, entrou com um processo pedindo R$ 180 mil de indenização por danos morais e materiais contra o cirurgião e a clínica onde fez a operação.
“Fiquei traumatizada. Foram seis meses gritando de dor para tomar banho, acordando com pontadas, um líquido vazando do meu peito, e ele [cirurgião] sempre me remendando e dizendo que era meu corpo que não tinha uma cicatrização boa”, contou.
Os advogados da clínica e do médico informaram, por meio de nota, que a cirurgia foi feita em local regularizado, por profissional habilitado e que "transcorreu sem intercorrências".
Também de acordo com o comunicado, a paciente teve uma infecção um ano após o procedimento por uma bactéria que pode ter sido contraída em ambiente profissional ou residencial da paciente. A defesa também disse que ela recebeu o atendimento adequado, mas que abandonou o tratamento.
Questionado sobre o caso e se há investigação em andamento contra o profissional, o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) respondeu, por meio de nota, que "não informa sobre a tramitação de denúncias/processos/sindicâncias".
Segundo a paciente, a cirurgia para colocar os implantes foi feita no início de 2020. Ela contou que sofreu com os seios muito doloridos e o mamilo esquerdo com um aspecto de necrose. Depois de seis meses tentando resolver a situação com o mesmo médico, ela procurou outro profissional, que conseguiu ajudá-la a se recuperar.
“O outro médico se sensibilzou com o meu caso. Eu lembro que fui fazer consulta com ele e só conseguia chorar. Ele colheu o material que estava vazando do meu peito, identificou uma infecção bacteriana, me prescreveu o antibiótico e eu melhorei, mas tive que retirar a prótese, colocar um curativo interno. Fiz duas cirurgias para tentar resolver o problema da primeira”, completou.
Após as novas consultas, ela fez uma cirurgia em agosto e outra em outubro do mesmo ano para conseguir se recuperar das sequelas da primeira operação.
Ao contar o que viveu, a vendedora se emociona. Ela disse que, mesmo dois anos depois, ainda sofre muito com a própria imagem e, apesar de ter superado a dor física, as sequelas emocionais e os tratamentos psicológicos e psiquiátricos ainda fazem parte da realidade dela.
“Me sinto feia, quase não me olho no espelho. Dormi seis meses separada do meu marido, isso afetou nosso casamento. Afetou muito a minha autoestima, fiquei muito abalada. Ainda é difícil contar”, disse.
Com base nas consultas que fez com o médico que a curou, a vendedora disse que, para recuperar o formato dos seios, seria colocando novo implante. No entanto, depois de tudo que passou, ela disse que não consegue considerar a alterantiva por medo.
Processo
A vendedora conseguiu entrar com um processo na Justiça em março de 2021. O pedido de indenização feito pela defesa da vendedora registra que as cirurgias e medicamentos usados para reparar os danos causados custaram mais de R$ 30 mil.
Os documentos relatam ainda que a paciente teve que começar tratamentos psiquiátricos para lidar com as deformidades com que ficou. No registro, são citados problemas no casamento, com a autoimagem, crises de ansiedade, entre outras dificuldades.
No último dia 14 de janeiro, o juiz do caso nomeu um perito para que analise o caso e dê um parecer técnico sobre a situação. O prazo estipulado é de 30 dias para a entrega do laudo.
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Assessoria de Comunicação