Associado|Ahpaceg: Hospital da Criança realiza cirurgia inédita para tratamento de cardiopatia grave
Associado da Ahpaceg, o Hospital da Criança realizou um procedimento inédito em Goiás e com sucesso total para o tratamento da Síndrome de Hipoplasia do Coração Esquerdo (SHCE), uma cardiopatia congênita complexa que corresponde a aproximadamente 8% de todas as anomalias cardíacas no feto.
O novo tratamento, agora disponível no Estado, fará toda a diferença para bebês que dependem dessa cirurgia para sobreviver.
Trata-se de um procedimento híbrido, com a participação de equipes médicas cirúrgica e de hemodinâmica.
Em síntese: enquanto a equipe cirúrgica cuida da bandagem seletiva das artérias pulmonares, a equipe de hemodinâmica cuida do implante de stent no canal arterial com o tórax aberto.
Esse tratamento é fundamental para a sobrevivência de bebês que nascem com essa malformação e que, até então, eram obrigados a buscar atendimento em outros Estados, com a cirurgia convencional e a custos que variavam entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão.
O procedimento híbrido, feito pelo cirurgião e o cardiologista hemodinamicista juntos,
além de eficiente ainda tem um custo até 10 vezes menor.
O médico Paulo Correia Calamita, que participou da primeira cirurgia no Hospital da Criança, explica que a SHCE é uma das cardiopatias mais vilãs entre as cardiopatias congênitas, com uma taxa de mortalidade de 100%, caso o paciente não seja operado nas duas primeiras semanas de vida.
Indicado também para outros tratamentos, o procedimento híbrido, segundo ele, ganhou muita força nos últimos 20 anos no mundo e há cerca de 15 anos no Brasil. É um tratamento mais simples do que a cirurgia convencional, com menor custo e resultados positivos para o paciente.
Saiba mais sobre a hipoplasia do coração esquerdo
Esta malformação é caracterizada pelo mau desenvolvimento das estruturas do lado esquerdo do coração, que é responsável pela distribuição do oxigênio para todos os órgãos e tecidos do corpo, enquanto o lado direito é responsável por receber o sangue pobre em oxigênio e levá-lo aos pulmões para ser oxigenado.
Durante a vida fetal, há uma comunicação entre os dois lados do coração, o que não altera o desenvolvimento do bebê na gestação.
Mas, ao nascimento, a principal estrutura de comunicação entre as circulações direita e esquerda, denominada canal arterial, tende a se fechar espontaneamente, interrompendo o fornecimento de sangue para o coração, sistema nervoso central e órgãos localizados no abdome e resultando na morte da criança.