AHPACEG NA MÍDIA - Internações particulares diminuem cerca de 40%
Confira a matéria publicada no jornal O Hoje em 28/10/20
Internações particulares diminuem cerca de 40%
O último boletim da Ahpaceg aponta 90 leitos ocupados, sendo 20 no interior e o restante na Capital
O número de adultos internados com suspeita ou confirmação de Covid-19 ficou abaixo de 100 nas uTis de hospitais filiados à Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg). Esta é a primeira vez que isso acontece desde o dia 30 de junho. O último boletim da Associação aponta 90 leitos ocupados, sendo 20 no interior e o restante em Goiânia. A redução é de cerca de 40% se comparado ao mês de agosto.
No boletim do último dia 15, por exemplo, havia 107 pessoas internadas. De lá para cá o quantitativo começou a cair de forma gradativa. Em agosto, período mais crítico, o número de internações chegou a 159 por dia. A Ahpaceg reúne 22 instituições associadas em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Catalão e Rio verde.
Em setembro, o número de casos de Covid-19 caiu mais de 15%. Entre 1º de setembro e o dia 24, o total de casos suspeitos e confirmados da doença caiu 16%. Entre os dias 1º e 15, a redução tinha sido de 11%. A taxa de ocupação de leitos adultos de unidade de Terapia intensiva no dia 1º totalizava 91%. No dia 24, o índice era de 75%.
A ocupação de leitos adultos de apartamentos totalizou 66% no dia 1º e 61% no dia 24. O número diário de óbitos também caiu de 5, em 1º de setembro, para 4 no dia 15 e 3 no dia 24. Contudo, no dia 23, foi registrado o maior número de óbitos por dia durante o mês: 11 no total.
Realidade dos médicos
A queda nos números é o reflexo do trabalho dos médicos do Estado, que atuam na linha de frente contra o Coronavírus. Entretanto, os profissionais têm trabalhado demais e ganhado menos do que o esforço realizado, afirma o presidente da Ahpaceg, Haikal Helou. Segundo ele, os médicos estão “lidando com pacientes extremamente exigentes, porque não entendem que não podemos prometer resultados”, disse ele, em live realizada no último dia 20.
Ele também abordou a relação entre médicos e hospitais, enfatizando que ela tem pontos delicados, que precisam ser sanados. “Precisamos traçar estratégias de diálogos mais efetivos não só entre médicos e hospitais, mas também com os pacientes”,disse. O presidente também adiantou que a Ahpaceg prepara o lançamento, em breve, de indicadores assistenciais, uma ação que deve revolucionar a forma de avaliação e escolha dos serviços de saúde.
Cirurgias eletivas
Apesar da redução positiva, outros dados da Saúde de Goiás preocupam. levantamento divulgado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) revelou que a fila de espera do Sistema Único de Saúde (SuS) para a realização de cirurgias eletivas conta com mais de 904 mil procedimentos. Com 55.192 procedimentos represados, Goiás figura entre os três Estados com as filas mais extensas, perdendo apenas para Minas Gerais (434.598) e São Paulo (143.547).
Dados encaminhados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) apontam que a capital goiana conta com 23.657 procedimentos a serem realizados. Em Goiás, a maior demanda é por cirurgias de catarata: são aproximadamente 15 mil operações pendentes.
Para o presidente do Cremego, as principais causas desta fila vergonhosa são os baixos valores pagos pelo SuS, que muitas vezes sequer cobrem os custos dos procedimentos; o corte da complementação da remuneração, o que reduziu o valor pago aos prestadores de serviços de saúde ao previsto na defasada tabela do SuS, e o não encaminhamento dos pacientes aos hospitais públicos, filantrópicos e privados credenciados. (Especial para O Hoje)