CLIPPING AHPACEG 24/09/20
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Goiás tem 192.645 pessoas infectadas e 4.265 mortes causadas pelo coronavírus, diz governo
Presidente da Fehoesg fala sobre a saúde em Goiás
Covid: país cada vez mais perto da vacina
Johnson & Johnson inicia fase final de teste com 60 mil voluntários
Média móvel de óbitos no País cai abaixo de 700
Com 66% da população infectada, Manaus pode ter atingido a imunidade de rebanho
Juiz suspende retorno dos médicos peritos do INSS
PF descobre fraude milionária no programa Farmácia Popular
PORTAL G1
Goiás tem 192.645 pessoas infectadas e 4.265 mortes causadas pelo coronavírus, diz governo
Nas últimas 24h, estado teve 3.890 novos registros e 37 óbitos.
Por Rafael Oliveira, G1 GO
Goiás continua com registros diários superiores a 3 mil novos contaminados pelo coronavírus. Nas últimas 24 horas, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) contabilizou 3.890 novos casos confirmados. Ao todo, são 192.645 moradores que contraíram o novo vírus. Os dados constam no boletim divulgado pela pasta nesta quarta-feira (23).
A Covid-19, doença desenvolvida pelo vírus, provocou 37 mortes de terça-feira para esta quarta-feira. Ao todo, o estado tem 4.265 óbitos confirmados pela SES.
A taxa de letalidade do vírus em Goiás, calculada com base na quantidade de contaminados e de mortes, está em 2,21%.
Ocupação de leitos na rede pública de saúde
A rede pública estadual de saúde tem 309 leitos de UTI exclusivos para Covid-19. Nesta quarta-feira, a taxa de ocupação está em 81,4%. Na enfermaria, o número está em 52,8%.
Já na rede municipal de Goiânia, dos 238 leitos de UTI disponíveis, 51,3% estão ocupados. Na enfermaria, o índice é de 48%.
Evolução dos casos
Casos confirmados:
O governo estadual registrou os três primeiros casos de Covid-19 em 12 de março;
Em 6 de maio, Goiás ultrapassou 1 mil casos confirmados e atingiu 45 mortes;
Em 15 de junho, o estado contabilizou 10 mil casos de coronavírus e 226 mortes;
Em 19 de julho, devido a uma instabilidade no sistema de notificação, houve redução de 17 casos nos números de infectados;
Em 23 de julho, Goiás atingiu os 50 mil casos;
Em 14 de agosto, o estado ultrapassou 100 mil casos confirmados da doença;
No dia 18 de agosto, o estado registrou o recorde de casos, com 4.128 novas confirmações e 128 mortes por Covid-19 em um dia;
Goiás ultrapassa 150 mil casos em 9 de setembro;
Três dias depois, no dia 18, o estado ultrapassou 180 mil casos confirmados.
Mortes confirmadas:
A primeira morte por coronavírus registrada em Goiás foi em 26 de março.
A marca de 1 mil mortes foi registrada em 16 de julho, dois meses após o início da pandemia em Goiás.
Em 8 de agosto, o estado ultrapassou a marca de 2 mil mortos, cinco meses após o registro dos primeiros casos;
As mortes provocadas pelo coronavírus na 1ª quinzena de agosto aumentaram em 53% em relação ao mesmo período em julho;
No dia 18 de agosto, o estado registrou o recorde de mortes, com 128 novas confirmações em um dia;
O estado atingiu mais de 3 mil mortos pela doença em 28 de agosto;
Em 18 de setembro, o estado ultrapassou 4 mil mortos.
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SAÚDE BUSINESS
Presidente da Fehoesg fala sobre a saúde em Goiás
A presidente da Federação dos Hospitais, Laboratórios, Clínicas de Imagem e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás (Fehoesg) e do Sindicato dos Laboratórios de Análises e Banco de Sangue do Estado de Goiás (Sindilabs-GO), Christiane do Valle, participou ontem, 21, do programa Além da Curva, do canal no Youtube Papo Conservador. Com os apresentadores Fred Rodrigues e Gustavo Gayer, ela conversou sobre o cenário da saúde em Goiás e as mudanças implantadas no Estado com a pandemia de Covid-19.
Christiane iniciou sua fala mostrando a importância do tratamento precoce e da nova recomendação das instituições de saúde para que a população procure assistência médica logo no início dos sintomas da doença. E ressaltou: “hoje, você observa que o pavor em relação ao vírus está reduzido, porque as pessoas confiam nesse tratamento precoce”. Contudo, segundo ela, os cuidados preventivos devem continuar sendo seguidos por todos.
Ela também relatou a difícil situação enfrentada pelos prestadores de serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), que não recebem as verbas destinadas pelo Ministério da Saúde, de acordo com a Lei 13.992/2020. De acordo com ela, o dinheiro já está nos cofres das Prefeituras Municipais, que já receberam quatro parcelas. Porém, os gestores de Goiânia e de Aparecida de Goiânia não repassam o valor aos prestadores.
“Essa Lei ofereceu um subsídio para auxiliar os prestadores após a suspensão dos atendimentos eletivos. Seria feita uma média do faturamento de doze meses, de março de 2019 a março de 2020, e repassado o valor a todos os prestadores contratualizados. No entanto, até agora, em setembro, os prestadores de Goiás não receberam, mas as Prefeituras estão recebendo.
Christiane acrescentou ainda que essa situação acarretou o fechamento de muitas empresas, como laboratórios pequenos que dependem exclusivamente de atendimentos do SUS. Porém, ela espera que uma nova Lei, a ser sancionada nos próximos dias, determine, novamente, o pagamento por parte das Prefeituras.
Ela afirmou ainda que essa situação mostra a importância da eleição de representantes políticos comprometidos com a saúde e com a população. Christiane elogiou o papel do Conselho Municipal de Saúde da capital, mas ressaltou que o diálogo que a Prefeitura mantém com os prestadores de serviços ainda não é o ideal. “No nível federal, temos que parabenizar, pois o presidente e outros gestores trabalharam em várias leis e portarias importantes para a nossa área. Também vejo que há diálogo entre o presidente e o governador. Porém, na Prefeitura, isso ficou muito comprometido”.
Sobre o cenário da saúde pós-pandemia, a presidente não foi muito otimista. Dentre os problemas previstos por ela estão o aumento de óbitos por doenças negligenciadas neste período e tratamentos que deixaram de ser realizados e o risco de fechamento de instituições de saúde por incapacidade financeira decorrente do represamento dos atendimentos eletivos.
Ela finalizou sua participação afirmando que a Fehoesg continuará na luta em defesa de uma saúde de qualidade e para garantir os direitos dos usuários e prestadores de serviços de saúde e, para isso, manterá as cobranças aos gestores de todos os níveis.
Confira o programa completo no Youtube.
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CORREIO BRAZILIENSE
Covid: país cada vez mais perto da vacina
Segundo estudo, imunizante chinês é seguro e eficaz. Com isso, São Paulo prevê aquisição de mais de 60 milhões de doses até fevereiro, conforme anunciou governador João Doria. Ontem, Anvisa ampliou testagem do medicamento da Johnson & Johnson
BRUNA LIMA
MARIA EDUARDA CARDIM
A corrida pela vacina contra o novo coronavírus ganhou, ontem, notícias promissoras. O governador de São Paulo, João Doria, afirmou, em coletiva, que o estudo de fase 3 da chinesa CoronaVac, realizado em mais de 50 mil voluntários, apontou segurança e eficácia para prosseguir com o desenvolvimento. Além disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ampliou o número de voluntários e estados participantes de testes da vacina; e também do imunizante desenvolvido pela Johnson & Johnson.
Em meio às vacinas testadas no Brasil, a vacina chinesa é a que primeiro deve chegar à população. Doria anunciou que a parceria entre o laboratório Sonovac, responsável pela CoronaVac e o estado paulista deve fornecer pelo menos 60 milhões de doses até o fim de fevereiro de 2021, e um primeiro lote de 5 milhões de frascos está programado para chegar no próximo mês de outubro.
O montante, segundo o governador, "é suficiente para imunização de todos os brasileiros de São Paulo", afirmou, completando que existem negociações no âmbito do Ministério da Saúde para a compra de mais 40 milhões de doses para ampliação da vacinação em outros estados. "Esperamos que, com o sucesso da vacina de Oxford, da AstraZeneca e de outras vacinas, o Governo Federal possa imunizar a totalidade dos brasileiros no menor prazo possível."
Durante a coletiva, Doria anunciou, também, a autorização de verba federal para auxiliar na compra de doses e de tecnologia da vacina chinesa. "A primeira parte da liberação solicitada pelo governo de São Paulo foi autorizada pelo ministro Eduardo Pazuello no valor de R$ 80 milhões". Doria agradeceu ao ministro e à equipe da pasta da Saúde "pela postura republicana, técnica e correta de enxergar a vacina do Instituto Butantan e da Sinovac como uma das vacinas necessárias ao povo brasileiro e por ter uma visão que não é vinculada a nenhuma questão partidária, política ou ideológica. Como deve ser", opinou.
Procurado pelo Correio, o Ministério da Saúde disse, em nota, que a pasta "tem acompanhado mais de 200 estudos que buscam a identificação de uma vacina para a covid-19, com o objetivo de encontrar uma cura efetiva e segura para a doença. Não serão economizados esforços para disponibilizar aos brasileiros, tão cedo quanto possível, uma vacina eficaz, em quantidade e qualidade para atender a população."
Em agosto, o governo de São Paulo havia solicitado à pasta a destinação de R$ 1,9 bilhão para dobrar a previsão de entrega da vacina, passando de 60 para 120 milhões de doses. O acordo com a candidata chinesa segue os moldes da tratativa da vacina de Oxford, com a previsão da transferência de tecnologia. O Instituto Butantan está responsável pela produção do imunizante, com capacidade de 100 milhões de doses anuais. Após a campanha em São Paulo, o objetivo é ampliar para outros estados brasileiros.
Segurança e eficácia
Diretor da Sinovac na América do Sul, Xing Han agradeceu a parceria brasileira e elogiou o acordo firmado, bem como a condução dos estudos de fase 3. "Estamos confiantes com a vacina, tanto na questão de segurança quanto de eficiência. Daqui a um ou dois meses, já teremos os resultados da fase 3". Ele garantiu, ainda, que os técnicos do laboratório iriam trabalhar "noite e dia" para cumprir com a demanda de vacinas acordada.
Segundo resultados dos estudos chineses, a CoronaVac apresenta segurança de 94,7% e eficácia de 98%, como relatou Doria. "Os resultados dos estudos clínicos da China mostram um baixo índice de, apenas, 5,3% de efeitos adversos de baixa gravidade. A maioria desses casos apresentou, apenas, dor no local da aplicação da vacina. Efeitos adversos de baixa gravidade são comuns para maioria das vacinas amplamente utilizadas", garantiu o governador.
A previsão é de que, na segunda quinzena, a imunização seja iniciada, de acordo com critérios de vacinação adotados pela Secretaria da Saúde de São Paulo e dentro do protocolo do Ministério da Saúde. Para iniciar a aplicação na população, no entanto, é necessário aguardar a finalização dos testes, que deve ocorrer até o fim de setembro. O cronograma depende da análise dos resultados e da aprovação da Anvisa.
No Brasil, os testes de fase 3 foram iniciados em 21 de julho e, segundo Doria, não há, até o momento, nenhum registro de reações graves da CoronaVac nos mais de 5,6 mil voluntários já imunizados. Ontem, a Anvisa autorizou o aumento do número de voluntários no estudo da candidata. Mais 4.060 pessoas foram incluídas na pesquisa, que, agora, passa a contar com 13.060 brasileiros. Além disso, o estudo da vacina chinesa será feito, também, nos estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, além de São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná e Distrito Federal.
Mais avanços
Ainda ontem, a Anvisa confirmou a participação de mais quatro estados nos testes da vacina da Johnson & Johnson, que anunciou o início dos testes de fase 3 do imunizante. Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Santa Catarina farão parte do estudo. Os testes já estavam autorizados para ocorrer em sete estados brasileiros (SP, RJ, RS, PR, MG, BA, RN). No total, sete mil voluntários serão testados.
Outra vacina no radar dos brasileiros é a desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca. Ontem, o diretor presidente substituto da Anvisa, Antonio Barra, recebeu a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, para discutir o registro da vacina no Brasil. No país, o imunizante será produzido na unidade Bio-Manguinhos, da Fiocruz, no Rio de Janeiro. Esta foi a segunda reunião entre as duas instituições, em pouco mais de um mês. Em agosto, Anvisa e Fiocruz realizaram encontro virtual.
"Não serão economizados esforços para disponibilizar aos brasileiros, tão cedo quanto possível, uma vacina eficaz, em quantidade e qualidade para atender a população"
João Dória, governador de São Paulo
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O GLOBO
Johnson & Johnson inicia fase final de teste com 60 mil voluntários
A Johnson & Johnson anunciou ontem o início dos testes da Fase 3 de sua vacina candidata contra a Covid-19. Os testes, que fazem parte da terceira e última etapa dos ensaios clínicos, terão a participação de 60 mil voluntários em oito países, inclusive o Brasil. A farmacêutica informou que espera os resultados desta fase até o fim deste ano ou no início de 2021.
Em agosto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já havia autorizado a farmacêutica belga Janssen-Cilag, que integra o grupo Johnson & Johnson, a conduzir estudos clínicos no Brasil. No país, a empresa deve recrutar sete mil voluntários maiores de 18 anos em sete estados e no Distrito Federal: Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia e Paraná.
A fórmula da Johnson & Johnson é desenvolvida de modo que seja eficaz com apenas uma dose, levando vantagem sobre os imunizantes rivais da Moderna, Pfizer e AstraZeneca, que requerem duas injeções separadas.
- Os benefícios de uma vacina de injeção única são potencialmente profundos em termos de campanhas de imunização em massa e controle de pandemia global - disse à Reuters Dan Barouch, pesquisador de vacinas de Har vard que participa do desenvolvimento deste imunizante.
A empresa planeja fabricar até 1 bilhão de doses em 2021 e aumentar a produção nos anos seguintes.
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O ESTADO DE S.PAULO
Média móvel de óbitos no País cai abaixo de 700
Marcela Coelho
O Brasil registrou média móvel diária de 699 óbitos por covid19 ontem. Essa média móvel registra as oscilações dos últimos sete dias e elimina distorções entre um número alto de meio de semana e baixo de fim de semana. Segundo dados do consórcio dos veículos de imprensa, formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL, o País teve 32.445 novos casos e 906 novos óbitos em 24 horas.
No total são 4.627.780 pessoas contaminadas e 139.065 mortas em decorrência do novo coronavírus desde o início da pandemia. Já o balanço do Ministério da Saúde indica que 3.992.886 brasileiros se recuperaram da doença e outros 493.022 continuam em acompanhamento.
Em número de contaminados, o Brasil continua como o terceiro país mais afetado, de acordo com contagem da Universidade Johns Hopkins. Está atrás de Estados Unidos e Índia. Em relação ao total de óbitos, o País se mantém atrás apenas dos Estados Unidos.
Estado. São Paulo registrou até o momento 951.973 casos confirmados e 34.492 óbitos pela doença. Em 24 horas, foram registrados mais 6.551 casos e 226 óbitos â alta de 0,7%.
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Com 66% da população infectada, Manaus pode ter atingido a imunidade de rebanho
Na avaliação dos autores, essa taxa de infecção "excepcionalmente alta" sugere que a imunidade de rebanho pode ter contribuído significativamente para determinar o tamanho final da epidemia na capital amazonense.
"Ao que tudo indica, a própria exposição ao vírus levou à queda no número de novos casos e de óbitos em Manaus. No entanto, nossos resultados indicam uma soroprevalência bem mais alta do que a estimada em estudos anteriores, diz Ester Sabino, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) e coordenadora da pesquisa - conduzida com apoio da FAPESP.
As conclusões apresentadas no artigo - ainda sem revisão por pares - baseiam-se em uma combinação de modelagem matemática e análises sorológicas feitas em amostras de sangue doado à Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (Hemoam) entre os meses de fevereiro e agosto.
"Selecionamos amostras de mil doadores em cada mês e analisamos a presença de anticorpos contra o SARS-CoV-2. Em seguida, fizemos uma série de correções nos resultados por meio de modelagem matemática", conta à Agência FAPESP o primeiro autor do estudo, Lewis Buss, mestrando no Instituto de Medicina Tropical e no Departamento de Medicina Preventiva da FM-USP.
Esse tipo de análise está sujeito a uma série de vieses que precisam ser compensados, explica Buss. Um deles é o fato de os doadores de sangue serem, de modo geral, mais jovens e saudáveis (assintomáticos) do que a média da população. Além disso, no caso específico de Manaus, há também uma representatividade maior do sexo masculino. Outro ponto considerado pelos pesquisadores foi a sensibilidade do teste sorológico usado, estimada em 85% para indivíduos assintomáticos ou com doença leve (a taxa de falso negativo, portanto, pode chegar a 15%). O ajuste-chave, porém, foi o que buscou corrigir o declínio natural da soroprevalência contra o SARS-CoV-2 - algo que tem sido observado em inquéritos sorológicos feitos em diversos países.
"Algo que ficou evidente em nosso estudo - e que também está sendo mostrado por outros grupos - é que os anticorpos contra o SARS-CoV-2 decaem rapidamente, poucos meses após a infecção. Isso está claramente ocorrendo em Manaus, o que mostra a importância de fazer medidas seriadas para entender a evolução da doença", afirma Buss.
A soroprevalência bruta encontrada na pesquisa, ou seja, sem qualquer tipo de correção, variou de 0,7% em março, para 5,5% em abril, 39,9% em maio, 46,3% em junho, 36,5% em julho e 27,5% em agosto. Com os ajustes do modelo matemático, porém, os números estimados foram respectivamente: 0,7%, 5%, 45,9%, 64,8%, 66,1% e, novamente, 66,1%.
Estratégia semelhante foi adotada para o município de São Paulo, onde os pesquisadores analisaram amostras de sangue doado na Fundação Pró-Sangue entre fevereiro e agosto. Também nesse caso foram selecionadas mil amostras por mês e, além disso, foi adotado um critério de cotas geográficas para dar representatividade a moradores de todas as regiões da cidade.
A soroprevalência bruta encontrada na capital paulista variou de 0,9% em março para 3% em abril, 5,3% em maio, 11,9% em junho, 9,6% em julho e 12,1% em agosto. Após os ajustes do modelo os números foram respectivamente: 0,8%, 3,1%, 6,9%, 16,1%, 17,2% e 22,4%.
"As duas cidades têm curvas epidemiológicas muito diferentes e é muito difícil explicar o porquê apenas com base nos dados sorológicos", diz Buss. "Talvez a informação nova é que a soroprevalência já era alta em Manaus quando os óbitos começaram a cair, o que sugere a contribuição da imunidade coletiva. Em São Paulo, por outro lado, a soroprevalência é bem mais baixa e a curva, mais achatada. É provável, portanto, que outros fatores tenham influenciado a queda no número de novos casos na capital paulista", avalia.
Sabino destaca que após atingir o pico de óbitos, entre maio e junho, a capital paulista entrou em uma espécie de platô. "Ao contrário do observado em Manaus, por aqui a queda está ocorrendo lentamente e os dados de agosto estão semelhantes aos do começo de abril. Mas hoje vemos muito mais pessoas usando máscaras e, embora o comércio tenha reaberto, a mobilidade ainda está restrita e as escolas permanecem fechadas, bem como os cinemas e teatros. É possível que esses fatores tenham segurado o crescimento da doença por aqui", diz. "Vale ressaltar que caso a curva fosse semelhante à de Manaus São Paulo teria tido uma mortalidade três vezes maior", alerta a pesquisadora.
Próximos capítulos
Atualmente, o grupo coordenado por Sabino está conduzindo análises sorológicas com amostras de doadores do Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Recife (PE), Fortaleza (CE), Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG) e Campo Grande (MS). Os resultados serão divulgados em breve.
"Trabalhar com dados de bancos de sangue nos permite mensurar a soroprevalência de uma determinada doença de forma mais rápida e barata do que os estudos que vão de porta em porta coletando amostras", diz Sabino.
No entanto, ressalta a pesquisadora, a estratégia tem suas limitações, sendo a principal delas a diferença de perfil entre os doadores de sangue e a população geral da cidade, o que requer cuidados para tornar a amostragem representativa.
"Quando começamos a pesquisa em São Paulo, com o auxílio da FAPESP, uma das primeiras coisas que fizemos foi estudar a geografia dos doadores de sangue para poder estratificar melhor as amostras. Com os recursos da iniciativa Todos Pela Saúde [do Itaú Unibanco] e os kits de sorologia doados pela farmacêutica Abbott, conseguimos expandir as análises para as demais capitais", conta.
"Ao comparar Manaus e São Paulo vemos curvas epidemiológicas muito diferentes, apesar de as políticas públicas para conter a disseminação da doença terem sido adotadas em datas próximas e o índice de isolamento social não ser radicalmente diferente nos dois lugares. O próximo passo é analisar as curvas das outras cidades para, em seguida, criar modelos que nos permitam entender quais fatores pesaram mais em cada caso", diz Sabino.
A pesquisa tem sido conduzida no âmbito do Centro Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus ( CADDE ), financiado por FAPESP, Medical Research Council e Fundo Newton (os dois últimos do Reino Unido).
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TV ANHANGUERA
Juiz suspende retorno dos médicos peritos do INSS
https://globoplay.globo.com/v/8881662/programa/
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PF descobre fraude milionária no programa Farmácia Popular
https://globoplay.globo.com/v/8881669/programa/
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação