Ahpaceg Na Mídia - Número de internações cresce 41% em 7 dias
Número de internações cresce 41% em 7 dias
ESCALADA Número leva em consideração casos suspeitos ou confirmados, tanto de enfermaria quanto de UTI. Entre 23 e 30 de maio, total de pacientes em leito passou de 155 para 219, segundo monitoramento da Secretaria da Saúde.
Hospital Célia Câmara chegou a ficar lotado por algumas horas no meio da semana. Hospital das Clínicas e HCamp de Goiânia viram crescer procura no fim de semana
O número de internações em Goiás por Covid-19 - seja de casos suspeitos ou confirmados, seja em enfermaria ou UTI - subiu pelo menos 41,3% na última semana, considerando os dados disponíveis no painel da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) com informações sobre a epidemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2). O total de pacientes ocupando leitos nas unidades monitoradas pela SES-GO passou de 155 para 219 entre os dias 23 e 30 de maio.
Os três hospitais na capital referenciais para encaminhamento de casos suspeitos ou confirmados de Covid-19 pelo Sistema Único de Saúde (SUS) passaram por apertos em algum momento da semana. O Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC), com 30 leitos de UTI, ficou lotado por algumas horas entre quarta-feira (27) e quinta (28). O Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC/UFG), com 10 leitos de UTI, tinha apenas uma vaga disponível neste domingo (31) e o Hospital de Campanha (HCamp) de Goiânia, apenas 7 das 40 ofertadas.
Na rede particular, a situação também se agravou. Dos 100 leitos de UTI ofertados pelos hospitais filiados à Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), a ocupação passou de 38% para 45%, tendo um pico de 52 vagas ocupadas no dia 27, o mesmo da lotação do Célia Câmara. O número de leitos preenchidos na enfermaria destes hospitais se manteve estável, com 41 pacientes.
O dia mais crítico de internações em leito de UTI foi na terça-feira (26), quando o total monitorado pela SES-GO chegou a 135. No sábado (30), último dia com os dados atualizados, o número foi para 103. Uma semana antes estava em 85.
Na mesma semana em que a demanda por leitos aumentou, cresceu também o de vagas ofertadas na rede pública no interior do Estado, mas a procura maior tem sido de pacientes em Goiânia. O diretor-geral do HCamp Goiânia, Guillermo Sócrates, disse que no hospital o perfil de internações, que era metade da capital e metade do interior, no final do mês pendeu mais para os pacientes de Goiânia, que representam 58%.
Ao contrário das vagas citadas acima, as existentes para o SUS no Hospital Nasr Faiad, de Catalão e do Hospital Regional de Luziânia (HRL) ainda não podem ser monitoradas pelo público no site da SES-GO em tempo real. As do HCamp de Porangatu começam a ser reguladas pelo Estado apenas nesta segunda-feira. Juntas, são 32 vagas e passaram a ser ocupadas em dias distintos da semana passada. A assessoria da secretaria informou que dos 10 leitos de UTI existentes no HRL, 5 estavam preenchidos no domingo (31).
Outro hospital que teve leitos de UTI para Covid-19 inaugurado, o de Urgências de Trindade (Hutrin) já está com parte ocupada. Dos 6 leitos ofertados desde o dia 29, 2 estavam preenchidos no domingo, segundo site da SES-GO. A situação é tranquila no Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (Hmap), com 7 dos 30 leitos de UTI para Covid-19 ocupados (23,3%). Também em Aparecida, oHospital Garavelo, que oferece 13 leitos para o SUS estavam com todos vazios no domingo.
Aumento de vagas
Tanto o HMMCC como o HCamp de Goiânia devem oferecer mais leitos de UTI a partir desta segunda-feira (1º). O primeiro tem promessa da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia de abrir mais 10 vagas agora, indo para um total de 40 das 50 possíveis de acordo com a estrutura da unidade.
Entretanto, desde que teve a lotação alcançada no dia 27, a maternidade - que foi inaugurada no dia 6 de abril como um HCamp da rede municipal - passou a ver uma redução no número de pacientes em situação grave. Na noite de domingo, estavam disponíveis 11 leitos.
E o HCamp de Goiânia da rede estadual também vai aumentar a capacidade em mais 10 leitos de UTI a partir desta segunda-feira, indo para 50. Guillermo comenta que os profissionais da unidade notaram uma procura maior por internações desde o final de semana anterior, mas garante que a unidade tem estrutura suficiente para absorver a maior demanda.
"Observamos esse aumento com uma preocupação muito grande. Temos visto um aumento principalmente de casos suspeitos e já devemos amanhecer (na segunda-feira) com uma nova ala aberta", comentou o diretor-geral do HCamp.
Por ser uma unidade que é referência para casos de Covid-19, o HCamp recebe muitos pacientes com síndrome respiratória aguda grave (Srag), que é o sintoma mais grave e alarmante de Covid-19. Os casos testados que dão negativo para coronavírus são transferidos para outras unidades da rede.
47 leitos de UTI foram habilitados, mas seguem sem previsão
Dos 159 leitos de UTI exclusivos para Covid-19 em Goiás habilitados pelo Ministério da Saúde para receberem recursos do governo federal desde o final de abril, 47 seguem ainda apenas no papel, e sem previsão para estarem atendendo. No dia 24 de abril, foram habilitados 139 leitos e no começo de maio os outros 20.
Ao todo, já teriam sido repassados pelo governo federal R$ 22,9 milhões para todos os leitos habilitados, inclusive para os leitos que ainda não estão sendo usados.
Estes recursos ficam parados nos fundos de saúde das redes estadual ou municipais aos quais as respectivas unidades estão respondendo.
Entre os leitos habilitados que seguem sem uso, estão 20 que estavam previstos inicialmente para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), 10 para o Hospital Ismael Queiroz, também na capital, e 10 no Hospital das Clínicas de Jataí.
Há também 5 de um total de 15 no Hospital de Campanha (HCamp) de Porangatu, pois a unidade que começou a atender na semana passada está com apenas 10 leitos de UTI funcionando.
Existe uma previsão para que os de Jataí comecem a atender nesta semana.
Conforme O POPULAR apurou, o governo estadual e a prefeitura de Goiânia vão tentar transferir a habilitação dos 20 leitos do Hugo para o Hospital de Urgências de Anápolis (Huana) e os 10 previstos para o Ismael Queiroz devem ir para o Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC).
No caso do Huana, a unidade já atende casos suspeito e confirmados de Covid-19. Das 15 vagas de UTI previstas, 4 estão em funcionamento e 3 estavam ocupadas neste domingo (31).
O Ismael Queiroz, que é particular, tinha a intenção de disponibilizar 10 leitos para Covid-19 pelo SUS, mas o procedo não foi adiante.
No caso destes 30 leitos, ainda não há previsão de quando a transferência deve ocorrer.
A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) afirma que tinha uma ordem de leitos para terem sido habilitados, mas o ministério não seguiu a ordem proposta.
O Popular 01/06/20