Ahpaceg promove curso sobre segurança do paciente e administração de medicamentos
Organizadas pela Coordenação de Educação Continuada, as aulas foram ministradas pela enfermeira Sílvia Secoli, que falou sobre o controle da dor e remédios de alta vigilância, entre outros assuntos
Nos dias 6 e 7 de julho, enfermeiros e farmacêuticos de hospitais goianos participaram do curso “Interface da enfermagem e farmacologia no suporte para a segurança do paciente” promovido pela Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) no auditório do Hospital do Rim, em Goiânia. Os profissionais debateram e atualizaram seus conhecimentos com a palestra da professora doutora Sílvia Regina Secoli, enfermeira, mestre em Farmacologia e professora da Universidade de São Paulo (USP).
Com foco na prevenção de erros e danos na medicação, o curso está alinhado com o Terceiro Desafio Global de Segurança do Paciente lançado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que propõe a redução em 50% dos danos graves e evitáveis associados aos medicamentos. Segundo Sílvia Secoli, isso é alcançável com o trabalho integrado entre enfermagem e farmácia, além da capacitação.
“Apesar dos investimentos do Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), o Brasil está muito ultrapassado em relação a outros países. Vários elementos de baixo custo poderiam ser implementados, mas não são por conta, muitas vezes, de um número limitado de profissionais”, afirma. Ela acrescenta ainda que o fato de os remédios possuírem embalagens semelhantes também é um fator de risco, principalmente em ambientes de grande movimento, como prontos-socorros.
Para a especialista, uma alternativa é a implantação de uma central de preparo de medicamentos. “Seria um lugar gerido por profissionais altamente qualificados e onde há condições técnicas para manter a esterilidade dos produtos”, explica. Isso ainda seria benéfico economicamente para o hospital, de acordo com Sílvia, pois haveria a possibilidade de produzir multidoses com segurança.
Ideias como essa têm a capacidade de transformar a teoria do curso em prática nos hospitais, relata a enfermeira e participante do evento, Edimilsa Pereira. “É interessante conhecer o ponto de vista de quem também atua na área da farmácia e saber como é a rotina de um hospital de São Paulo para pensarmos o que podemos fazer aqui em Goiânia”, conta a profissional do Hospital Santa Helena.
A troca de experiências proporcionada pelo evento foi outro fator importante mencionado pelos participantes. Para Andréa Barbosa, enfermeira do Hospital Amparo, os dias de treinamento e convívio com colegas de profissão a fizeram perceber atitudes que poderiam ser melhoradas e outras a serem implantadas em seu local de trabalho.
Educação continuada
O curso com Sílvia Regina Secoli foi apenas um entre os diversos realizados pela Coordenação de Educação Continuada da Ahpaceg. “Neste primeiro semestre, tivemos a oportunidade de fazer vários eventos que instrumentalizaram os profissionais a desenvolverem boas práticas nos seus trabalhos. Como ultimamente muito se fala e pensa em segurança do paciente, damos esse treinamento com uma especialista na área, principalmente com o foco na alta complexidade, que é a que atuamos”, informa a coordenadora Madalena Del Duqui.
A expectativa, segundo Madalena, é de mais treinamentos e cursos da Ahpaceg. “Estamos analisando com experts os indicadores da Ahpaceg e, a partir desses estudos, entenderemos quais são as prioridades nos assuntos dos futuros eventos”, revela.
As capacitações são de grande relevância para profissionais que já atuam no mercado, aponta o enfermeiro do Instituto Ortopédico de Goiânia, Gustavo Augusto da Silva. “A carga horária rigorosa da saúde não nos deixa com muito tempo para estudar depois que formamos. Então, é muito útil participar desse curso, renovar os conhecimentos e entender como é o cotidiano de outros hospitais”, alega.