Ahpaceg na Mídia - CEI da Saúde apura irregularidades na liberação de vagas de UTI pelo SUS em Goiânia
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CEI da Saúde apura irregularidades na liberação de vagas de UTI pelo SUS em Goiânia
Segundo relator, hospitais particulares estão fazendo 'seleção' de pacientes que deem menos prejuízo; SMS também investiga. Vereadores também visitam unidade e encontram falta de médicos.
Por Sílvio Túlio, G1 GO
O relator da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que apura irregularidades na Saúde em Goiânia, vereador Elias Vaz (PSB), suspeita que hospitais particulares estejam fazendo uma "seleção" de vagas de UTI para pacientes que deem "menos prejuízo" às unidades. Segundo ele, pacientes que têm problemas de saúde mais sérios são preteridos em razão do alto custo que demandam.
Ainda conforme o parlamentar, por conta da situação, a CEI aprovou a convocação de todos os proprietários dos hospitais inseridos neste contexto para dar explicações sobre a situação. No entanto, ainda não há uma data para os depoimentos. Além disso, Vaz diz que a prefeitura também age de omissiva, uma vez que é responsável por liberar as vagas via Central de Regulação.
"Temos dois aspectos. A primeira é a falta de controle por parte da prefeitura na questão da contratação dos serviços. Em segundo, a suspeita de ter vaga no sistema, mas estar havendo uma seleção de pacientes. Aquele paciente que está mais grave e tem maior despesa é preterido dessa vaga. Aquele que der menos lucro, está condenado a morte", afirmou Elias.
Em nota, a assessoria da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) afirmou que "o encaminhamento de pacientes do (SUS) aos hospitais associados credenciados é feito por meio da central de regulação e deve seguir critérios exclusivamente técnicos, verificando, por exemplo, o quadro do paciente e o perfil de atendimento do hospital".
Já a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) explicou, também em nota, que "apura os dados" apresentados pela CEI. Pontou ainda que o órgão implantou uma "comissão para percorrer duas vezes por dia os leitos de UTI de Goiânia", destaca.
Falta de médicos
Seguindo os trabalhos, a CEI visitou na manhã desta segunda-feira (30) o Centro Integrado de Atenção Médico Sanitária (Ciams) no Setor Novo Horizonte. No local, os vereadores não encontraram médicos trabalhando na emergência, apenas no ambulatório. Três deveriam estar na unidade, mas nenhum foi encontrado.
Por isso, Vaz vai pedir uma investigação formal do caso. "A comissão deve encaminhar à prefeitura, na verdade, um indicativo à Controladoria Geral do Município para abrir um processo administrativo contra esses médicos”, destaca.
Também havia falta de remédios na farmácia do Ciams, principalmente antibióticos e corticóides.
Sobre os médicos, a SMS negou à TV Anhanguera que não havia profissionais no posto de saúde e que os vereadores chegaram no momento de troca de plantão.
Já em relação aos remédios, o órgão disse que alguns estão sendo comprados por meio de licitação e que existem outros substitutos.