Postado em: 13/07/2020

CLIPPING AHPACEG 12 E 13/07/20

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Einstein se prepara para nova onda, até de casos represados

Brasil tropeça para cumprir metas de testes de coronavírus

Governo de Goiás recebe menos do que municípios para combater pandemia

Efeitos da covid-19 no acesso a pílulas, pré-natal e vacinas matarão milhares de mães e crianças, diz relatório

Goiás registra mais 502 casos de covid-19 e cinco óbitos em 24 horas

Universidades desenvolvem apoio a diagnóstico da Covid-19 com raio-x

Uso precoce de medicamentos por pacientes com Covid-19 é tema de audiência na Câmara dos deputados

Procura por teste de Covid-19 dispara em laboratórios privados de Goiânia

 

O ESTADO DE S.PAULO

 

Einstein se prepara para nova onda, até de casos represados

Média de internados caiu de 60 para 39, mas flexibilização preocupa, além da 'volta' dos que temiam infecção

O Hospital Albert Einstein registra atualmente menos pacientes internados do que nas últimas semanas. Hoje, são 39 pessoas internadas na unidade de terapia intensiva (UTI) covid. A média girou em torno de 60 entre maio e início de junho e já foi de 110 em abril. Os números estão baixando. O tempo de internação também diminuiu de sete para quatro dias.

A redução se verifica na unidade do Morumbi, localizada na zona sul, mas a tendência também se observa nos hospitais públicos administrados pelo Einstein, como os municipais Doutor Gilson de Cássia Marques de Carvalho (na Vila Santa Catarina) e Doutor Moyses Deutsch (M'Boi Mirim, também na zona sul).

Para Claudia Regina Laselva, diretora de Operações, Enfermagem e Experiência do centro médico, a equipe acumula lições importantes no trato da doença. "Do ponto de vista epidemiológico, temos um aprendizado que contribui na redução do tempo médio de internação, por exemplo."

Outro fator que influencia na redução de casos é a interiorização da doença. Mas a redução atual da pressão nos leitos hospitalares não modifica a estratégia do hospital. Há expectativa de aumento do número de casos nas próximas semanas. Com ocupação geral em torno de 80%, o hospital, referência no tratamento do coronavírus entre os hospitais privados continua mobilizado.

O centro ainda espera uma espécie de "retomada" mais intensa do tratamento de outras doenças crônicas, pois vários pacientes evitaram os hospitais por causa do medo de se contaminar. A procura de oncologistas, por exemplo, caiu 70%. Para atender pacientes covid-19 e não covid-19, o Einstein praticamente criou dois hospitais.

No Morumbi, uma das torres foi destinada somente para doentes do novo coronavírus, com elevadores, corredores, pronto-socorro e unidades de internação específicas. "O momento atual ganhou amplitude. Além da covid, estamos tratando mais casos de doenças crônicas e problemas derivados da covid, como a reabilitação, depressão e ansiedade", diz a especialista.

Segurança. Após praticamente quatro meses de dedicação intensa, os profissionais da linha de frente se sentem mais seguros. Nenhum profissional de saúde do hospital morreu, e a taxa de afastamento por covid-19 é de 10% a 12%, inferior aos 15% observados em outros hospitais. Por outro lado, há desgaste emocional. A perda de um paciente, a ausência dos acompanhantes e o medo de levar a doença para casa trazem um pesar maior a longo prazo, na opinião de Claudia Laselva.

Nesse contexto, as histórias de superação, dos colegas e dos pacientes, garantem a energia desses profissionais para seguir em frente no combate à covid. No final do mês passado, um enfermeiro retornou ao trabalho depois de 45 dias de internação, em que chegou a ficar em estado gravíssimo, mais 15 dias de afastamento das funções.

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FOLHA DE S.PAULO

Brasil tropeça para cumprir metas de testes de coronavírus

Ministério agora aposta em atenção básica para ampliar testes de casos leves

Natália Cancian

Brasília

"Teste, teste, teste." Replicada no início da epidemia, a frase do diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom, se viu atropelada pelo desenrolar da Covid-19 no Brasil.

A ampliação da testagem ficou na promessa - ou nas promessas, pois não foram poucas. A principal foi a previsão de ofertar 46 milhões de testes até setembro, entre moleculares (que buscam material genético do vírus em amostras das vias respiratórias) e rápidos (que buscam anticorpos em amostras de sangue).

Até agora, porém, só 12,3 milhões desse testes foram distribuídos aos estados, abaixo do previsto em cronograma inicial do programa Diagnosticar para Cuidar, que apontava 17 milhões até o fim de maio.

A testagem brasileira - foram feitos no SUS 1,2 milhão de testes moleculares, e, somados os da rede privada, 2,1 milhões ao todo- ainda é considerada baixa, para uma população de 210 milhões.

Questionado, o Ministério da Saúde não informou o total de testes rápidos na rede pública. Com a rede particular, diz, chega a2,6 milhões.

Mesmo com a oferta limitada, o país é hoje o segundo em número de casos registrados da Covid-19, com mais de 1,8 milhão de infecções, atrás dos EUA, com3,2 milhões. Especialistas indicam, contudo, que aqui há forte subnotificação.

Para o sanitarista Cláudio Maieroviteh, a ausência de testes dificulta no controle da epidemia. "Testar um caso, rastrear contatos, testá-los e isolar é o que permite o controle da doença onde ela está acontecendo ", afirma. "Sem testes, não se chega aos contatos dos contatos, e a investigação para no primeiro elo da cadeia [de disseminação]."

Nos últimos cinco meses, o ministério fez diferentes anúncios sobre o tema: além da ampliação, os planos envolviam coleta de amostras de pacientes com sintomas leves e expansão de laboratórios.

Boa parte dessas medidas ficou só no papel. Um raro avanço ocorreu na capacidade de laboratórios públicos, que foi de 1.600 testes por dia, em março, para atuais 14 mil.

Outras estão a meio caminho, como realizar 30 mil testes em um centro de diagnóstico em parceria com a rede Dasa, que receberia insumos e amostras da rede pública.

Até esta última semana, o centro realizava no máximo 3.500 testes por dia. Em contrato, a previsão era de fazer ao menos 13,5 mil nesta fase. "Vamos crescer a capacidade conforme a entrega de equipamentos do ministério e a capacidade dos municípios de enviarem amostras", diz o diretor médico da Dasa, Gustavo Campana.

Também em abril e maio, o ministério prometeu postos drive-thru em cidades acima de 500 mil habitantes para testar casos leves e enviar as amostras a Dasa e Flocruz. A medida não vingou.

Também ficou pela metade a ideia de asar o Telesus, sistema telefônico criado em março para orientar a população sobre sintomas de Covid-19, rastrear contatos de casos confirmados e ofertar testes.

"Nossa intenção era transformar o Telesas em um grande sistema de rastreamento", diz o ex-secretário de Atenção Primária Emo Harzheim, que era da gestão de Luiz Henrique Mandetta. Questionado, o ministério não respondeu.

Com o atraso, a pasta anunciou no fim de junho uma nova estratégia, que prevê usar centros de atendimento a Covid na atenção básica para co letar amostras também de casos leves, e não apenas os que chegam graves a hospitais.

Até agora, 807 desses centros já foram habilitados. Segundo Mauro Junqueira, do Conasems (conselho de secretários municipais de saúde), municípios esperam apenas a entrega de insumos para iniciar a coleta, ainda sem prazo. Ele admite que o total aplicado de testes ainda é baixo. "Mas esperamos virar o jogo."

Para Carlos Lula, secretário de Saúde do Maranhão e presidente do Conass, que reúne gestores estaduais, a estratégia no país foi confusa.

"Nossos laboratórios não estavam preparados e houve em alguns casos falta de swab [instrumento usado para coleta de amostras respiratórias, similar

a um cotonete] e de testes PC R, e, assim que chegaram os testes rápidos em alguns estados, já tínhamos uma curva muito acentuada da doença."

Segundo Marco Krieger, vice-presidente de inovação e produção da Fiocruz, um dos problemas foi a falta inicial de informações sobre o viras.

O cenário mudou com a chegada do viras à Europa e a declaração de pandemia, que causou falta de insumos e necessidade de ampliar a produção. Até agora, foram entregues pela Fiocruz 5,2 milhões de testes. A previsão é chegar a 11,5 milhões até setembro.

"O primeiro gargalo foi a produção, mas isso já está superado", diz ele, segundo quem há agora outros gargalos, "como insumos de coleta e logística das amostras".

Concorrência por insumos e problemas de logística também são citados pelo ex-ministro Nelson Teich. "Nossa expectativa era em junho fazer já 60 mil testes por dia."

O Ministério da Saúde diz que começou a buscar testes em janeiro, entretanto a corrida global fez rarearem os insumos. Segundo a pasta, uma compra de 15 milhões de unidades começou, com apoio da Fiocruz, em abril. Um milhão foi distribuído, e são previstas entregas semanais de 200 mil.

Em nota, o ministério diz que está ampliando a capacidade de testagem e mantém a previsão de 46 milhões de testes. Não diz, porém, quantos deles já foram adquiridos.

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O que o governo prometeu sobre testes

1. AMPLIAR OFERTA

Expectativa Fazer 46 milhões de testes até setembro, sendo 16 milhões até maio, 21 milhões de junho a agosto e 8 milhões nos meses seguintes Realidade Até 8 de julho,12,3 milhões de testes foram distribuídos aos estados, sendo:

4,8 milhões de testes moleculares (que usam a técnica de RT-PCR para verificar, em amostras de muco e saliva, a presença de material genético do vírus).

7,5 milhões de testes rápidos (que verificam a presença de anticorpos para o vírus em amostras de sangue).

2. TESTAR EM MASSA

Expectativa Testar até 22% da população até setembro Realidade Total cresceu, mas é limitado. Ministério não tem controle de todos os testes aplicados e total engloba testes feitos por estados e municípios.

1.1 milhão de testes RT-PCR já realizados no SUS, segundo o Ministério da Saúde

2.2 milhões de testes sorológicos (inclui rede privada; pasta não diz a fatia da rede pública).

3. ELEVAR A CAPACIDADE DE PROCESSAMENTO DE LABORATÓRIOS

Expectativa Aumentar progressivamente análise em laboratórios centrais e, em junho, processar por dia 16 mil testes na Fiocruz, 5.000 no Instituto de Biologia Molecular do Paraná e 30 mil em parceria com rede privada Dasa Realidade Capacidade de processamento da rede pública cresceu de 1.689 em março para 14.567em junho. Mas plano atrasou.

Atualmente, Fiocruz tem laboratórios com capacidade para 75 mil testes por dia, enquanto a Dasa tem feito hoje cerca de 3.000 testes por dia.

4. AUMENTAR UNIDADES SENTINELA E TESTAR NELAS 100% DA AMOSTRA

Expectativa

No fim de março, ministério anunciou que pretendia ampliar número de unidades sentinela, centros que coletam amostras de parte dos pacientes atendidos com síndrome gripai, de 168 para 500 até junho, e testar também 100% dos casos Realidade País tem hoje 237 unidades. Pasta não informa o total de amostras testadas nestes locais.

5. INSTALAR DRIVE-THRU E AMPLIAR TESTAGEM DE CASOS LEVES

Expectativa

Postos drivethru coletariam amostras e testariam casos leves em cidades acima de 500 mil habitantes. Resultado seria entregue por celular entre 24h e 96h depois Realidade Postos não saíram do papel. Ministério diz agora que testes serão ofertados em centros de atendimento a doentes da Covid (que podem ser unidades de saúde com espaço específico para esse atendimento). Há hoje 807 habilitadas, mas ministério não informa em quantas a coleta já ocorre.

6. RASTREAR POR TELEFONE PARA TESTAR

Expectativa

Programa automático que telefona e questiona sintomas, Telesus, seria ligado a oferta de testes e monitoramento de contatos de casos confirmados Realidade o Telesus foi implementado, mas não incluiu a oferta de testes.

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DIÁRIO DA MANHÃ

 

Governo de Goiás recebe menos do que municípios para combater pandemia

A distribuição de recursos do Governo Federal para que os Estados enfrentem o novo coronavírus tem surpreendido a população: em muitos casos, os Estados recebem menos do que municípios.

O caso de Goiás é um exemplo: o Estado fica com apenas R$ 15 a cada R$ 100 repassado pela União.

De acordo com reportagem de "O Popular", o Governo de Goiás recebeu R$ 52, 6 milhões enquanto os municípios tiveram acesso a R$ 306 milhões. Para efeito de comparação, um dos municípios de Goiás recebeu R$ 75 milhões para usar durante a "guerra" contra a covid-19.

De imediato os dados revelam que os municípios necessitam, por obrigação, ter maior protagonismo no combate da pandemia, já que receberam muito mais do que os governos estaduais.

Estes recursos podem ser aplicados desde campanhas publicitárias para orientação da população até compra de insumos e medicamentos, bem como na aplicação em hospitais e contratação de pessoal qualificado.

A distribuição em Goiás, diz a reportagem, é uma das menores do país. Apenas Alagoas (13,8%) e Mato Grosso (14%) apresentam uma proporção pior do que a de Goiás.

Uma das reclamações dos médicos da linha de frente do combate do vírus é a de que diversos municípios não aplicam corretamente os recursos e muitas vezes mandam pacientes para a rede estadual de atendimento, que têm UTI, mas um custeio bem maior. E com menos recursos.

Conforme a Secretaria de Estado de Saúde, o Governo de Goiás aplicou os R$ 52 milhões recebidos nos hospitais de campanha. São oito deles espalhados pelo Estado.

Outra questão suscitada pelos médicos e enfermeiros, além dos gestores, é de que a aplicação dos recursos diretamente nos municípios, de forma difusa, leva ao enfraquecimento da fiscalização, o que pode gerar desvios de recursos.

Já existem questionamentos em vários municípios do Estado quanto a falta de transparência na aplicação dos recursos públicos direcionados para as cidades.

A fonte dos dados que revela a discrepância do que é enviado aos governos e para municípios pode ser consultada no site Siga Brasil , sistema do Senado que traz detalhes dos repasses de recursos e orçamentos.

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BBC NEWS

Efeitos da covid-19 no acesso a pílulas, pré-natal e vacinas matarão milhares de mães e crianças, diz relatório

"A covid-19 está tornando uma situação ruim pior" para a saúde de mulheres, mães e crianças, resume o texto de um relatório publicado nesta segunda-feira (13) pelo painel independente das Nações Unidas para o tema, chamado Every Woman, Every Child, Every Adolescent ("Toda mulher, toda criança, todo adolescente"). O relatório chega a estimar, em números, o impacto múltiplo da pandemia do coronavírus na saúde delas que vai desde o acesso a contraceptivos à merenda de escolas, agora fechadas por imposição do isolamento social. Se em 2018 5,3 milhões de crianças com menos de cinco anos morreram globalmente, calcula-se que o contexto da pandemia possa tirar a vida de mais 400 mil delas por conta de interrupções e problemas nos serviços de saúde. Em relação à mortalidade materna, 295 mil mulheres morreram em 2017 em todo o mundo por causas ligadas à gravidez, como hemorragia e sepse. Os efeitos da pandemia podem fazer novas 24,4 mil mortes assim.

O documento destaca ainda que: 13,5 milhões de crianças deixaram de ser vacinadas contra doenças que podem ser fatais; Mais de 20 países já relataram escassez de vacinas causada pela pandemia; Há interrupção no fornecimento de contraceptivos, podendo levar a 15 milhões de gestações indesejadas em países de baixa e média renda; De 42 a 66 milhões de crianças correm o risco de cair na pobreza extrema; Cerca de 370 milhões de crianças estão deixando de receber refeições na escola; Mulheres têm particularidades que as colocam vulneráveis à depressão e ansiedade; Estima-se que pode haver mais 15 milhões de atos violentos contra meninas e mulheres a cada três meses de confinamento; em alguns países, chamadas de emergência aumentaram 30%. "Sistemas de saúde em países ricos e pobres estão enfrentando grandes dificuldades (na pandemia), e a atenção a mães, recém-nascidos, crianças e adolescentes está se esfacelando", afirmou em comunicado à imprensa a médica Elizabeth Mason, co-presidente do painel.

"Campanhas de imunização estão sendo interrompidas e os profissionais de saúde estão sendo desviados da maternidade para as unidades de tratamento para a covid-19."Emergências de saúde anteriores ensinaram o quanto mulheres e crianças ficam particularmente vulneráveis neste cenário no surto de ebola no Oeste da África entre 2014 e 2016, por exemplo, a mortalidade materna cresceu 75% durante a epidemia, e o número de mulheres parindo em unidades de saúde e hospitais caiu em 30%. Desde 2000, o mundo estava assistindo a melhoras importantes, mesmo nos países mais pobres como uma queda generalizada considerável na mortalidade materna e de crianças menores de 5 anos, diz o documento. "Estamos em uma situação onde décadas de progresso podem ser facilmente revertidas", lamenta Joy Phumaphi, membro do painel e ex-assistente da direção-geral da

Organização Mundial da Saúde (OMS). Com isso, ficou ainda mais preocupante o cumprimento de metas da Agenda 2030 das Nações Unidas, que engloba diversos temas e tem vários pontos sobre a saúde das mulheres e crianças.

Antes da pandemia, a implementação destes pontos já era considerada atrasada. ONU critica 'incoerência' de governo brasileiro ao não impedir despejos em meio a pandemia Coronavírus: o modelo matemático que explica como evitar meio milhão de mortes na América Latina Brasil: preocupação com tendência de aumento da mortalidade

O relatório traz classificações de 193 países em sete indicadores, avaliando-os como "superado" (metas globais ou do país em particular superadas); "avançado"; "intermediário"; e algo como "correndo atrás" ("catching up"). Os dados são em sua maioria anteriores à covid-19, variando entre 2015 e 2018. O Brasil aparece com cinco indicadores "superados": índice de mortalidade materna; taxa de crianças natimortas; mortalidade infantil; mortalidade abaixo dos cinco anos; e registro civil de óbitos. No indicador mortalidade adolescente (entre 10-19 anos, a cada 100 mil habitantes), o país aparece como "intermediário"; e, no registro civil de nascimento, "avançado".

Professora da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), Simone Diniz ressalta no entanto que os dados do relatório global possivelmente não captam tendências preocupantes observadas em anos mais recentes.Um relatório de 2018 da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) indicou, por exemplo, que após um período consistente de declínio na mortalidade no primeiro ano de vida, 2016 já apresentou uma reversão desta queda. Em relação a 2015, houve aumento em 2016 da mortalidade pós-neonatal (dos 28 aos 364 dias de vida) em todas as regiões do país, com exceção do Sul. O maior aumento foi observado no Nordeste, onde o coeficiente de mortalidade pós-neonatal passou de 3,8 por 1.000 nascidos vivos em 2015 para 4,2 em 2016. "Enquanto a mortalidade perinatal é mais influenciada pela assistência em saúde, a pós-neonatal é mais sensível às condições socioeconômicas (da família).

Observamos uma tendência do aumento da proporção das mortes pós-neonatal, o que vai ao encontro da crise econômica, queda de renda, aumento do desemprego e desigualdade observados nos últimos anos no país", explica Diniz, integrante do Grupo Temático Gênero e Saúde da Abrasco. A pesquisadora destaca que, no contexto atual de pandemia, o país está assistindo à volta de situações que tinham ficado para trás, como por exemplo a não recomendada "alta" ou liberação de consultas de pré-natal e a peregrinação por leitos, transferidos para tratamento de covid-19, no trabalho de parto. O Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Imunizações também estão preocupados com a queda da cobertura vacinal em meio à emergência da covid-19 por conta disso, a sociedade lançou a campanha "Vacinação em dia, mesmo na pandemia" com orientações para a imunização neste período. Outros desdobramentos da pandemia

Não é só a dificuldade de acesso a vacinas durante a pandemia que preocupa. Mulheres já estão sendo afetadas pelo fechamento de consultórios e postos de atendimento móvel sobre saúde reprodutiva, diz o relatório. Isto afeta o acesso a métodos contraceptivos, testes de HIV e assistência pós-aborto onde a interrupção à gravidez é permitida. Também há "preocupação com a saúde, ética e direitos diante de medidas restritivas para evitar a transmissão da covid-19, como mulheres sendo solicitadas a parir sem sua família por perto, e uma negação à autonomia delas na tomada de decisões; ou intervenções médicas como cesarianas e partos induzidos sem indicação baseada em evidências", segundo afirma o documento. Pelo impacto econômico e pela descontinuidade de programas de assistência, 2 milhões de casos adicionais de mutilação genital feminina podem ocorrer no mundo, assim como 13 milhões de casamentos de crianças nos próximos 10 anos.

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A REDAÇÃO

Goiás registra mais 502 casos de covid-19 e cinco óbitos em 24 horas

Goiânia - Goiás registrou mais cinco mortes e 502 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas. Os dados foram divulgados na tarde deste domingo (12/7) pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO). 

Com isso, o Estado já acumula 36.541 casos da doença e 849 óbitos confirmados. Assim, a taxa de letalidade da pandemia é de 2,32%.

Ainda segundo a SES-GO, há o registro de 10.472 pessoas recuperadas. Goiás ainda segue investigando 86.606 casos suspeitos e 54 óbitos suspeitos.

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JORNAL OPÇÃO

 

Universidades desenvolvem apoio a diagnóstico da Covid-19 com raio-x

Por Marcos Aurélio

Pesquisadores conseguiram taxa de assertividade de 90% de detecção da doença

Três universidades do Paraná desenvolveram um método de apoio a diagnósticos de causas de pneumonia empregando inteligência artificial em procedimentos utilizando raio-x. O método pode auxiliar na detecção de covid-19. Até o momento, os pesquisadores conseguiram taxa de assertividade de 90% de detecção da doença.

A investigação está sendo desenvolvida por um grupo de pesquisadores de três instituições: Pontifícia Universidade Católica (PUC-PR), Universidade Estadual de Maringá (UEM) e Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Campus Campo Mourão (UTFPR-CM).  

Atualmente, exames de tomografias já são adotados como forma de identificar indícios do que pode ser uma complicação no pulmão em decorrência da infecção pelo novo coronavírus. Este tipo de procedimento contribui para a análise clínica que já é admitida como forma de confirmação de casos em mudanças recentes divulgadas pelo Ministério da Saúde.

A diferença do sistema desenvolvido pelos pesquisadores paranaenses é o auxílio de análises realizadas por meio de inteligência artificial para realizar a avaliação do que causou uma pneumonia a partir de raios-x da região do tórax. Dentre as motivações, a tecnologia identificou os casos de covid-19 com taxa de acerto de 90%.

Rodolfo Pereira, idealizador da pesquisa e estudante do Programa de Pós-Graduação em Informática da PUC-PR, explica que a solução foi pensada a partir da demanda de encontrar formas de diagnosticar a covid-19, mas que pode também servir para indicar o quadro relacionado a uma pneumonia e subsidiar a indicação de tratamento pelos médicos.

Ele destaca que o sistema não é uma forma autônoma de diagnóstico, mas um recurso de apoio que pode ser útil uma vez que parte de imagens de raio-x e dispensa o uso de um tomógrafo. “A gente acredite que o sistema não é 100% seguro. Mas a questão é que a máquina de raio-x é presente em muitos postos de atendimento, inclusive em cidades do interior”, salienta.    

“Em um cenário mais caótico, um sistema como este poderia ser útil em um momento de primeira triagem. Ou do pessoal que está no interior e precisa ser encaminhado para outros locais para ter diagnóstico mais apropriado. Tomografia é exame mais caro, mais custoso e talvez demore mais”, complementa o professor do Programa de Pós-Graduação em Informática da PUC-PR Carlos Silla, orientador da pesquisa.

Agora as equipes pretendem apresentar o projeto à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) com vistas a firmar parcerias com hospitais. Isso porque o sistema melhora na medida em que se analisam mais imagens. Até o momento, ele avaliou 1.144 imagens de pneumonias. Mas com o aumento da base de dados a taxa de acerto também pode ser ampliada. (Com informações da Agência Brasil)

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Uso precoce de medicamentos por pacientes com Covid-19 é tema de audiência na Câmara dos deputados

Por Fernanda Santos

As discussões podem nortear novos protocolos adotados pelo Ministério da Saúde

A comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha ações de combate ao novo coronavírus debate o uso de medicamentos como tratamento precoce a Covid-19. Os parlamentares pretendem debater com especialistas e apresentar ao Ministério da Saúde um relatório sobre o tema.

O médico e deputado federal Zacharias Calil (DEM), se mostra favorável ao uso de medicamentos logo nos primeiros estágios da doença. “Eu vejo que o tratamento em qualquer situação é a melhor opção que você tem. Não se pode esperar a doença manifestar. A Covid-19 tem a fase 1, 2, 3 e 4, que vai se agravando”, afirmou ao Jornal Opção.

“Com isso, o paciente que poderia ser tratado em um menor período de tempo pode ter tido uma complicação e seguir para a UTI. Com isso você mantém o paciente entubado por mais tempo, maior morbidade. Está havendo discussões entre médicos de várias especialidades. Uns acham que o paciente tem que aguardar e outros para se manter o tratamento mais precoce possível, porque a piora é muito rápida”, disse.

As discussões podem nortear novos protocolos adotados pelo Ministério da Saúde, que determina essas normas no serviço público e se mostra aberto quanto a essa posição.

“O diagnóstico hoje primordial é a tomografia computadorizada. Se você vai fazer a testagem, você leva pelo menos cinco dias para ter o exame pronto. Enquanto isso, o paciente pode apresentar complicações do ponto de vista clínico e também hematológico. Ele começa apresentar inclusive alterações na coagulação sanguínea. Tem de 10% a 20% de comprometimento pulmonar, então eu acho que já deve sim entrar com anticoagulante, antibiótico, corticoide…”, argumentou o parlamentar.

“Tenho visto grande parte dos profissionais da saúde utilizando a ivermectina, não são todos, mas a grande maioria est]ao fazendo uso profilático com ela. Isso é fato. Não adianta falar que não tem evidência clínica. É o seguinte. Com a Covid-19 você não tem evidência de como vai evoluir em você. Pode evoluir bem ou mal. Que mal esse medicamento vai fazer?”, opinou.

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Procura por teste de Covid-19 dispara em laboratórios privados de Goiânia

Por Marcos Aurélio

Número de exames cresceu 80% nas últimas semanas. Atualmente, 15 laboratórios fazem a coleta de material para o teste RT-PCR na capital

Nas últimas semanas, foi registrado um aumento de cerca de 80% na procura por exames de diagnóstico de Covid-19 em laboratórios de Goiânia, o que tem gerado filas e muita espera em vários pontos de atendimento.

De acordo com o Sindicato dos Laboratórios de Análises e Banco de Sangue do Estado de Goiás (Sindilabs-GO), em apenas em um laboratório, foram feitos durante todo o mês de junho 2.697 exames. Só na primeira semana de julho já foram 831 atendimentos, número superior ao de exames realizados durante todo o mês de maio e que indica um aumento em relação ao mês passado.

Atualmente, 15 laboratórios fazem a coleta de material para o teste RT-PCR e quatro fazem o exame em Goiânia. Os exames de sorologia são realizados em 30 laboratórios.

O Sindilabs informa que está reforçando a orientação junto aos filiados para a adoção dos protocolos de segurança e prevenção de contaminação.

Christiane Maria do Valle Santos, presidente da Federação dos Hospitais, Laboratórios, Clínicas de Imagem e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás (Fehoesg) e do Sindilabs-GO explica que desde o final de maio as duas instituições oferecem aos laboratórios goianos a assessoria técnica necessária para a instalação de postos de atendimento drive-thru em locais de grande circulação. O posto-piloto funciona desde 21 de maio, na esquina da Rua T-37 com Avenida T-10, no Setor Bueno.

Com esses postos de atendimento é possível ampliar a oferta de exames e garantir maior segurança às pessoas, que podem fazer os testes sem sair de seus carros.

Outra orientação dada pelo Sindilabs-GO aos laboratórios é que façam os atendimentos agendados por telefone, WhatsApp ou e-mail, evitando, assim, que o paciente tenha que esperar muito tempo na unidade e em contato com outras pessoas.

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Rosane Rodrigues da Cunha 
Assessoria de Comunicação