CLIPPING AHPACEG 04/07/20
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Goiás registra 1.239 casos e 57 mortes em 24h
Aumento na testagem para Covid-19 pode deixar doentes em fila por resultados
Ahpaceg relata que não há vagas de UTIs para pacientes com coronavírus em hospitais associados
MPF recomenda que Conselho Regional de Farmácia em MG não incentive farmacêuticos a negarem cloroquina a pacientes com Covid-19
Cidades goianas fazem suas próprias estratégias para combater o novo coronavírus
Vírus interrompe 602 histórias em 100 dias
Ahpaceg anuncia falta de vagas de UTI nos hospitais associados de Goiânia
Novo modelo de isolamento busca consenso em Goiás
Pacientes com Covid-19 já enfrentam fila por leito de UTI em Goiás
Hemocentro espera doadores para iniciar tratamento de Covid-19 com uso de plasma
“Em uma guerra utilizamos os instrumentos que temos”, diz a médica Carine Petry, em defesa do tratamento precoce contra Covid
DIÁRIO DA MANHÃ
Goiás registra 1.239 casos e 57 mortes em 24h
O boletim da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) desta sexta-feira (3), aponta que nas últimas 24 horas foram ocasionadas 57 novas mortes em consequência da Covid-19. Além disso, de ontem para hoje também foram registrados 1.239 novos casos da doença em Goiás .
Conforme o levantamento de dados da SES-GO, há um total de 27.502 casos do novo coronavírus no território goiano. 66.153 casos suspeitos estão em investigação e outros 31.784 foram descartados.
Com o recorde de mortes nas 24 horas, Goiás já acumula 602 vítimas. 48 óbitos suspeitos estão em investigação e descartados 482 casos.
O boletim com as notificações da SES-GO foi informatizado e realiza o processamento dos dados a partir dos sistemas do Ministério da Saúde (e-SUS VE e Sivep Gripe). Eventuais diferenças são justificadas por ajustes nas fichas de notificação pelos municípios, como por exemplo, a atualização do local de residência da pessoa.
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Aumento na testagem para Covid-19 pode deixar doentes em fila por resultados
Festas regadas a testes rápidos para detectar infecção pela Covid-19 viralizaram na internet nos últimos dias. Laboratórios e farmácias estão disponibilizando os exames que podem ser feitos por qualquer pessoa, inclusive para aquelas que são assintomáticas.
Além disso, na última semana, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) incluiu o teste sorológico na lista de coberturas obrigatórias dos planos de saúde. Para a pneumologista Fernanda Miranda, que atende no Órion Complex, essa situação pode gerar um uso inadequado dos testes, que segundo ela, devem ser feitos apenas por pessoas que apresentam sintomas.
Para a médica, a corrida por exames em quem está saudável vai prejudicar aqueles que estão doentes e precisam de agilidade dos resultados. "É urgente e necessário que as pessoas tenham informação correta em mãos. Já estamos com nossos pacientes esperando sete dias pelos resultados. Pessoas que realmente estão doentes e precisamos do exame para estabelecer as condutas", diz ela, que lembra também que muitos estão fazendo exames para viajar por causa do período de férias ou até mesmo para realizar encontros sociais com aglomerações desnecessárias.
O grande problema é que, quando se trata do RT-PCR, feito a partir de coleta de secreção nasal, todos os resultados são processados na mesma central de análise, independente do laboratório ou hospital que coleta. "Com os planos de saúde sendo obrigados a custear isso, a grande preocupação, é que os pacientes pressionem os médicos a pedirem os testes mesmo quando não há real necessidade e isso vai sobrecarregar o sistema ".
Para Fernanda, que é especialista em doenças respiratórias, não há fundamento fazer testes em assintomáticos, isso porque o estágio da doença interfere diretamente na precisão do resultado. O exame mais comum de RT-PCR, que detecta o RNA viral, tem melhores resultados entre o 2° e 7° dias depois de iniciado os sintomas. Podendo permanecer positivo por mais de 30 dias depois da infecção não significando que o indivíduo continua transmitindo.
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PORTAL G1
Ahpaceg relata que não há vagas de UTIs para pacientes com coronavírus em hospitais associados
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, os leitos ocupados representam 15% do total disponível. Goiás tem mais de 27,5 mil pessoas infectadas.
Por Rafael Oliveira, G1 GO
A Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), que representa em Goiânia 17 hospitais privados, informou não dispor de vagas em leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) para a internação de pacientes adultos com suspeita ou confirmação de coronavírus, nesta sexta-feira (3), às 18h, em um comunicado enviado às autoridades de saúde.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), os leitos ocupados com pacientes em tratamento contra a Covid-19 representam 15% do total de UTIs
Já em hospitais da rede estadual, nesta sexta-feira, a taxa de ocupação dos leitos destinados exclusivamente para pacientes com coronavírus está em 88% para UTIs voltadas para adulto, pois 130 dos 147 leitos estão ocupados. O índice dos leitos pediátricos está em 30%, pois há pacientes em 4 dos 13 leitos, segundo informou a secretaria.
A divulgação de dados relativos à ocupação de leitos de UTI consta em recomendação do Ministério Público do Estado de Goiás e deve ser enviado à Secretaria de Estado da Saúde de Goiás, Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia e operadoras de planos de saúde na capital, segundo o comunicado da própria associação.
"Amanhã [4], voltaremos a informar a taxa de ocupação de nossos hospitais, mantendo a transparência que sempre pautou nosso trabalho e tem referenciado nossa atuação nesta pandemia", diz ainda o comunicado.
O boletim da SES divulgado nesta sexta-feira revela que 27.502 pessoas estão infectadas com o novo vírus e 602 morreram por causa da doença.
Veja lista dos hospitais associados
Goiânia
Hospital Amparo
Hospital Clínica do Esporte
Hospital do Coração de Goiás
Hospital do Coração Anis Rassi
Hospital da Criança
Hospital de Acidentados
Hospital Infantil de Campinas
Hospital Ortopédico de Goiânia
Hospital Premium
Hospital do Rim
Hospital Samaritano de Goiânia
Hospital Santa Bárbara
Hospital Santa Helena
Hospital São Francisco de Assis
Instituto de Neurologia de Goiânia
Instituto Ortopédico de Goiânia
Hemolabor
Vagas na rede estadual
Nesta sexta-feira, a taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs) da rede pública estadual destinados exclusivamente para pacientes com coronavírus está em:
UTI adulto: 147 leitos / 130 ocupados (88%)
UTI Pediátrica: 13 leitos de UTI / 4 ocupados (30%)
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MPF recomenda que Conselho Regional de Farmácia em MG não incentive farmacêuticos a negarem cloroquina a pacientes com Covid-19
Recomendação argumenta que estes profissionais não podem interferir em prescrições médicas regulares, por configurar exercício ilegal da medicina. Documento é assinado por procuradores de Uberlândia e Ituiutaba; G1 procurou o CRF-MG.
O Ministério Público Federal (MPF) em Uberlândia/Ituiutaba recomendou ao Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais (CRF-MG) que se abstenha de incentivar que farmacêuticos pratiquem atos exclusivos de médicos ou se recusem a dispensar medicamentos prescritos em receituários emitidos em observância dos aspectos técnicos e legais.
A informação foi divulgada no site oficial do MPF nesta quinta-feira (2). Na prática, considerando-se o contexto atual, a recomendação serve para que o CRF não estimule farmacêuticos a negarem medicamentos à base de cloroquina a pacientes com Covid-19.
Foi dado prazo de três dias para que o Conselho Regional informe se acatará ou não a recomendação, tornando sem efeito a nota técnica expedida por ele.
O G1 entrou em contato com a assessoria de comunicação do CRF-MG para posicionamento da entidade em relação à recomendação. Até a última atualização desta matéria não houve retorno.
Segundo a recomendação, o CRF-MG expediu uma nota técnica que recomendava aos farmacêuticos a não dispensarem medicação à base de cloroquina e hidroxicloroquina a pacientes com sintomas leves da Covid-19, ainda que mediante prescrição médica.
No entanto, para o MPF, a nota não possui amparo legal e expõe os farmacêuticos que atuam em Minas Gerais a situações em que podem ser responsabilizados pelo exercício ilegal da medicina e por eventuais danos ocasionados a terceiros. As afirmações são dos procuradores da República Cléber Eustáquio Neves e Wesley Miranda Alves, que assinaram o documento.
O uso do medicamento ainda não é consenso entre autoridades médicas e governos, tanto no Brasil como no Mundo (entenda mais abaixo).
Em Uberlândia por exemplo, segundo o novo protocolo de atendimento à Covid-19 divulgado pela Prefeitura, a utilização da hidroxicloroquina pode ser indicada ao paciente, conforme decisão de cada médico.
Sintomas leves
Conforme o MPF, os procuradores lembraram que o próprio Conselho Federal de Medicina (CFM) propôs aos médicos de todo o Brasil que considerem o uso do medicamento "em pacientes com sintomas leves no início do quadro clínico, em que tenham sido descartadas outras viroses e que tenham confirmado o diagnóstico de Covid-19, a critério do médico assistente, em decisão compartilhada com o paciente".
Os autores ainda afirmaram que a Associação Médica Brasileira (AMB) posicionou-se favoravelmente às orientações do Ministério da Saúde sobre tal prescrição.
O composto à base de cloroquina está em meio a polêmicas que dividiram opiniões entre gestores e profissionais da área da saúde desde o começo da pandemia. Após ser considerado solução possível, estudos rebateram a eficiência do remédio no combate à doença.
O medicamento passou a ser não recomendado em casos leves e moderados, mas o Ministério da Saúde manteve o uso, mesmo após o veto da Organização Mundial da Saúde (OMS). Já o Conselho Federal de Medicina (CFM) chegou a não recomendar a droga, mas liberou a receita em alguns casos específicos.
Especialistas
Em publicação oficial recente, a própria Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), especialista no tema, reforçou que a Organização Mundial da Saúde (OMS), a FDA (agência reguladora de medicamentos dos EUA), a Sociedade Americana de Infectologia (IDSA) e o Instituto Nacional de Saúde Norte-Americano (NIH) recomendaram que não seja usado cloroquina, nem hidroxicloroquina para pacientes com COVID-19, exceto em pesquisas clínicas, devido à falta de benefício comprovado e potencial de toxicidade. Por fim, a SBI disse que segue e recomenda tais decisões.
Ainda de acordo com os procuradores do MPF, "prescrever ou não tratamento medicamentoso autorizado pelo Ministério da Saúde, pelo Conselho Federal de Medicina e pela Associação Médica Brasileira compete, única e exclusivamente, ao médico assistente, cabendo ao farmacêutico tão somente a dispensação de medicamentos, visando garantir a eficácia e a segurança da terapêutica prescrita, observar os aspectos técnicos e legais do receituário , conforme artigo legal.
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O POPULAR
Cidades goianas fazem suas próprias estratégias para combater o novo coronavírus
Apenas sete das 20 cidades goianas com mais casos confirmados do novo coronavírus já começaram a seguir o decreto do governo do Estado ou decidiram data para aderir às restrições. Grupos de prefeitos do Sudoeste e do Entorno do Distrito Federal tentam sincronizar funcionamento do comércio e aumentar o índice de isolamento social. Na Região Metropolitana de Goiânia, cidades separadas por avenidas têm regras diferentes
1º Goiânia e a incerteza jurídica
Com 7.474 casos do novo coronavírus e 195 mortes pela doença confirmados até ontem, a capital segue desde terça-feira (30) o decreto do governo estadual, que instituiu o isolamento intermitente, com a restrição para o funcionamento de atividades não essenciais por 14 dias. O comércio deve ser parcialmente reaberto após o fim deste período. Uma decisão judicial chegou a suspender o efeito da norma na quinta-feira (2), mas a liminar foi derrubada horas depois. A decisão de endurecer as regras foi tomada pouco mais de uma semana após a Prefeitura de Goiânia iniciar processo de flexibilização das atividades econômicas.
2º Em Rio Verde, comércio apoia escalonamento 14x14
Em Rio Verde, a estratégia 14x14 já é seguida desde o início de junho, quando a cidade registrou aumento exponencial de casos do novo coronavírus. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, a cidade tem atualmente 4.390 registros da doença e 52 mortes. Nesta semana o comércio esteve na fase de abertura proposto no escalonamento e voltará a fechar nesta segunda-feira (6). O prefeito Paulo do Vale (DEM) afirma que a previsibilidade fez com que os comerciantes da cidade cooperassem com as regras no período em que as atividades comerciais não podem funcionar.
3º Aparecida de Goiânia endurece regras a partir deste domingo
Segunda maior cidade do Estado, Aparecida tem 3.135 casos de Covid-19 confirmados e acumula 59 mortes provocadas pelo vírus. A cidade alcançou o cenário laranja, que aponta alto risco da doença e endurecerá as regras para o funcionamento de atividades econômicas e sociais a partir deste domingo. Os estabelecimentos de cada uma das 10 macrozonas do município terão de fechar duas vezes entre segunda e sexta-feira. Todo o comércio da cidade deve abaixar as portas entre as 13 horas dos sábados e nos domingos o dia todo. Antes da nova regra, as macrozonas fechavam uma vez por semana.
4º Anápolis terá só serviços essenciais no fim de semana
Em decreto publicado ontem, o prefeito de Anápolis, Roberto Naves (Progressistas), reduziu o horário de funcionamento do comércio com o objetivo de aumentar o isolamento social na cidade. Entre as 22h das sextas até 5h das segundas-feiras, apenas estabelecimentos essenciais poderão abrir as portas, como supermercado e farmácias. Antes da decisão, parques, praças e espaços esportivos estavam abertos, mas estas atividades agora estão suspensas. Anápolis tem 1.003 casos do novo coronavírus confirmados e 16 mortes provocadas pela doença.
5º Luziânia começa a aplicar lockdown
Luziânia, no Entorno do Distrito Federal, aplicará lockdown de fim de semana a partir de hoje. Nove municípios localizados na região decidiram adotar a estratégia como alternativa ao decreto do governo do Estado, sob argumento de que a região tem realidade diferente do restante de Goiás devido à proximidade com Brasília. A partir deste sábado o comércio terá de fechar às 15h aos sábados e poderá reabrir às 6h nas segundas-feiras. Só farmácias, postos de combustíveis e revendedoras de gás vão funcionar. Já são 816 casos de Covid-19 e 11 mortes pela doença.
6º Águas Lindas de Goiás segue regras do Entorno
Águas Lindas de Goiás tem 802 casos do novo coronavírus e já registrou 29 mortes pela doença. O comércio fecha no fim de semana, com funcionamento apenas de revendedoras de gás, farmácias e postos de combustíveis, conforme adotado por outras cidades do Entorno do Distrito Federal. Durante a semana, serviços essenciais poderão funcionar entre 6h e 21h. Atividades que trabalham com entrega estão liberadas até as 22h. Serviços não essenciais podem funcionar entre 9h e 17h, seguindo protocolos contra a contaminação por Covid-19.
7º Senador Canedo segue o Estado
Localizada na Região Metropolitana de Goiânia, Senador Canedo decidiu seguir o decreto do governo de Goiás integralmente. Em entrevista ao POPULAR na semana passada, o prefeito Divino Lemes (Podemos) disse que se a capital seguisse o Estado, ele faria o mesmo, alegando que Senador Canedo tem a mesma dinâmica que a capital. A restrição para o funcionamento de atividades não essenciais na cidade vale desde quarta-feira (1º). O município já registrou 712 casos do novo coronavírus e 12 mortes. Antes disso, a cidade havia flexibilizado o funcionamento de atividades econômicas.
8º Valparaíso de Goiás tenta conter visitantes
Como outras cidades do Entorno do Distrito Federal, Valparaíso adotará o lockdown de fim de semana, com a proibição de qualquer atividade econômica ou social entre as 15h de sábado e 6h de segunda-feira. A cidade já registrou 664 casos de Covid-19 e 20 mortes provocadas pela doença. Antes da decisão, a prefeitura havia flexibilizado atividades no município. A expectativa do prefeito Pábio Mossoró (MDB) é que o lockdown diminua o fluxo de moradores de Brasília que compram em grandes supermercados.
9º Mineiros proíbe, após 18 hs, bebidas alcoólicas
Com 417 casosA do novo coronavírus confirmados, e 9 mortes, Mineiros está entre as 10 cidades goianas com os maiores números da doença. A cidade, como outras 11 da Região Sudoeste do Estado, tende a seguir o decreto estadual que instituiu o isolamento 14x14. Mas a té o fechamento desta edição, o decreto no site da prefeitura, publicado na quinta-feira (2), acompanha parte do texto do Estado e inclui a proibição da venda de bebidas alcoólicas a partir das 18h, de segunda a sexta-feira. Atividades religiosas são permitidas.
10º Planaltina ainda decide sobre regras na região
Planaltina, no Entorno do Distrito Federal, tem 408 casos e 13 mortes confirmadas por Covid-19. A prefeita Maria Aparecida, conhecida como Pastora Cida (Pros), diz que ainda não decidiu se a cidade adotará as regras do lockdown de fim de semana. A medida deve ser discutida com secretários nesta segunda-feira (6). O funcionamento de bares, restaurantes e a realização de festas estão proibidos na cidade. O comércio pode abrir seguindo protocolos como uso de máscaras, álcool em gel e monitoramento de temperatura dos clientes.
11º Novo Gama pede colaboração dos moradores
Novo Gama seguirá as regras de proibição total de atividades econômicas e sociais no fim de semana, que será adotada também por outras cidades do Entorno do Distrito Federal. Novo Gama já registrou 389 casos do novo coronavírus e 17 mortes. A secretária de saúde, Wisliane Maximiano do Nascimento, afirma que a parceria com a população é fundamental para que a estratégia dê resultado, já que a realização de reuniões familiares está entre os principais problemas da cidade. Antes de decidir pelo lockdown, a cidade estava com parte do comércio não essencial funcionando com uso obrigatório de equipamentos de proteção, como máscaras.
12º Santo Antônio avalia lockdown
Assim como Planaltina, o município de Santo Antônio do Descoberto ainda não aderiu oficialmente ao lockdown de fim de semana. A decisão deve ser tomada em reunião marcada para esta segunda-feira. Na cidade, restaurantes e similares podem funcionar apenas mediante entrega e até as 22h. Apenas estabelecimentos que prestam serviços essenciais podem abrir as portas aos domingos e precisam fechar às 22h. A cidade tem 307 casos de Covid-19 e 8 mortes provocadas pela a doença.
13º Cidade Ocidental quer maior isolamento
Os gestores da Cidade Ocidental, no Entorno do Distrito Federal, ainda avaliam se o município integrará o bloco de cidades da região, que realizará lockdown nos fins de semana. Para diminuir a presença da população nas ruas durante a noite, a prefeitura proibiu a venda de bebida alcoólica depois das 18h. O comércio funciona com flexibilizações para atividades não essenciais, com a obrigatoriedade do uso de máscaras e outros protocolos de proteção. A cidade já registrou 352 casos de Covid-19 e 6 mortes.
14º Jataí busca sincronizar estratégica com Estado
Em Jataí, o decreto do governo estadual começa a ser seguido a partir desta segunda-feira. Como Rio Verde, que é cidade vizinha, realiza o isolamento 14x14 desde o início de junho, a prefeitura de Jataí decidiu sincronizar a estratégia. Com isso, apenas atividades econômicas e sociais essenciais à vida devem funcionar durante 14 dias. Até esta semana parte significativa do comércio estava aberto seguindo restrições. Não era permitida a abertura de bares. Jataí tem 347 casos de Covid-19 confirmados e três mortes.
15º Formosa adota decreto na íntegra
Com decreto publicado na terça-feira (30), Formosa decidiu seguir integralmente o governo de Goiás e iniciou o isolamento intermitente, com 14 dias de atividades não essenciais suspensas e outros 14 com o comércio aberto. A cidade já registrou 333 casos do novo coronavírus e 5 mortes. Com a norma em vigor, atividades comerciais e de prestação de serviço em geral só podem ser realizadas mediante entrega. Os supermercados continuam abertos, mas com o acesso restrito a uma pessoa de cada família.
16º Inhumas mantém alinhamento com governo
Em Inhumas, localizada na Região Metropolitana de Goiânia, a prefeitura decidiu seguir as regras sugeridas em decreto publicado pelo governo do Estado. O texto com adesão à norma estadual foi publicado na quarta-feira (1º). Antes disso, o decreto municipal já seguia regras semelhantes às sugeridas pelo governo do Estado em abril, quando o funcionamento do comércio foi flexibilizado. A cidade tem 261 casos do novo coronavírus e 4 mortes confirmadas. Apenas atividades essenciais podem funcionar na cidade.
17º Santa Helena busca menor circulação nas ruas
Localizada no Sudoeste do Estado, Santa Helena começou a seguir nesta semana as regras previstas no decreto publicado pelo governo do Estado. "A norma é pontual para diminuir a circulação de pessoas em massa das ruas. Precisamos encontrar um ponto de equilíbrio. O comércio vai ficar aberto metade do tempo. Conseguiremos manter a economia regular e diminuir a transmissão", afirma o prefeito João Alberto Rodrigues (Patriota). Santa Helena tem 259 casos do novo coronavírus e 2 mortes confirmadas.
18º Trindade tem decreto próprio que cancela festa
Em Trindade, a prefeitura segue decreto próprio. Atualmente está proibido o funcionamento de restaurantes e hotéis. O protocolo diz respeito ao período em que seria realizada a tradicional festa do Divino Pai Eterno, que foi cancelada por causa da pandemia. As regras continuam em vigor para prevenir aglomerações. A prefeitura deve discutir a atualização do funcionamento do comércio em reunião nesta segunda-feira. A cidade tem 242 casos do novo coronavírus confirmados e 17 mortes.
19º Catalão autoriza feiras e obras da construção civil em geral
Catalão segue parte das regras estipuladas pelo governo do Estado em decreto. Norma publicada pelo município permite o funcionamento de atividades econômicas para a produção ou a circulação de bens, prestação de serviços e atividades de profissionais liberais entre segunda e sexta-feira, das 9h às 15h. Também estão autorizadas obras da construção civil em geral e a realização de feiras, atividades que têm restrições no texto do Estado. Catalão já registrou 235 casos do novo coronavírus e seis mortes provocadas pela doença.
20º Em Itumbiara, funcionam academias, bares e feiras
A prefeitura ainda estuda se seguirá as regras do decreto estadual, adotando o isolamento 14x14. Atualmente, está em vigor a norma municipal, que permite o funcionamento de academias, restaurantes e bares (com restrição de 30% da capacidade), feiras livres e a realização de atividades religiosas presenciais. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, Itumbiara já registrou 210 casos do novo coronavírus e duas mortes provocadas pela doença foram confirmadas.
Sudoeste tenta sincronizar
Pelo menos dez municípios do Sudoeste de Goiás seguirão o governo estadual com a quarentena alternada em suas cidades. O objetivo é aumentar o índice de isolamento social em toda a região, que tem municípios próximos. O objetivo é sincronizar o fechamento do comércio com o município de Rio Verde, que já adota a medida desde 8 de junho. De acordo com o prefeito da cidade, Paulo do Vale (DEM), o escalonamento já teve efeitos, com o índice de isolamento passando de 50% durante quatro dias. Prefeito de Jataí, Vinícius Luz(Progressistas) cobra maior colaboração dos cidadãos. Segundo ele, as aglomerações em residências, chácaras e fazendas têm sido um desafio na cidade, o que levou a administração a elevar o valor da multa para R$ 5 mil.
Divergências na mesma avenida
Na Região Metropolitana de Goiânia, as estratégias divergem em municípios que são separados por poucos quilômetros e até mesmo por avenidas. Apesar de Goiânia ter decidido adotar a estratégia que consta no decreto do Estado, Aparecida de Goiânia, Trindade e Anápolis têm regras diferentes para o comércio. Prefeito de Anápolis, Roberto Naves (Progressistas) afirma que concorda com a estratégia do governador, mas diz que a situação em Anápolis é diferente de outras cidades goianas, por causa da taxa de ocupação de leitos hospitalares em 33%. "Publiquei novo decreto para aumentar as regras e elevar o isolamento social na cidade. O objetivo é preservar vidas, mas também dar oportunidade para as pessoas trabalharem."
Pirenópolis dá bom exemplo
Uma das cidades mais importantes para o turismo goiano, Pirenópolis criou uma série de regras para o enfrentamento à Covid-19 desde o início da crise provocada pela pandemia. Ao longo dos últimos três meses a prefeitura fez barreiras sanitárias para evitar o acesso de turistas à cidade e restringiu o funcionamento do comércio e dos hotéis. O último decreto foi publicado ontem e suspendeu o turismo na cidade no mês de julho. A cidade tem seis casos confirmados da doença e até ontem não havia registrado nenhuma morte. Corumbá de Goiás, que também é turística e fica localizada na mesma região, registrou até ontem 14 casos da doença. Na terça-feira (30), o município decidiu seguir o decreto do governo estadual.
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Vírus interrompe 602 histórias em 100 dias
Na semana em que Goiás ultrapassa os 600 mortos pela Covid-19, O POPULAR conta parte das vidas ceifadas. Doença matou, em média, 6 por dia desde que ocorreu o primeiro óbito
Todos os dias, a professora de matemática aposentada e pastora Vilma Ribeiro Rodrigues, de 69 anos, passava na porta da videolocadora do cunhado Juvenal Borges de Almeida, de 52, e perguntava: "Tá tudo bem aí?". A pergunta, despretensiosa, mas cheia de cuidado, demonstra bem a personalidade zelosa da mulher. Entretanto, após Vilma morrer devido a complicações causadas pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2) na última terça-feira (30), a rotina de Juvenal e de toda a família teve que ser alterada.
Vilma é uma das 602 pessoas de Goiás que perderam a vida em cem dias desde que a primeira morte foi registrada no Estado, completados nesta sexta-feira (3), uma média de seis óbitos por dia. Só nas últimas 24 horas foram 57 óbitos, número que representa um novo recorde diário.
"Meu irmão era muito dependente dela. Ela dava até remédio na boca dele", conta Juvenal. Além do marido, Vilma também era cuidadosa e amorosa com os três filhos e os cinco netos que tinha. "Mesmo tendo uma aposentadoria simples, ela sempre guardava um dinheirinho para ajudar os filhos caso eles precisassem", pontua o cunhado.
Uma mulher ativa na igreja em que era pastora junto com o marido, Vilma tinha como algumas das atividades preferidas participar do grupo de louvar e ensinar as crianças sobre históricas bíblicas. "Os hinos da Harpa Cristã eram os preferidos dela", afirma Juvenal.
Considerada uma conselheira para toda a família e a comunidade religiosa em que participava, Vilma vai deixar uma lacuna difícil de preencher. "Ela era uma mulher especial", diz Juvenal.
Além da professora aposentada, outras 601 histórias interrompidas são as mais diversas possíveis. Desde a jovem Isabella Pires de Jesus, de apenas 19 anos, que morava em Rio Verde e estava apenas começando a realizar um dos seus sonhos: cursar Medicina Veterinária, até o jovem João Vitor Vieira da Silva, de 21 anos, primeiro paciente atendido pelo Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), que após transpor diversas barreiras e mostrar que a deficiência não é um limite para realizar sonhos, também perdeu a vida lutando contra a Covid-19.
Profissionais
A saúde goiana, que nos últimos sete dias perdeu quatro profissionais da área, ficou órfã do médico Ciro Ricardo Pires de Castro, de 75 anos.
O goiano, que construiu parte da carreira no Sistema Único de Saúde (SUS), foi uma das figuras mais importantes do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) desde a fundação da unidade de saúde.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública do Estado de Goiás (SSP-GO) também já perdeu dois membros apaixonados pela profissão: Ubirajara Luís de Sales, de 37 anos, e Wagner Luiz de Almeida, de 53. Famílias também foram despedaçadas pela doença. Em Planaltina, pai, mãe, filha e avô morreram em um prazo de 14 dias pela Covid-19. Em Goiânia, em quatro dias, pai, mãe e filho vieram a óbito. Em Edealina, mãe e filha também faleceram pela doença com uma diferença de apenas três dias.
Pensando nisso, mais uma vez o POPULAR revela quem são algumas destas pessoas que perderam a vida para a doença, assim como as famílias, amigos e conhecidos das vítimas. São pais, mães, avós, avôs, amigos e profissionais apaixonados e esforçados. São pessoas que eram amadas e que sempre serão lembradas.
O número 602 significa muito mais que uma estatística ou base para cálculo. Este número significa histórias de vida que foram interrompidas de forma abrupta pelo novo coronavírus. Em levantamento próprio, a reportagem identificou 54 dessas vítimas. A lista com o nome, idade e cidade de cada uma delas está na página 16 desta edição.
Antônio Sergipano: patrimônio cultural
O comerciante Antônio Joaquim Dias, o Antônio Sergipano, era uma das figuras mais conhecidas de Niquelândia, no Norte do Estado. Todo mundo conhecia o senhor de 84 anos que era proprietário do armazém Casa Sergipana, na região central da cidade, e frequentador assíduo das missas na Paróquia Santuário São José. No dia 26 de junho, ele morreu por conta do novo coronavírus (Sars-CoV-2) e causou comoção na cidade.
Natural de Uauá, cidade do Norte da Bahia, Antonio Sergipano ganhou este apelido em Niquelândia porque a cidade onde nasceu fica próxima ao Sergipe. Ele, que migrou para a cidade goiana por conta da mineração, se tornou uma pessoa querida por toda a cidade com o passar do tempo. "A enfermeira que o atendeu no hospital no dia em que ele morreu disse que se lembrava que na infância, meu avô costumava dar balinhas e bolacha recheada para ela. Esse era um costume dele com todas as crianças que iam lá", explica uma das netas de Antônio, Nathália Dias de Oliveira, de 27 anos.
Antônio, sua filha única, as duas netas e as duas bisnetas moravam todos juntos nos fundos da Casa Sergipana. Há quatro meses, o telhado do local, conhecido e frequentado por diversos niquelandenses, caiu. Com a ajuda de vizinhos e amigos, Antônio conseguiu consertá-lo e fazer uma pequena reforma no local, que era ponto de encontro para alguns moradores de Niquelândia, que passavam o dia no armazém conversando com Antônio Sergipano.
"Meu avô ficava lá até dia de domingo. A única ressalva dele era quando dava 18h30. Nesse horário ele mandava todo mundo embora porque logo ia começar a missa", conta Nathália. Antônio não perdia sequer um dia de celebração da missa das 19h na Paróquia e Santuário São José. Católico praticante, seguia o jejum da quaresma, às quartas e sextas, o ano todo.
Nathália, que foi quem levou o avô ao hospital da cidade quando ele começou a passar mal, inicialmente por conta de uma labirintite, afirma que o avô era um homem simples. "Ele cuidava do comércio, ia à igreja e lia livros. Essa era a rotina dele. Até o almoço todo dia era o mesmo: arroz, feijão, frango de molho e quiabo", afirma. Momentos antes de morrer, a neta diz que o avô estava quieto e só fez um pedido a ela e aos profissionais da unidade de saúde: que fosse melhor acomodado na maca para que pudesse dormir. "Ele queria muito descansar, e se parar para pensar, descansou", reflete a neta de Antônio Sergipano.
A avó com o café mais gostoso de Trindade
Sempre que o jornalista Matheus Asafe do Carmo, de 22 anos, chegava na casa da bisavó, a Dona Tumira, pelo menos uma xícara de café ele tinha de tomar. "Ela falava que não sabia fazer café, pois a cada vez que ela coava um, ficava um gosto diferente. Porém, para mim o melhor café do mundo, mesmo que ela negasse, era o da minha avó", conta Matheus. Tomires Veloso do Carmo, de 83 anos, morreu por complicações do novo coronavírus (Sars-CoV-2) no dia 23 de junho e deixou para trás cinco filhos, oito netos, oito bisnetos e dois tataranetos.
Nascida em Minas Gerais, Dona Tumira, passou a maior parte da vida em Trindade. Conhecida na cidade, morou 63 anos na Rua 16 de julho, no Setor Oeste, onde criou três gerações. Com menos de 40 anos, ela já havia sido viúva duas vezes e, entre malas de roupas para lavar e passar como ganha pão, conseguiu criar todos os filhos. Devota de Santa Luzia, durante 35 anos, Dona Tumira encheu a casa no fim do ano para fazer uma reza para a santa. "Era na casa dela que todo mundo se encontrava para tudo", diz Matheus.
Uma matriarca zelosa e preocupada, nas reuniões de família, Dona Tumira só comia depois que todo mundo já tivesse se servido. "Ela falava que a comida dela era o que sobrasse", relata Matheus. Entretanto, a mais recente paixão da Dona Tumira era a Nina, uma cadela ainda filhote que havia ganhado dos filhos e netos. "Ela cuidava dela com o maior zelo. Era uma pessoa apaixonada por animais e tratava de muitos gatos e cachorros de rua", conta Matheus.
Sob a copa de duas árvores que ficam na calçada da casa onde morava, é que Dona Tumira gostava de fazer as refeições e passar as manhãs e tardes sentada em uma cadeira de fita, observando o movimento da rua, conversando com conhecidos e brincando com seus animais. Nos olhos, o bisneto de dona Tumira carrega a ligação eterna que vai ter com a avó. "Entre os netos e bisnetos, só eu tenho os olhos azuis como os dela. Nunca vai ter como se esquecer da Dona Tumira", enfatiza o bisneto.
Marildinha, a técnica mais amada e dançante do Hugo
Por mais de 25 anos, estar no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) fez parte da rotina da técnica em enfermagem Marilda dos Reis Costa, de 64 anos. Entretanto, mais do que um mero trabalho, o Hugo fazia parte da história de vida e de quem a técnica era. "Quando me perguntam quem era minha mãe eu digo: era o Hugo. Ela amava aquele lugar. Deu a vida por ele", conta uma das quatro filhas de Marilda, a vendedora atacadista, Kelly Cristina Costa, de 41 anos. Marilda morreu por complicações da Covid-19, causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2).
"Minha mãe conhecia das faxineiras até os médicos de lá. Não tem quem não já tenha trabalhado no Hugo que não conheça a Marildinha", diz o filho mais velho, o caminhoneiro, André Luiz da Costa, de 44 anos. Marilda era paranaense e veio para Goiás depois de se casar, aos 16 anos. O começo da carreira na Saúde, depois de enfrentar um divórcio, não foi fácil. O porteiro do local onde ela fez o curso técnico a ajudava a entrar escondido para poder assistir as aulas de graça. Depois, já trabalhando e com os filhos ainda criança, Marilda tinha que levá-los para o trabalho porque não tinha com quem deixá-los. "A gente ficava na sala de descanso da emergência esperando o plantão dela terminar", relata André.
Mesmo com uma prótese no quadril e com mais de 60 anos, Marilda não abandonou uma das suas paixões: a dança. "A felicidade dela era contagiante. Dançava em todo lugar", diz Kelly sobre a mãe que era dona de chamativos cabelos ruivos. "Ela era muito vaidosa.
Caso passasse mal, chamava a cabeleireira para ir em casa antes de fazer qualquer coisa. Ela dizia que a gente não podia deixar ela ir feia para o hospital", diverte-se Kelly. No dia em que foi internada, os filhos de Kelly mandaram uma mensagem para a avó comentando sobre o famoso bolo de cenoura de Marilda. "Ela cozinhava muito bem. Eles disseram que fizeram o bolo dela e que a estavam esperando para poder comê-lo. Para mim, não existia nada tão bom quanto o bolinho de chuva da minha mãe", afirma.
Marilda, que tinha quatro filhos e cinco netos, faleceu no dia 26 de junho, data do aniversário de 43 anos da filha Tatiana, que seguiu os passos da mãe e se tornou enfermeira. A técnica passou a paixão pela área da saúde para todo mundo da família. Além da filha Tatiana, a neta Mariana também está cursando Enfermagem. Os filhos Rafael e André já foram maqueiros na unidade de saúde e a filha de Kelly, Gabriela, estuda para um dia cursar Medicina. Quando a aposentadoria chegasse, o plano de Marilda era continuar no Hugo. "Ela dizia que seria voluntária lá. Nunca me esqueço uma vez que minha mãe falou que só saia do Hugo quando morresse. No fim, foi assim que aconteceu", relembra a filha da técnica em enfermagem.
Wagner realizou dois sonhos antes de partir
Aos sete anos de idade, Wagner Luiz de Almeida começou a vender picolés nas ruas de Jussara para poder ajudar a família a se sustentar. Com essa idade, ele já sabia que queria ser policial e locutor de rádio quando crescesse. Com 53 anos, idade na qual faleceu no dia 20 de junho devido às complicações causadas pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2), Wagner havia conseguido exercer as duas profissões que, apesar de distintas, se entrelaçaram e formaram a história de vida dele.
"Ele sempre quis ser policial e cumpriu bem sua missão", conta a filha de Wagner, a estudante de Direito, Ellen Jéssica de Almeida, de 31 anos. Depois trabalhar mais de 30 anos na Segurança Pública, em Aparecida de Goiânia, chegou a vez do 2º sargento da Polícia Militar do Estado de Goiás (PM-GO) realizar outro sonho: ser locutor de rádio. Nos últimos anos, ele apresentou o programa 'Segurança em Ação', na Rádio Vitório 87.9 FM. "Lá ele debatia segurança pública com convidados. Desse jeito ele conseguiu juntar as duas paixões que tinha em uma coisa só", diz a esposa de Wagner, a fiscal de caixa de supermercado Fabiana Almeida, de 25 anos.
A dedicação de Wagner não se estendia somente a área profissional. Ele também era um pai dedicado aos dois filhos e aos dois netos. Sempre presente nas reuniões escolares dos filhos, Wagner participava até das comemorações do Dia das Mães da filha Ellen e do filho Wagner Júnior. "Ele estava em todas. Nunca me deixava sozinha. A mesma coisa fez pelos meus filhos. Ia a todas as reuniões escolares desde quando eles estavam no jardim de infância", relata. Uma das maiores felicidades de Wagner foi ver a filha entrar para a faculdade de Direito. "É o que ele sempre me dizia e que nunca ia esquecer: 'A única herança que te deixo é a educação'", afirma Ellen.
Wagner também era um marido romântico e sempre presenteava a esposa Fabiana com flores. "Ele era um marido muito cuidadoso. Chego muito tarde do trabalho e todo dia ele estava me esperando em casa", diz Fabiana. Até mesmo quando Wagner já estava internado por conta da Covid-19, não deixou de se preocupar com a esposa. "Eu também contraí a doença e ele perguntava do meu estado de saúde o tempo todo. Ficou morrendo de medo de que eu tivesse de ser internada", relata. Nas horas vagas, Wagner gostava de levar os netos Hállex e Alerhandro aos jogos do Goiás, time para o qual torcia, e ouvir programas de rádio. "Meu pai era dengoso. Sempre que podia estava aqui com meus filhos", conta Ellen.
Uma das coisas que Wagner disse à família antes de ser entubado foi que se preocupava com todos eles. "Ele falou que se Deus desse a oportunidade para ele, ele ficaria conosco de novo. Porém, se não fosse este o caso, ele ficava feliz de saber que a gente estava bem", explica a esposa de Wagner. Fabiana acredita que o esposo morreu em paz, depois de ouvir uma mensagem que a família gravou para ele escutar dois dias antes de morrer, quando já estava respirando com auxílio da ventilação mecânica. "Sabemos que ele estava preocupado conosco. Por isso, todo mundo disse que estava bem, se cuidando e com muita saudade dele. De certa forma, foi uma despedida", comenta a esposa de Wagner.
José Jorge, o avô que esperava a neta no portão
Apesar de aposentado, a rotina de José Jorge Nascimento, de 78 anos, era intensa. Ele acordava às 4h para colocar os pães e quitandas da lanchonete que há mais de 10 anos tomava conta junto com a esposa para assar, e passava o resto do dia no local servindo aos clientes. A simpatia e o sorriso no rosto de José, aliados aos deliciosos salgados da esposa eram a receita para uma clientela fiel. No fim de cada dia, mesmo cansado, José não dormia até que a neta Ludimylla Viana Gomes, de 25 anos, passasse na casa dele para desejar uma boa noite.
"Ele era um avô sensacional. A minha maior lembrança dele sempre vai ser ele me esperando no portão da casa dele, de banho tomado, pronto para dormir. Por mais que estivesse cansado, ele não dormia sem me ver", diz a técnica em Saúde Bucal. Ao lado da esposa, José teve sete filhos e nove netos. Apesar de ter nascido em Minas Gerais, ele morava em Senador Canedo há 30 anos, onde foi trabalhador rural por muitos anos antes de abrir a lanchonete.
José Jorge era evangélico e frequentador assíduo dos cultos dominicais. "Meu avô nasceu em um lar cristão.
Sempre estava lendo a Bíblia dele. Podia ser no trabalho, na igreja ou em casa. Nas reuniões de família ele sempre arrumava um tempinho para falar conosco", conta a neta. José, que morreu depois de três dias esperando por uma vaga em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ele não tinha nenhuma doença pré-existente. "Meu avô era um homem forte, mas nas últimas semanas tinha sido acometido por uma gripe muito forte", afirma Ludimylla.
Quando não estava se dedicando às atividades da lanchonete 'Lanche Mineiro', José gostava de passar o tempo que tinha ao lado da família. "Ele era um homem de coração puro que se agradava das coisas simples. Adorava comer um feijão tropeiro ao lado da minha avó, meus pais, tios e primos. Ele era um exemplo para toda a família", afirma Ludimylla, que carrega nas lembranças que tem do avô, um momento especial.
"Nunca me esqueço do dia em que minha tia o levou para me visitar no trabalho. Ele chegou todo orgulhoso usando um chapéu e um sapato que eu dei e ficou lá um tempo comigo. Eu sempre vou me lembrar dele assim: um avô cuidado, amoroso e orgulhoso", emociona-se a neta de José.
Novo recorde de mortes em 24 horas
No dia em que Goiás alcançou a marca cem dias após a primeira morte pelo novo coronavírus (registrada no dia 26 de março), o boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) desta sexta-feira (3) contabilizou, nas últimas 24 horas, 57 óbitos, número que representa um novo recorde diário.
Entre a última segunda-feira (29) e esta sexta-feira, foram registradas na estatística oficial 167 mortes. Número que Goiás demorou, inicialmente, 71 dias para alcançar, já que registrou a 167ª morte no dia 5 de junho.
Ainda comparando os dados divulgados pelo Estado desde o início da pandemia, em abril, Goiás registrou uma morte nos três primeiros dias do mês. Em maio, o mesmo número se repetiu. Já nos três primeiros dias de junho foram 35 vítimas e, em julho, no terceiro dia do mês, já são 127 óbitos.
No início da semana, o governador Ronaldo Caiado (DEM) emitiu decreto para que o comércio seja fechado em Goiás por 14 dias e volte a abrir por outros 14. A medida, para ser efetivada, depende da adesão dos prefeitos. Uma minoria de gestores municipais aderiu integralmente ao texto, como é o caso de Goiânia.
Reportagem do POPULAR desta quinta-feira (2) mostrou que, mesmo com o decreto, no primeiro dia de vigência o isolamento subiu apenas 0,8% na capital, de acordo com dados da empresa In Loco. A adesão de Goiânia ao decreto do governador deu impulso a uma batalha na Justiça por entidades que têm tentado barrar o isolamento.
Por fim, na manhã desta sexta-feira, a Justiça concedeu decisão favorável a um pedido do Ministério Público de Goiás e derrubou liminares que autorizavam a reabertura do comércio na capital.
Além do avanço dos casos, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Goiás alertou, em estudo divulgado na segunda-feira (29), para um possível colapso na Saúde estadual neste mês de julho, com lotação dos leitos de UTIs por pessoas em estado da grave com a Covid-19.
Saiba quem são 54 das 602 vítimas
Levantamento feito pelo POPULAR mostra nomes de alguns dos moradores de Goiás que perderam a vida devido a Covid-19
Anápolis
Maria Rodrigues,de 77 anos
Mariana Fagundes, de 67 anos
Paraúna
José Digues da Silva, de 70 anos
Rio Verde
Rafael Rodrigues Pereira, de 31 anos
Francisco Rodrigues, de 78 anos
Isabella Pires de Jesus, de 19 anos
Goiânia
Flávia Rodrigues de Gouveia, de 84 anos
Ricardo Silveira,de 64 anos
Javier Martins de Oliveira, de 57 anos
Arnaldo Barbosa Lima,de 62 anos
Adelita Ribeiro da Silva, de 38 anos
José Ronaldo Menezes, de 61 anos
Emival Soares Martins, de 63 anos
Ubirajara Luís de Sales,de 37 anos
Fabiana de Azevedo, de 40 anos
Arione Luiz da Silva, de 59 anos
Marilda dos Reis Costa,de 64 anos
Ciro Ricardo Pires de Castro, de 75 anos
Josefa Francisco da Silva Rodrigues, de 40 anos
João Vitor Vieira da Silva,de 21 anos
Josias Rosa da Silva,de 78 anos
Aparecida de Goiânia
Germano Santos Neto,de 51 anos
Wagner Luiz de Almeida,de 53 anos
Maria Pereira da Silva,de 82 anos
Joana Darc Dias da Silva,de 80 anos
Patrícia Aparecida Prudência, de 62 anos
Wilmar Cândido Branquinho, de 67 anos
Laeli Ferreira Rocha,de 61 anos
Domingos Venino dos Santos, de 75 anos
Águas Lindas de Goiás
José Nunes dos Santos, de 63 anos
Luziânia
Maria Lopes de Souza,de 66 anos
Cristalina
Darci Alberto Nohatto, de 63 anos
Goiandira
Odair Moreira,de 72 anos
Pires do Rio
Armando Tomazini,de 96 anos
Professor Jamil
João Martins,de 74 anos
Dárcio Caetano,de 58 anos
Goianésia
Claudio Roberto da Silva,de 45 anos
Luzia Fernandes Gomes, de 69 anos
Bela Vista de Goiás
Raquel Ribeiro de Andrade, de 44 anos
Porangatu
Rosalina Araújo da Silva,de 65 anos
Planaltina
Selma Lourenço de Brito,de 43 anos
Vitor Ferreira de Brito,de 98 anos
Sidinei Lourenço Xavier,de 68 anos
Olga Ferreira Xavier, de 69 anos
Ceres
Ronaldo Moura, de 54 anos
Senador Canedo
José Jorge Nascimento,de 78 anos
Palmeiras de Goiás
Aderaldo Cardoso de Jesus, de 56 anos
Carmo do Rio Verde
Eleusa Pereira, de 72 anos
Niquelândia
Marilice Dias dos Santos, de 74 anos
Antônio Joaquim Dias,de 84 anos
Itapuranga
Vilma Ribeiro Rodrigues, de 69 anos
Trindade
Tomires Veloso do Carmo, de 83 anos
Edealina
Lucimar Neves Martins,de 57 anos
Camila Neves,de 35 anos
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Pacientes com Covid-19 já enfrentam fila por leito de UTI em Goiás
O POPULAR levantou vários relatos no interior do Estado de casos de pacientes que aguardam mais de 24 horas por uma vaga em UTI para tratar a Covid-19. Alguns não sobreviveram
O painel da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) na internet diz que ainda há leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) disponíveis para pacientes com o novo coronavírus, mas já há casos de pessoas em estado grave, com o Covid-19 ou suspeita, que esperam mais de 24 horas por uma vaga e até morrem esperando. O POPULAR apurou que na última quinta-feira (2) havia 110 pacientes na fila por UTI em Goiás e apenas 15 vagas. Na rede privada a situação também é alarmante, os 17 hospitais da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade de Goiás (Ahpaceg-GO) estavam sem vagas de UTI para pacientes com o vírus ou suspeita às 18 horas de sexta-feira (3).
Na noite de quinta, uma idosa de 88 anos com coronavírus morreu em Cezarina depois de esperar por um leito de UTI por mais de 48 horas. Em Pires do Rio, uma jovem de 29 anos com suspeita de Covid-19, espera por uma vaga desde quarta-feira. No dia 19 de junho, José Jorge Nascimento, de 78 anos, que tinha o vírus, morreu em Senador Canedo após três dia de espera por UTI. Na última semana de junho, quatro chegaram a ficar aguardando vaga em unidade de Trindade ao mesmo tempo, um deles só conseguiu UTI após mais de 24 horas e outro após mais de dois dias.
Ainda não está totalmente claro o motivo para essa demora e não há transparência sobre a fila de pacientes por UTI. Há hipóteses que podem explicar essa situação, além da falta do leito em si, como a falta de alguma especialidade médica e demora para resultado de teste RT-PCR, exigido em algumas situações para admitir o paciente. Uma coisa é certa, há aumento da demanda por internação de pacientes graves com o coronavírus e a SES-GO já reconhece que, por conta disso, prioriza casos mais graves.
Quando a vaga sai, outro problema: a distância. Nem sempre o hospital mais próximo tem leito disponível. O Hospital de Campanha (HCamp) de Porangatu, por exemplo, já está com todas as suas 10 UTIs ocupadas há mais de uma semana e em alguns casos, acaba não atendendo seu público, moradores da região Norte, que precisam viajar centenas de quilômetros a mais, até hospitais de Goiânia, Anápolis e do Entorno do Distrito Federal.
Angústia
A angústia da espera se revela nos grupos internos dos profissionais de saúde. "HCamp acabou de recusar uma vaga no hospital por falta de leitos. Paciente jovem, não tem nem 30 anos", diz um profissional em uma mensagem. "Vamos começar a ter óbitos nos municípios, oxigênio acabando e paciente cai saturação com concentração de oxigênio. Gente, está um caos. A pressão está demais", desabafa outro.
No caso da idosa de 88 anos de Cezarina, a reportagem chegou a enviar um questionamento para a SES-GO às 20h40 de quinta-feira, pedindo uma explicação para a demora para conseguir uma vaga de UTI, mas cerca de 30 minutos depois ela não resistiu e morreu. Foi enterrada 1 hora da manhã, sem cerimônia.
"Muito triste e lamentável", desabafa a secretária municipal de Saúde de Cezarina, Rosana Alves. Não é a primeira vez que há demora. Há duas semanas, uma outra paciente aguardou três dias, mas sobreviveu a tempo de ser transferida para uma unidade de Luziânia. A gestora diz não entender a divergência entre o painel da SES-GO e a realidade. "Hoje eu abri o sistema e está com 78,47% dos leitos ocupados. A gente não entende, se tem disponível, por que não foi chamado esse paciente?"
"Nosso temor é que isso aumente ainda mais", alerta a presidente do Conselho de Secretarias Municipais do Estado de Goiás (Cosems-GO), Verônica Savatin Wottrich. De acordo com ela, há uma expectativa de novos leitos sejam abertos na quantidade em que foram planejados no início da pandemia, em março e abril. "Seja da quantidade de leitos clínicos e também dos de UTI. A estruturação completa é de extrema importância, porque aquele quantitativo era algo que considerávamos e foi (realizado) um número bem interior", relata.
Família queria UTI mais perto
Moradora de Minaçu, extremo Norte de Goiás, a aposentada Belcina Siqueira Valadares, de 81 anos, apresentou sintomas do novo coronavírus junto com o marido, Ulisses de Abreu Valadares. Ambos precisavam ser internados em leito de UTI, mas tiveram que se separar porque não havia vaga para os dois na unidade mais próxima, o Hospital de Campanha (Hcamp) de Porangatu, a 170 km de distância. Belcina só conseguiu uma vaga no HCamp de Águas Lindas, onde morreu após três dias, na segunda-feira (29). Foi enterrada à meia-noite, sem velório.
"Até que a vaga não demorou para sair, mas a gente não gostou foi de levar ela para Águas Lindas. Transportar uma senhora de 81 anos, já passando mal, uma distância dessa?", lamenta a filha de Belcina, a camareira Jucelina Siqueira Valadares, de 58 anos.
Evangélica da Assembleia de Deus, Belcina era conhecida na cidade pelo gosto pela política eleitoral e por gostar de ajudar as pessoas.
Já foi candidata a vereadora duas vezes, sem nunca ter ganhado, e planejava uma terceira candidatura nas eleições deste ano. Foi merendeira nas escolas da cidade durante anos e chegou a ter um restaurante.
O marido, Ulisses, continua internado em Porangatu e apresenta melhoras. Um filho que mora em Anápolis e a havia visitado em meados de junho morreu na quinta após ser diagnosticado com Covid-19.
O HCamp de Porangatu tem 10 vagas de UTI, todas ocupadas há mais de uma semana. "Sai um e já entra outro", relata a auxiliar de regulação da unidade, Ana Paula Portilho. A origem dos pacientes varia, já internaram pessoas de cidades distantes. O HCamp é uma parceria da Prefeitura com o governo estadual e tem capacidade para 24 leitos de UTI, apesar de só ter dez até agora. De acordo com a SES-GO, quatro serão instaladas nos próximos dias.
SES diz que prioriza casos graves
A Secretaria de Estado de Saúde de Goiás reconhece que a demanda de solicitação por internação nas unidades estaduais está em curva crescente e que casos mais graves são priorizados. Nesta sexta-feira (3) havia 105 solicitações de vagas no Complexo Regulador Estadual (CRE) para casos suspeitos e confirmados de Covid-19.
De acordo com a pasta, o CRE adota critérios clínicos para avaliação e regulação dos pacientes que aguardam uma vaga de internação, tanto em leito de UTI ou enfermaria.
Ainda segundo a SES-GO, a confirmação ou não do diagnóstico de Covid-19 não pode ser motivo para recusa de internação. No entanto, as unidades possuem leitos para casos confirmados e suspeitos, que não podem se misturar em um mesmo ambiente. Por isso, diante da ocupação de todos os leitos para casos suspeitos, o paciente sem confirmação não pode ser internado.
Sobre a divergência entre os leitos vagos no sistema e a vaga oferecida na prática para o paciente, a secretaria informou que são excluídos, no momento da administração dos leitos, a vaga que está bloqueada, em processo de limpeza ou manutenção, e aqueles em reserva para um paciente que já está em transporte. Quando chega uma solicitação de leito no CRE, são acionados os Núcleos Internos de Regulação (NIR) dos hospitais para que avaliem o caso e informem se a unidade possui condições de receber o paciente. Além disso, segundo a pasta, o HCamp de Goiânia recebe demanda espontânea.
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Novo modelo de isolamento busca consenso em Goiás
Gestores passaram a analisar formatos de isolamento que aliam abertura e fechamento das atividades econômicas. Proposta de Aparecida de Goiânia é a mais apreciada por empresários
O avanço da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), responsável pela Covid-19, ao longo dos meses fez com que gestores e população chegassem ao impasse sobre a manutenção do isolamento social. Enquanto a manutenção das pessoas em casa e em baixa mobilidade é a melhor maneira de evitar um alto número de contágio, o tempo de inatividade econômica afeta as finanças e cria problemas para empresários e trabalhadores. Isso fez com que se pensasse em modelos de isolamento intermitente, que foi iniciado em Goiás ainda em junho, pela prefeitura de Aparecida de Goiânia, em uma proposta regional, e depois proposto pelo Estado, no projeto 14 por 14. Ainda assim, os estudos para ambos geram discordâncias.
Empresários têm defendido o modelo aparecidense, que dividiu a cidade em 10 regiões e, a depender da situação epidemiológica, fecha duas destas em uma frequência determinada, de um, quando o risco é baixo, a até cinco dias da semana, no risco altíssimo. Em Aparecida, a prefeitura decidiu manter sua proposta mesmo após o modelo adotado pelo Estado ter vindo de estudo científico realizado pela Universidade Federal de Goiás (UFG). No modelo 14 por 14, a ideia é buscar um "meio termo" entre o isolamento total e a reabertura econômica, com base no período de incubação e manifestação da Covid-19, o que não é levado em consideração no projeto aparecidense.
Por outro lado, empresários criticam a proposta escolhida pelo Estado e adotada pela Prefeitura de Goiânia desde o começo desta semana. A justificativa é que o longo período de inatividade criaria um empecilho trabalhista no sentido de manter ou reduzir o salário dos funcionários mesmo atuando em apenas metade do mês. Presidente da Associação Comercial e Industrial de Aparecida de Goiânia (Aciag), Leopoldo Moreira Neto, avalia que o modelo do município é, em geral, positivo. "Sem dúvida é melhor para gente.
Quando fecha 14 dias seguidos tem o problema trabalhista. Mas nesse sistema por dias de semana a gente consegue fazer banco de horas para dar a folga nos dias que não pode abrir."
Desde que começou a ser implantado, no começo de junho, o município já saiu da bandeira verde, quando duas regiões fechavam uma vez por semana, e estava na amarela, com fechamentos também aos domingos. A situação em Aparecida, no entanto, se agravou e a prefeitura anunciou a entrada na fase laranja, de risco alto, a partir de amanhã. Agora, cada região ficará fechada duas vezes por semana, além dos domingos e das tardes de sábado. O secretário municipal de Saúde, Alessandro Magalhães, não acredita que o sistema de escalonamento regional seja o culpado pelo aumento de casos e óbitos.
Ele lembra que o isolamento foi flexibilizado no final de abril, com medidas menos restritivas do que as tomadas em junho. "Se fosse a abertura, teria estourado em maio. O que ocorre é a evolução natural da doença em todo o Estado. Percebemos que tem ocorrido muito a transmissão intradomiciliar. Tem a flexibilização, mas acredito que seja mais a progressão da doença", diz Magalhães. Para o secretário, ao entrar na fase laranja, a quantidade de dias que o comércio ficará fechado será matematicamente igual ao do projeto acatado pelo Estado. Isso porque, a cada semana, são 3 dias e meio de fechamento o que, ao final de 28 dias, gera 14 dias abertos e 14 fechados.
"A gente teve que achar um ponto de equilíbrio, o tempo é que vai mostrar se estamos certos", diz o secretário. Na quinta-feira (2), Aparecida contava com uma taxa de 8 óbitos por Covid para cada 100 mil habitantes. Em Goiânia, no mesmo dia, o índice era de 13,8. "Estamos com uma taxa estável também de ocupação de unidades de terapia intensiva (UTI) entre 50% e 55%." Para o secretário, outra vantagem do modelo é a clareza para empresários e trabalhadores, que sabem o dia que podem ou não abrir. O presidente da Aciag reforça que houve um trabalho junto aos empresários para a adoção do sistema, mas que no começo houve resistência de muitos lojistas. "É difícil agradar todo mundo. Uma cidade do tamanho de Aparecida vai ter esses problemas, mas hoje tem uma conscientização maior e é melhor assim do que fechar tudo", diz.
Projeto aparecidense foi criado pelo município
O secretário municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia, Alessandro Magalhães, conta que o modelo regional utilizado no município foi pensado dentro da realidade da cidade. "Nós aderimos ao decreto do governo entre os dias 18 de março e 18 de abril, com fechamento das atividades não essenciais.
A partir daí começou a flexibilização, que chamamos de retomada responsável." Com o avanço da pandemia, o secretário conta que observou-se a necessidade de ampliar o distanciamento social e, para tal, buscou-se um modelo que atendesse um índice de isolamento social aceitável ao mesmo tempo que pudesse dar continuidade nas atividades econômicas.
"Nós buscamos na literatura científica e encontramos primeiro o relatório 9 do Imperial College, de Londres, que já falava na possibilidade do isolamento intermitente e depois o modelo de Israel, que adota o 10 por 4. Pensamos e adaptamos eles para o modelo regional", diz. Magalhães relata que o modelo é baseado no boletim epidemiológico, de onde se construiu os quatro cenários possíveis.
A divisão das regiões se deu a partir das atividades econômicas e os grupos foram estabelecidos relacionando a partir do tamanho e dos tipos de comércios e serviços. A mudança entre os cenários se dá a partir de uma matriz do Ministério da Saúde em que se verifica a possibilidade da incidência da doença na população interferir na capacidade de oferta dos leitos hospitalares. Ou seja, quando há alta incidência e poucos leitos, a quantidade de dias na semana de fechamento das regiões aumenta.
319 estabelecimentos são autuados por descumprimento
Em funcionamento desde o dia 8 de junho, o escalonamento regional de Aparecida de Goiânia já resultou em 319 autuações de estabelecimentos que estavam abertos em regiões nos dias em que teriam de estar fechados. O número indica 6% do total de locais possibilitados de abrir no município. Destes, 11 foram reincidentes e tiveram de ser multados, de acordo com a fiscal de tributos e coordenadora do Grupo Operacional de Enfrentamento ao Coronavírus de Aparecida, Ana Paula Vilela. Distribuidoras de bebidas e farmácias (que só podem funcionar por delivery nos dias de escalonamento da região) são os segmentos que mais descumprem a determinação.
Ana Paula conta que um grupo de fiscais foi designado apenas para acompanhar o cumprimento do escalonamento regional. A região do Garavelo, na divisa com Goiânia, é a que mais descumpre a determinação, especialmente pela quantidade de salas comerciais que insistem em abrir nos dias de proibição. Isso ocorre mesmo que a região não seja a que mais possui estabelecimentos comerciais, ficando atrás da Vila Brasília, também na divisa com a capital.
Objetivo do isolamento deve ser o de afastar as pessoas, diz pesquisador da UFG
Um dos pesquisadores que atuou na modelagem que testou o sistema de 14 dias com as atividades econômicas fechadas seguidos por outro período igual de funcionamento, o biólogo Thiago Rangel, professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), explica que as decisões dos gestores quanto à pandemia de Covid-19 deve levar em consideração a forma de contágio da doença. "Há muita confusão sobre isso de fechar o comércio, mas esse não deve ser o caso, porque o vírus não passa de comércio para comércio e sim de pessoa para pessoa. O motivo do isolamento não é fechar comércio, mas impedir que uma pessoa que está transmitindo o vírus encontre outra que está suscetível", diz.
Neste sentido, Rangel esclarece que a ideia de utilizar o método 14 por 14 foi justamente para encontrar um meio termo entre o isolamento total, que seria o ideal do ponto de vista epidemiológico, e a reabertura econômica. O professor explica que o período de 14 dias é o mesmo de incubação e manifestação da doença e por isso foi utilizado. Assim, em tese, nos dias de isolamento seria quando haveria mais demanda por leitos hospitalares e a necessidade de reduzir a incidência da doença. Teoricamente, seria possível, com esse sistema de rodízio por período, impedir o colapso no sistema de saúde, ao fazer o controle da doença.
Rangel conta que os professores da UFG chegaram a pensar em fazer a modelagem adotando o sistema de 10 dias sem atividades econômicas não essenciais com 4 dias de funcionamento, mas houve o entendimento de que a resistência dos empresários seria ainda maior. Isso porque, neste caso, em um grupo de 28 dias, só haveria abertura em 8 dias. Esse modelo foi o primeiro de isolamento intermitente a ser projetado no mundo, ocorrendo a partir de Israel, mas em um momento em que todos os países ainda adotavam o lockdown, quando há proibição de qualquer movimentação das pessoas, ou seja, é necessária autorização do gestor público para visitar a família ou fazer uma caminhada.
"Esse modelo 10 por 4 talvez até tenha mais vantagens, mas não chegamos a testá-lo com os dados de Goiás em nossa simulação. Testamos o 14 por 14 que é a metade entre o mínimo de óbitos que podem ocorrer e o máximo que estimamos, que seria no caso de ninguém fazer nada para conter a pandemia", diz o biólogo, ao explicar que não se trata apenas de promover a abertura completa das atividades econômicas, mas também não seguir qualquer outra recomendação das autoridades de saúde. Para ele, a questão não é o que está abrindo ou fechando, mas o fato das pessoas continuarem se movimentando.
"A questão é as pessoas ficarem em casa, justamente para impedir que um infectado transmita e é por isso também que propusemos o rastreamento de contato." Com este rastreamento, seria possível acompanhar os casos de transmissão intradomiciliar, por exemplo. Ou seja, caso a pessoa seja confirmada como infectada, as autoridades sanitárias verificam a situação de com quem ela mora ou trabalha, fazendo o rastreamento e possibilitando o isolamento destes pacientes, impedindo a continuidade da cadeia de transmissão do coronavírus.
Rangel reforça que só é possível conter a pandemia com a interrupção da transmissão, o que ocorre quando pessoas contaminadas não estão próximas de pessoas suscetíveis, e que esta deve ser a premissa de qualquer modelo adotado pelos gestores. O estudo da UFG utiliza o índice de isolamento social para verificar se isto é cumprido, identificando que números acima de 50% são considerados positivos para a contenção.
Comparação
Analisando os dados de isolamento social da plataforma In Loco, que é utilizada pelo Estado e pela UFG, verifica-se, no entanto, que o escalonamento regional adotado em Aparecida de Goiânia ainda não contribuiu para que os índices melhorassem. Observando apenas nas quartas-feiras, em maio o índice ficou entre 34% e 36%. Já em junho, com o modelo regional a variação ficou entre 32% e 34%. No dia 3 de junho Aparecida tinha 600 casos confirmados e 13 óbitos, enquanto que no dia 1 de julho o número de confirmações era de 3.033 e 51 pessoas haviam morrido por Covid-19.
O secretário municipal de Saúde, Alessandro Magalhães, explica que a plataforma utilizada tem pouca prevalência no município e, por isso, não é utilizada nos estudos municipais. "Aqui nós fazemos uma relação sobre a incidência de casos e os leitos hospitalares, que vamos chegar a 90 de UTI na semana que vem. Nesse momento, a gente confia nesse modelo regional." Por outro lado, para se ter uma ideia, em Goiânia, em que o comércio ficou oficialmente fechado, apesar de ter ocorrido descumprimento pela população, o índice de isolamento em maio esteve entre 36% e 37% e em junho entre 33% e 35%.
Modelo israelense se baseia em período de latência
O modelo 10 x 4, desenvolvido pelo Instituto Weizmann, de Israel, foi o primeiro a pensar em um isolamento intermitente para a retomada das atividades econômicas e sociais após o pico da pandemia do novo coronavírus.
A proposta visa usar um ponto fraco do vírus, que seria seu período de latência de cerca de 3 dias entre a infecção e a possibilidade de transmissão. Assim, as pessoas teriam de conviver com o lockdown por 10 dias em troca de 4 dias com a vida "normal". Com isso, se uma pessoa estiver contaminada em seus dias úteis não transmitirá o vírus, pelo período de latência, enquanto que estará em isolamento durante o pico da infecção, ou seja, sem contato com pessoas suscetíveis. Para tal, cidadãos que moram juntos devem ter rotinas semelhantes, ou seja, esses 4 dias teriam de servir para os pais trabalharem e para os filhos irem à escola.
O modelo não chegou a ser adotado completamente em seu país de origem, em que se aplicou o lockdown entre março e abril, com retomada gradual ao longo de maio e junho, quando se observou uma segunda onda da doença e, assim, novas medidas restritivas foram adotadas. No entanto, países europeus, como a Áustria, fizeram adaptações ao modelo. Neste caso, as escolas dividiram os alunos em dois grupos e eles se revezavam a cada semana na frequência às aulas presenciais.
No Brasil, as propostas sobre isolamentos intermitentes têm ganhado adeptos. Os primeiros projetos se deram com toques de recolher nos períodos noturnos e avançou para fechamento das atividades comerciais aos finais de semana, o que está sendo feito em cidades como Caldas Novas e no entorno do Distrito Federal. Especialistas em epidemiologia, no entanto, têm alertado que a mudança no índice de isolamento social nesses casos é pequena, visto que os horários e os dias citados já possuem, por características próprias, baixa mobilidade social, além de não impedir a movimentação.
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A REDAÇÃO
Ahpaceg anuncia falta de vagas de UTI nos hospitais associados de Goiânia
Lotação se refere a quadro de Covid-19
Goiânia - A Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) divulgou um comunicado, nesta sexta-feira (3/7), informando que não há vagas em leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) para a internação de pacientes adultos com suspeita ou confirmação de Covid-19. O alerta abrange hospitais particulares de Goiânia que são associados (lista abaixo).
Segundo a Ahpaceg, a ocupação de todas as vagas se deu às 18h desta sexta-feira. O comunicado foi endereçado à Secretaria de Estado da Saúde de Goiás, Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia e operadoras de planos de saúde na capital.
Ainda de acordo com a associação, novas informações sobre a taxa de ocupação dos hospitais serão divulgadas no sábado (4).
Os hospitais associados e que não possuem mais vagas de UTI para pacientes adultos com Covid-19 são:
Hospital Amparo
Hospital Clínica do Esporte
Hospital do Coração de Goiás
Hospital do Coração Anis Rassi
Hospital da Criança
Hospital de Acidentados
Hospital Infantil de Campinas
Hospital Ortopédico de Goiânia
Hospital Premium
Hospital do Rim
Hospital Samaritano de Goiânia
Hospital Santa Bárbara
Hospital Santa Helena
Hospital São Francisco de Assis
Instituto de Neurologia de Goiânia
Instituto Ortopédico de Goiânia
Hemolabor
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JORNAL OPÇÃO
Hemocentro espera doadores para iniciar tratamento de Covid-19 com uso de plasma
Por Luiz Phillipe Araújo
Método usa material de curados em pacientes, já estando aprovado pelo Conap, órgão responsável pela autorização
O Hemocentro Coordenador Estadual Prof. Nion Albernaz, unidade do Governo de Goiás, teve o segundo projeto de pesquisa sobre a Covid-19 aprovado pela Comissão Nacional de Ética e Pesquisa (Conep). Trata-se da infusão de plasma de pessoas curadas da Covid-19 para o tratamento de pacientes da doença em estado grave.
“Nós já estamos prontos para começar as infusões a partir de agora; estamos dependendo apenas de doadores, para termos um estoque mínimo de plasma”, assegura a diretora-médica do Hemocentro, Alexandra Vilela, que coordena o estudo.
Para conduzir os dois projetos, o Hemocentro está em busca de cem voluntários que tiveram a Covid-19 e já se recuperaram para fazerem a doação de plasma convalescente.
Para doar, é necessário ter idade entre 18 a 60 anos; peso igual ou acima de 65 Kg – no caso do sexo feminino, é necessário que não tenha gestações prévias –; apresentar resultado de teste positivo para Covid-19 e estar sem sintomas há mais de 14 dias. Os interessados devem entrar em contato com o Hemocentro, pelo e-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. ou telefone (62) 3201-4101.
O uso do plasma convalescente para tratamento de pacientes no estágio grave de Covid-19 será realizado por médicos das unidades referenciadas do Hospital de Campanha para Enfrentamento do Coronavírus (Hcamp), Maternidade Célia Câmara e Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG), todos em Goiânia.
“O plasma ficará estocado em geladeiras especiais no Hemocentro, os médicos solicitarão o plasma e a infusão será realizada pelos médicos específicos dessas unidades”, orienta a diretora-médica.
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“Em uma guerra utilizamos os instrumentos que temos”, diz a médica Carine Petry, em defesa do tratamento precoce contra Covid
Por Marcos Aurélio
A médica explica que a Cloroquina, Hidroxicloroquina e corticoides são medicações acessíveis e que são conhecidas há muitos anos
Em todo país surgiram iniciativas de grupos de médicos que defendem o tratamento precoce da Covid-19 com o uso do chamado kit profilaxia. Esses médicos têm relatado suas experiências no trabalho de combate à doença e os resultados. Um desses grupos é o Covid 19 – DF, que reúne profissionais em suas especialidades para debater e desmistificar o uso de Cloroquina, Hidroxicloroquina, corticoides, antirretrovirais, antiparasitários para o enfrentamento ao novo coronavírus.
A médica otorrinolaringologista Carine Petry compõe o grupo Covid19- DF e tem ajudado a divulgar os protocolos e resultados que o uso do kit profilaxia propícia aos pacientes. Em entrevista ao Jornal Opção, ela disse considerar que o uso dos medicamentos certos de forma precoce pode reverter o quadro do paciente e evitar que o mesmo seja submetido a uma internação. “Neste momento temos uma curva exponencial da doença. Enquanto isso a capacidade dos hospitais está atingindo 100%. Neste cenário o tratamento precoce visa diminuir a replicação viral nos primeiros cinco dias de sintomas”, diz.
Carine Petry esclarece o tratamento precoce precisa ser iniciado logo quando surgem os sintomas, e não após o resultado do exame. “Muitas pessoas acham que precisam fazer o teste para começar o tratamento e isso não é verdade. Então é muito importante conhecer os sintomas precoces, que vão de dor no corpo, garganta e febre”, alerta.
A médica explica que a Cloroquina, Hidroxicloroquina e corticoides são medicações acessíveis e que são conhecidos há muitos anos. “Sabemos que se o paciente tem risco, temos conhecimento de como ministrar adequadamente”, diz.
Carine Petry conta que na fase inicial da Covid são são indicados medicamentos com potencial e efeito antiviral, como a Cloroquina, a Hidroxicloroquina, o antibiótico Azitromicina e o vermífugo Ivermectina, associados ao zinco, que tem efeito imunomodulador. “Não temos evidências científicas nível A dessas medicações, mas temos estudos observacionais que mostram que elas são seguras e ajudam a evitar a mortalidade de pacientes”, afirma.
A segunda fase, em geral após o sétimo dia de sintomas, é caracterizada pela inflamação dos pulmões e o paciente pode desenvolver uma pneumonia viral. Nesse estágio é preciso tratar com corticoides como a Dexametasona, além do uso associado de antibióticos. “É como se estivéssemos em uma guerra, e em uma guerra utilizamos os instrumentos que temos”, diz.
A médica que tem participado de lives e debates sobre o tema, diz que o uso dos medicamentos na fase inicial é significativo e não deve ser discutido de forma política “Eu sou médica, minha preocupação é com a vida das pessoas. Posso até ter minhas visões políticas, mas busco formas para que isso não interfira nas minhas condutas. Temos responsabilidade com as vidas das pessoas”, afirma. “Diante disso eu acredito que o tratamento precoce é de grande importância especialmente diante do cenário que estamos chegando, que é de colapso do sistema de saúde”, finaliza.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação