Postado em: 04/11/2013

Ahpaceg na Mídia

Confira a entrevista do presidente da Ahpaceg em matéria publicada no jornal O Popular em 19/11/12

O POPULAR

Vestibular
UFG supre novas áreas do mercado

Universidade tenta se adequar às novas tendências, ao oferecer cursos de Engenharia Física e Física Médica

Patrícia Drummond

A Universidade Federal de Goiás (UFG) dá um salto qualitativo. O vestibular 2013/1 da instituição procura se adequar às novas tendências do mercado, ao ofertar três novas e diferentes graduações em áreas ligadas às Ciências Sociais e à Física: Relações Internacionais, que abrirá, no primeiro semestre de funcionamento, 40 vagas; Engenharia Física e Física Médica, inicialmente com 25 vagas em cada curso. As três graduações terão sede em Goiânia, respectivamente na Faculdade de Ciências Sociais (FCS) e no Instituto de Física (IF). Além delas, a UFG também abrirá vagas em novas graduações nos câmpus de Catalão - Administração Pública, 240 vagas, na modalidade Ensino a Distância (EAD) - e da cidade de Goiás - bacharelado em Filosofia (50 vagas) e Administração (40 vagas).

Com exceção do curso de Administração da cidade de Goiás - que possui recursos do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) - e o curso de Administração Pública EAD - que conta com recursos de edital específico do Ministério da Educação (MEC) -, os demais cursos serão implantados com recursos da própria instituição de ensino. De acordo com a pró-reitora de Graduação da UFG, Sandramara Matias Chaves, todas as novas graduações foram criadas por iniciativa das próprias unidades acadêmicas. "Isso comprova o interesse que elas têm de ampliar suas vagas, ofertar novos cursos e seu compromisso com o papel e a função social da universidade", argumenta ela.

Para as estudantes Giuliana Milene da Silva Lima, de 17 anos, e Amanda Assis Pereira, de 16, é muito mais que isso. É mais uma oportunidade de ingressar em um curso superior para o qual vêm se dedicando bastante, em um colégio particular do Setor Bueno, com aulas em finais de semana e simulados em feriados. Ambas irão fazer o vestibular 2013-1, na UFG, para Relações Internacionais. "É uma opção a mais, portanto, uma chance a mais de passar no vestibular", ressalta Giuliana, que fará as provas também da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO).

LEVANTAMENTO

Já o curso de Engenharia Física, segundo a UFG, supre novas áreas de atuação relacionadas, principalmente, à nanociência, nanomateriais e nanotecnologia, ligadas à pesquisa básica em Física, Química e materiais. O curso de Engenharia Física terá por objetivo formar profissionais para trabalhar no desenvolvimento, fabricação e aplicações de dispositivos tecnológicos avançados, com foco naqueles derivados das propriedades da Matéria Condensada (por exemplo, a nanotecnologia), e também nos diversos campos da Engenharia e de processos tecnológicos que requeiram uma rica formação em Física.

"Se o curso está sendo implantado, obrigatoriamente foi feito um levantamento de mercado pela UFG", destaca o diretor do Departamento Técnico do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-GO), Ariston Alves Afonso, que faz algumas ressalvas. Para ele, de início, será difícil encaixar os futuros profissionais da área no mercado de trabalho goiano. "Ainda trabalhamos muito a Engenharia básica, com a Civil e Elétrica. Em áreas mais sofisticadas, como é o caso também da Mecatrônica, enfrentamos uma certa dificuldade. A proposta é boa, mas não temos, ainda, uma visão na colocação de mercado aqui. Contudo, a formação básica destes alunos, na UFG, com certeza, será muito sólida, até para dar suporte em outras áreas importantes. De qualquer forma, é louvável a iniciativa."

Graduação atende a anseio de muitos alunos

"Gosto da ideia de fazer parte da primeira turma de Relações Internacionais da UFG; vai ser uma história para contar", considera Amanda Pereira, animada com a possibilidade de passar no vestibular da Universidade Federal de Goiás. A garota, natural de Jataí, ainda irá tentar uma vaga na Pontifícia Universidade Católica de Goiás e na Universidade de Brasília.

No que diz respeito ao curso de Relações Internacionais, são 13, atualmente, as graduações existentes na Região Centro-Oeste, dez delas localizadas no Distrito Federal, duas no Mato Grosso do Sul, e um em Goiás oferecido pela PUC-Goiás.

Segundo o diretor da Faculdade de Ciências Sociais, Luiz Mello, a criação do curso de Relações Internacionais, na UFG, além da demanda natural do mercado de trabalho, é, também, o resultado da demanda de muitas pessoas que gostariam de estudar em uma universidade pública e gratuita. "Vivemos em um mundo cada vez mais globalizado, sendo fundamental a criação de um curso que tem por objetivo principal o aprofundamento dos debates teóricos e das análises críticas acerca da intensa circulação de pessoas, ideias e mercadorias, bem como das alianças e conflitos entre países e povos", afirma.

O curso será desenvolvido com base em três linhas: comércio exterior, cooperação e internacionalização, e política internacional e inserção da América Latina. "Entendemos que não há mais necessidade de sair de Goiás para ter um bom campo de trabalho nas relações internacionais", avalia Sandro Waldeck Félix de Sousa, advogado e diretor de Comércio Exterior da Associação Comercial e Industrial do Estado de Goiás (Acieg).

Cursos formam profissionais para desenvolver equipamentos médicos

Os novos cursos ligados ao Instituto de Física da UFG, tanto Física Médica quanto Engenharia Física, são novidades no Estado. O diretor da unidade, Fernando Pelegrini, lembra que a capital tem grandes hospitais de referência nacional e a maioria utiliza várias técnicas desenvolvidas em laboratórios de pesquisa básica em Física, como a ressonância magnética nuclear, tomógrafos, lasers e os raios X. A ideia da graduação em Física Médica, diz o professor Sílvio Leão, cooordenador do novo curso da UFG, é formar um profissional responsável por desenvolver pesquisas básicas na área de Física

Aplicada à Medicina e Biologia, ou atuar no mercado de trabalho desenvolvendo novos equipamentos para tratamentos e diagnósticos médicos.
Sílvio Leão destaca que a Física Médica tem como objetivo aprimorar o diagnóstico e a terapia, investigando como o corpo humano interage com as diferentes formas de energia. "O conhecimento adquirido, juntamente com a maneira de pensar da Física, permite que conceitos, modelos, procedimentos e leis sejam elaborados, contribuindo para o progresso e o aprimoramento do tratamento médico", completa. Ele lembra que, no Brasil, ainda são muitas as dificuldades para a formação desses profissionais. Poucos cursos e desconhecimento de oportunidades justificam, conforme explica, o pequeno número de 500 físicos médicos em atividade no País, principalmente nas Regiões Sudeste e Sul. O Estado de Goiás conta atualmente com apenas sete profissionais da área.

Haikal Helou, presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás , vê com bons olhos a novidade. "Nosso foco é segurança; precisamos de pessoas mais especializadas, que dominem o conhecimento da área, já que a maioria dos hospitais,trabalha com parques tecnológicos sofisticados, que necessitam de cuidado específico." (19/11/12)